sábado, 21 de maio de 2022

Finlândia e Suécia:erro fatal

 

Tantas vezes tenho elogiado estes países que ficam ao largo do chamado “concerto europeu”:o G-8.Para mim esta periferia progressista só o é porque conseguiu se evadir dos problemas recorrentes da Europa.

Mas no meu entender tudo isto é fake.As últimas noticias dão conta de que o ditador da Turquia,Erdogan,não vai aceitar a entrada destes países escandinavos na Otan.A pressão já é suficiente.Esta ameaça vai permanecer,apesar de tudo.

Claro que os acontecimentos se precipitam e não se sabe para onde as coisas vão.Hoje,neste momento em que escrevo,Erdogan conversa com as lideranças da Finlândia e da Suécia para convencer da justeza da sua posição .Erdogan é um ditador mas eu concordo com ele.

Assim como na segunda guerra ,estes países vão se envolver num problema que pode por em risco as suas conquistas sociais.Espero que ,como no final da guerra referida o caminho neutro e independente destas potênciais sociais não seja desviado e eles continuem nestas realizações.

Como disse isto tudo parece uma jogada para retomar o desenho geopolitico do tempo do “cordon sanitaire”,criado por Clemenceau e depois defendido por Churchill.O isolamento da Rússia é o tema atual do problema politico que gerou esta guerra aí.Em outro artigo opinei.Não vou repetir agora.

O que apavora é que este países periféricos ao “concerto europeu” participem de um jogo ultrapassado de hegemonias.Não é um problema só da Europa:por trás estão os Estados Unidos de Biden,que tomou a decisão de pender totalmente para a direita,para,talvez,esvaziar os republicanos e Trump.

O nacionalismo de Biden se tornou imperialismo,hegemonia.Sob o pretexto de democratizar a Rússia,ganhar uma influência como em nenhuma outra época sobre a Europa e o mundo todo.

Se quem domina a Rússia domina o hemisfério norte e “domina” o mundo,quem consegue este cordão sanitário tem chances de ditar os termos da politica mundial nos próximos anos.

Não é democracia só,é interesse, e os países que defendem um mundo igualitário,sem hegemonias,não têm que participar do jogo.Não vejo como Finlândia e Suécia encontrem um motivo para tomar esta decisão supostamente soberana.Não vejo como não ver nisto uma pressão dos Estados Unidos.

A Suécia ficou neutra na segunda guerra,para jogar com os dois lados e garantir que nada lhe acontecesse.A Finlândia adotou mutatis mutandi uma atitude semelhante.

Quando ganhavam os alemães se entenderam com Hitler e evitaram fazer qualquer coisa.Quando a URSS venceu ,a Finlândia fez um tratado de paz.

Não vejo,repito,similitude.Pelo menos a entrada na Otan não tem sentido ,como não teve estes anos todos.A mudança agora atende a interesses escusos,que nada têm a ver com a Suécia e a Finlândia e são resultado de pressão ilegítima.


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