terça-feira, 7 de junho de 2022

Lula e a classe média(e a professora)

 

No final do casamento Lula se referiu novamente à culpa da classe média.Há alguns atrás tinha feito já uma crítica a este internacionalismo radical de esquerda que não incui a classe média no processo de transformação,antes a acusa das mazelas da sociedade(não a burguesia...).

Nesta ocasião recebi um texto do ex-ministro Bresser Pereira sobre a estrutura de classes no Brasil.Usando este texto vou tentar mostrar ao (próximo)Presidente Lula(eu espero)porque esta atitude é um erro gravíssimo,histórico e teórico.

Mas antes eu devo dizer que é impressionante(impressionante)que estas discussões ainda vicejem na esquerda após 50 anos!Eu discuti estes erros no inicio da faculdade de direito em 1981!Mas vamos lá,vamos continuar.

Naquela época era ridículo já pensar em termos ortodoxos.Ridicularizava-se o bolchevismo representado pelo livro de John Reed,”Os dez dias que abalaram o mundo”,em que um militante desconhecido(mas não menos importante)vivia repetindo:”Há burgueses e proletários”.Tem professora aí da usp que ainda raciocina assim...com pós-doutorado e tudo...

Mas naquele tempo,alegando Marx,já se sabia que as classes não são homogêneas e se dividem em estratos complexos.Marx sabia disto(O Dezoito Brumário),mas a simplificação bolchevique não...

Pois bem:quando um radical de esquerda aí chama a classe média de “fascista”(chefe de ong financiada pela Holanda aí...),repete esta baboseira(e demonstra falta de apuro metodológico,já que não fundamenta...),que teve e tem consequencias terríveis sobre o Brasil.

Ao acusar a classe média assim,Lula(e a professora)burra e irresponsavelmente,colocam-na como suporte para a ultra-direita,agora e no futuro,quando poderia ganhá-la e acabar com estes neo-nazistas para sempre.

O PT faz alianças com a alta burguesia e para esconder isto e jogar areia nos olhos dos outros,usa orelha de livro de Karl Marx para fazer esta acusação à classe média.

A classe média que paga imposto e às vezes vota na esquerda,responsavelmente ,e não recebe em troca soluções sociais,mas piora e corrupção.

Eu só posso explicar esta postura por falta de informação e pragmatismo.Mas estas coisas não são oponiveis a uma professora top de linha.Aqui o caso é mais de fanatismo.

Marx ,no segundo volume de “O Capital” ,coloca o professor ao lado do padre e da prostituta,como trabalho improdutivo, e os chama,entre outros,de “séquito da burguesia”,quer dizer legitimadores da burguesia.

E diante do crescimento exponencial e inevitável da classe média,no inicio do século passado,notado politicamente pela social-democracia,os ortodoxos de hoje procuram rearrumar os erros de Marx,acabando com a sua datação,afirmando que o professor (e os outros)é também proletário(!),porque recebe salário.

Mas isto é uma besteira muito grande:não é porque Marx ache ser o salário a única fonte de renda legitima,que ele entenda o séquito como igual ao operário da indústria,o qual produz a mais-valia por sua posição nele,conforme diz na “Contribuição à Crítica da Economia Politica” .Lógico que o capitalista usa o salário em geral para explorar,mas o critério de classe de Marx é a posição do trabalhador no modo de produção.

O professor,o advogado, são trabalhadores legítimos de classe média.Não há como pensar a sociedade moderna sem estes trabalhadores.Mas proletários eles não são não...(ouviu professora...).



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