terça-feira, 25 de julho de 2023

Lula vai de um lado para o outro

 

Levou algum tempo mas eu tive um pouco de tempo para poder falar sobre as relações de Lula com a Venezuela e seu regime ditatorial.

É aquilo que eu tenho dito sempre: Lula parece uma barata tonta nesse caso aí. De um lado dá impressão, uma impressão muito forte ,de que defende soluções ditatoriais para se mudar um determinado país como o Brasil e de outro, em termos pragmáticos, toma as atitudes práticas devidas.

Lula ,como o PT, é uma pessoa ,um político ,híbrido, entre visões ideológicas ultrapassadas da esquerda e de outro um sujeito pragmático ,como acontece nos políticos de todas as épocas e que sobrevivem às tempestades.

Menos mal ,no entanto, porque as questões práticas é que acabam sendo as respostas próprias para um momento.

A realidade prática é que realmente os problemas políticos da Venezuela deve ser resolvidos pelo povo venezuelano . Essa afirmação é um tanto quanto anódina porque isso pode significar o que realmente é ,mas pode ser também uma forma encobridora de no momento adequado assumir a defesa do governo de Maduro,coisa que Lula fez anteriormente legitimando um governo que reprime parte da população especialmente de uma igual àquela que existe no Brasil: a classe média.

Eu vou bater nessa tecla quanto for necessário para que as pessoas entendam que a tendência moderna de progresso, principalmente se esse progresso político for encampado pela esquerda, como é o que eu quero, é unir a classe operária com a classe média e não fazer essa divisão que vem desde o governo Dilma.

Além do mais é terrível ouvir da boca de Lula as mesmas conceituações feitas na época da ditadura por Geisel e os militares: que a democracia é relativa.

É uma das coisas mais trágicas ouvi-lo. Isso remonta aos critérios nazistas de democracia: quando em 1935 ficou claro que o governo de Hitler tinha se tornado finalmente uma ditadura, o mesmo alegou que era o governo nacional socialista um governo para os alemães ou seja era uma democracia para os alemães e... arianos.

Também me lembra o “ conceito” idêntico de João Amazonas ao defender ,em sua última entrevista, uma democracia para os trabalhadores, sendo que a definição de trabalhadores caberia a ele ,segundo sua interpretação de Karl Marx.

Lembro-me de SobraL Pinto se referindo a esses conceitos de maneira irritada a famosa entrevista concedida ao Pasquim no final dos anos 70: o que existe ,segundo Sobral Pinto, “é peru à brasileira” e não democracia à brasileira porque a democracia é universal,embora não se manifestando de forma única.

Quando eu digo que o Lula teve uma proximidade muito perigosa com a ditadura militar ao não entrar no colégio eleitoral para votar em Tancredo Neves ninguém acredita.Sempre me angustiei com isto e pelo visto continuarei.


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