quinta-feira, 3 de junho de 2021

Uma análise de um artigo da Folha

 

Como sou um pesquisador ,leio de tudo na internet e notadamente os jornais diários,como a Folha de São Paulo,que parou de me enviar a revista sobre História.Neste dia de corpus christi topei com um texto de uma articulista, Aline Ramos, sobre esta polêmica em torno das falas da atriz Juliana Paes.

Como o que ela diz lá é dito contra os meus artigos aqui ,resolvi fazer uma análise de um trecho do texto,para me defender.Não dela,mas de outras pessoas que fazem acusações contra mim,de favorecer a direita atacando o governo Dilma,que foi o inicio deste descalabro que vivemos hoje.

Ela diz neste trecho:

Esse discurso, na verdade, faz coro à narrativa bolsonarista que ressalta o medo de uma suposta extrema esquerda comandar o país. Esse foi um dos fatores que ajudou a eleger o atual presidente, amparado por inúmeras fake news. Basta um pouco de boa vontade para saber que o Brasil passou longe de virar uma ditadura comunista.... -


Ela critica uma das falas da atriz,que afirmou que embora não seja bolsonarista tem medo dos maleficios da esquerda(me lembrou o Marechal Castelo Branco no discurso de posse).E aí põe este comentário.

A vanguarda (ou auto-proclamada vanguarda)da esquerda brasileira sempre foi dissociada do cotidiano do povo.Ela pensa representá-lo pouco depois de ler alguma a mais da orelha de livro de Karl Marx.Mas para todos os fins a preocupação dos intelectuais de esquerda,pelo menos no Brasil é ler livros,fazer ciência e a partir daí aplicar estes conhecimentos para explicar o que é o povo brasileiro.Sem estudá-lo ou consultá-lo.

O povo brasileiro não tem nivel de consciência para entender se existe ou não o perigo de uma ditadura comunista.Ponto.Mas ele tem a informação sobre o que certas experiências comunistas em todos os países causaram a determinados povos.

Exemplifico:não há perigo de uma ditadura comunista no Brasil,mas quando o povo brasileiro vota numa comunista como Dilma,espera que ela governe para o Brasil e não para Cuba(o mesmo raciocinio fez o povo chileno quando Allende trouxe Fidel Castro para uma festança internacionalista naquele país).

Reitero o que digo desde 2013,no tempo das manifestações:quem ofereceu pretexto para a direita voltar foi a ação do Sr. Lula,quando desmentiu a sua propalada honestidade,bem como a do PT;foi a escolha de Dilma,uma politica sem experiência,para manter um continuísmo ilegitimo,secundada por uma raposa como Temer.

Quem conhece bem história sabe que foi sempre assim:o que motivou a marcha sobre Roma em 1922 foi a certeza de que os bolcheviques permaneceriam na Rússia,fundando a URSS.Isto foi pretexto para Mussolini dizer ao Rei que a única forma de proteger a Itália e a Europa do avanço comunista era ele e o fascismo.O Rei apenas exigiu uma demonstração de força,mas já tinha decidido nomear Mussolini para o cargo de Primeiro Ministro.

Costuma-se dizer que a quebra da bolsa em 1929 criou as condições para a ascensão do nazismo ,mas isto é parcialmente verdade:o que Hitler usou para ascender foi o perigo do bolchevismo para a Alemanha.Quer dizer:a continuidade da URSS ,acrescida da coletivização forçada em curso(cujo ápice é em 1932)ajudou também o fascista subsequente à Mussolini.Foi o que ele vendeu às classes altas da Alemanha e foi isto o que o legitimou para o governo,seu anti-comunismo feroz.

O povo brasileiro não conhece nada disto,mas a esquerda brasileira (aí pelas redações)devia saber,devia conhecer,para poder dizer as coisas com fundamento.

Foram os erros de Dilma que forneceram o pretexto para a direita tomar o poder.Foi sim.Dilma tem a mesma cabeça de 68 e 69,com a luta armada.Embora o compromisso com a democracia seja real,os revérberos destas atitudes comunistas ditatoriais se fizeram presentes e estas são conhecidas pelo povo e justificaram a escolha do jumento presidente,como sempre acontece.Confrontou a média ética da sociedade brasileira,apresentando um internacionalismo que não ajuda ao Brasil.às vezes internacionalismo oprimem o Brasil,vindo da direita ou da esquerda.

Esta análise da articulista mostra que a esquerda brasileira quer se preservar usando os mesmos argumentos insuficientes do passado:não há ameaça de golpe comunista!

Ora,em 64 Prestes disse na semana do golpe que o Presidente devia dar um o mais rápido possível,favorecendo o comunismo.

Allende defendeu a democracia chilena mas legitimou uma ditadura,o que o fez perder apoio.

Nós estamos vivendo um periodo de necessária renovação da esquerda e se este tipo de comportamento auto preservativo continuar a direita vai prosseguir neste “ trabalho” de destruição.

A confrontação prossegue sim.A esquerda está diluindo esta verdade para poder se eximir de responsabilidade,mas a direita faz a mesma coisa.Cada lado nega a confrontação atacando o outro ,mas os dois lados são culpados.

O discurso bolsonarista é diferente daquele que quer o Brasil livre de falsas e passadiças propostas.É uma provocação tola e infantil fazer uma associação do pensamento alternativo com Bolsonaro,mas isto já é conhecido de outras épocas e provém sempre de radicais desinformados ,mas interessados,pessoalmente,em não perder poder.

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