domingo, 4 de outubro de 2020

Branquitude é racismo reverso

 

O problema brasileiro,que eu sempre comparei,mutatis mutandi,com a Alemanha Nazista ,se aproxima deste apocalipse cada vez mais.

Na juventude Marx escreveu um texto importantísssimo:” A Questão Judaica”,no qual dizia que não havia um problema judaico de fundo racial,mas que os problemas atinentes a ele tinham a ver com a questão social.Que a sua origem é social:a excludência ou incusão dos judeus na sociedade européia atendia a interesses econômicos e sociais de classe,que se cristalizavam em diferenciações nosográficas,étnicas e de cor eventualmente,só para garantir o apartheid,que por sua vez mantém estes setores “ seguros”,em princípio,em relação ao seu poder e interesse.

Neste contexto o caldo de cultura derivativo desta base social essencial transforma o problema numa questão trasncendente ao do problema social,o escondendo com os mesmos objetivos de sempre.Mas a situação é aquela,fundamental.

O reconhecimento no Brasil do problema negro não há de obscurecer os outros problemas,quais sejam:o do indio,da mulher e ...do branco pobre.O da fome,o das injustiças em geral.

É verdade que na Alemanha Nazista quem foi mais atingido foram os judeus,mas cidadãos comuns,pessoas boas,ricas ou pobres,homoafetivos,artistas e é mais que um perigo vitimizar um grupo só,porque isto distorce o fato social real e ajuda a reprodução das formas ocultas ou não de preconceito.

Se o outro individual ou coletivamente tem atributos que ameaçam a minha posição eu o ameaço,o ignoro ou o destruo.No plano individual não se pode banalizar o preconceito,porque ele reproduz este caldo de cultura supradito.Por menor que seja a manifestação do preconceito,deve ser reconhecida e repelida.

No século XIX os alemães,ainda divididos,receberam,da Europa do leste, judeus que enirqueceram no pais,como os primeiros Rotchilds.Muitos alemães permaneceram em extrema pobreza e começaram a se ressentir da presença deste povo,que,inclusive já falava na sua pátria.Mas dentro um sistema de valores,que exige uma hierarquia(toda axiologia impõe uma hierarquia de valores),um governo alemão tem o dever até de ajudar imigrantes,mas a prioridade é o seu cidadão,que paga impostos.

Muitos governos na Alemanha do século XIX,na maioria aristocráticos,deixaram de lado os seus súditos para enveredar por projetos megalomaníacos,com a ajuda do dinheiro judeu.Isto não é uma injustiça?

Aqui no Brasil,os negros escravos foram deixados de lado por mão-de-obra estrangeira,considerada pelo imperador Pedro II como mais capaz de trabalhar os campos.Eu queria perguntar à direita monárquica que está aí,porque não ocorreu ao imperador incluir os ex-escravos no sistema social brasileiro?Desde que o Imperador subiu ao trono,no tempo da Revolta Farroupilha,o trabalhador livre europeu foi progressivamente sendo importado,porque se sabia que mais cedo ou mais tarde a escravidão acabaria,principalmente no sul e que havia uma intenção de fazer lá esta inclusão.A exclusão do negro,como fenômeno da exclusão em geral é construido por décadas.

Eu era totalmente contra a ação afirmativa,porque entendia que a solução destes desequilibrios entre raças ,grupos,etnias se dava pelo processo educacional,a universalização do ensino.Contudo,como já dissera em outros artigos,a demora em implementar esta proposta me trouxe a verdade de que o excluido não tinha porque esperar,porque é um direito dele sair da exclusão.Então mudei de ideia,que é uma atitude tipica de quem é inteligente e boa pessoa.

Contudo a ação afirmativa não podia ser só endereçada aos negros,mas ao pobre e a todo aquele que sofre uma injustiça.

Como processo politico de criação escandalosa,que visa a atenção da sociedade,a ação do Magazine Luiza pode e deve ser contextualizda,mas se permanecer deste jeito,em outros setores,vai criar as condições para uma guerra racial no Brasil.

É curioso como um governo de esquerda,há pouco no poder,dividiu o Brasil e agora um setor da burguesia nacional o acompanha.

Quem vai me convencer de que não existe por trás disto um propósito econômico e politico?(de classe?).Quem vai me convencer de que um branco abonado ,capaz,não vai ser excluído?Ou um pobre mesmo?Que alternativas terão?É justo que por causa de uma condição econômica e social alguém perca os seus direitos de cidadania?



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