sábado, 14 de setembro de 2019

Fluminense:clube correia de transmissão

As noticias que vêm do Fluminense só apavoram os torcedores como eu.O que o Fluminense cria e produz passa para os outros,para suprir as sua necessidades.Agora,depois de muitos outros foi o Pedro.Agora o Fluminense perdeu para os dois times mais fracos do campeonato brasileiro e corre risco sério de rebaixamento de novo.
Dentro deste caldeirão nós temos que identificar os problemas,para por-lhes uma ordem necessaria ,se quisermos ajudar o clube a sair em definitivo desta situação.
Inicialmente o Fluminense,como outros clubes,tem uma história,à qual se ata e que o define:o Fluminense foi o primeiro grande clube a reconhecer a importância do futebol e foi fundado como clube de futebol.O fato de ser um clube do Rio de Janeiro,capital da república e caixa de ressonância do país,só acrescenta nesta verificação da importância histórica do Fluminense:o futebol brasileiro se fixou e cresceu a partir do Fluminense.O eixo de crescimento do futebol nacional é fluminense e flamengo,apesar do que os paulistas dizem.
Mas outras características são decisivas:como demonstrou uma pesquisa há muitos anos atrás o Fluminense é eminentemente um clube de classe média e muito ligado ao Rio de Janeiro.Existe torcida em outros lugares do país,mas é aqui a base do Fluminense.
O Fluminense há muitos anos me parece um clube correia de transmissão e não de ponta,como foi no momento da sua fundação e anos subsequentes(até a profissionalização do esporte,processo em que o clube teve liderança em 1932).Os técnicos em inicio de carreira e os que estão no fim atuam no clube;o mesmo acontece com jogadores e tudo parece uma concessão ao Fluminense.É como se fosse um processo de aposentadoria,em bom nível.
O São Paulo e o Bangu passaram por um processo semelhante no passado.Zizinho terminou a carreira no São Paulo e o Divino Mestre Ademir da Guia,no Bangu,mas o primeiro soube reverter esta situação ao longo de duas décadas.
É evidente que esta identificação do clube com o estado de São Paulo não prescindiu da mediação duvidosa da politica,mas isto não invalida o projeto de crescimento do clube.O São Paulo construiu o seu estadio e pode adquirir autonomia total em relação aos outros clubes e à prefeitura de São Paulo.
O Fluminense precisa entender que a modernização é o caminho e que cada época põe os limites que devem ser obedecidos.No tempo do São Paulo os campeonatos estaduais ainda eram importantes e fundamentais,hoje não.Gosto dos campeonatos estaduais e defendo a sua permanência no calendário,mas de outras formas.Atualmente a inserção no plano esportivo internacional é decisivo, o que prioriza ,no nosso país,o campeonato brasileiro e a copa do Brasil.
Então a dependência pura e simples do Fluminense de patrocinadores e mecenas só o põe em risco quanto mais o tempo passa.
Embora um clube forte o Fluminense não tem como se comparar com Vasco e Flamengo e talvez seja melhor construir o seu estádio,numa forma consentânea com seu potencial e adquirir,como o São Paulo,autonomia sobre as suas rendas e sobre a sua capacidade de investimento.Talvez seja melhor deixar o Maracanã para Vasco e Flamengo.
A tendência nas sociedades modernas é o crescimento da classe média.Havendo este crescimento,o Fluminense tendo uma marca atrativa e uma segurança financeira pode voltar a ter uma grande torcida e daí anagariar apoio em outras classes sociais.
Se o Fluminense ficar dependente de mecenas e de ajudas,vai seguir o caminho do Bangu referido e do América.
Eu não sou de fazer drama e ficar chorando porque o Fluminense ficou devendo uma ida à segunda divisão.A política dos clubes é assim mesmo.Mas do ponto de vista psicológico este fato parece ter dado uma falsa confiança ao Fluminense.Um dia a politica perde lugar ,devidamente,para a profissionalização e a seriedade de propósitos dos clubes ,que não podem ficar à mercê destes perigos e instabiliaddes constantes.
Entre o inicio de carreira e o seu final os jogadores e demais profissionais precisam entender o Fluminense como clube de ponta e não de correia de transmissão dos outros.

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