terça-feira, 10 de outubro de 2023

A iniciativa sempre foi de Israel

 Há certos momentos na história e na politica em que fica claro a quem pertence a iniciativa de solucionar um problema ou de criá-lo:quantas vezes tenho analisado a nemesis de Hitler,dos bolcheviques e do neo-colonialismo.

Sempre apuro as responsabilidades e a culpa agora ao surgir no horizonte uma nova velha guerra opondo palestinos e israelenses,o mesmo se impõe a mim como analista.

A culpa e a iniciativa de solução de tudo isto é de Israel porque estava tentando solapar os palestinos da faixa de gaza,de modo a fingir respeitar os tratados,mas,na surdina,garantindo a sua hegemonia,pela eliminação do outro,dos palestinos.

Esta é uma situação complexa:não sou contra os judeus,muito pelo contrário.Mas desde o inicio sempre entendi que os palestinos tinham o direito de ter o seu prórpio país.

Israel sempre alega que os palestinos não estavam interesados em constituir um país,senão depois que os judeus se dirigiram para a região,após a II guerra.

Um documentario importantíssímo,no entanto,que me foi enviado pela professora Arlene Clemesha,me mostrou aquilo que eu já sabia há muito tempo:apesar deste fato,havia direitos,produção,cultura relacionados com um povo distinto,que era e é o povo palestino.

Este argumento é frequente:como não há ninguém no lugar podemos entrar e fazer o que quiser:não era assim,nunca foi.

Mais ainda,para fazer esta terra arrasada supostamente legitimadora os israelenses deportaram famílias inteiras de palestinos,em terras que eram deles.

Evidente que os dois lados apresentam razões para atacar o outro:os israelenses afirmam que na guerra dos seis dias o Presidente egipcio Gamal Nasser prometeu que não “ sobraria ninguém” no estado de Israel.Isto foi contado por Marshall Berman,um judeu de esquerda.

Mas no inicio é que está a espoleta do conflito:os palestinos e árabes em geral pagaram uma conta que não era deles.Não foram ouvidos.E diante da catástrofe nazista não houve como negar o que os judeus reinvindicavam.

Culpo em grande parte a Inglaterra que teve a oportunidade de solucionar o problema nos anos trinta,com os assentamentos e depois da segunda guerra,porque não quiseram perder o seu papel no oriente médio.

Desde então tal conflito não acaba,mas a iniciativa para tal,cabe à Israel,que insiste em não reconhecer de vez o direito dos palestinos,coisa que um antigo presidente de Isarel chegou a defender sozinho,aguentando a reação de repudio total do país.

Mas é aí que está o fulcro.

Esta é a oportunidade para eu colocar alguns conceitos importantes para quem me lê frequentemente,me entender:eu só sou favorável ao terror quando um pais é dominado por outro,mas mesmo assim não sou a favor de atingir pessoas inocentes,porque isto abala a “ vantagem moral” de um povo,que é oprimido.

Nunca aceitei o que os palestinos fizeram na olimpiada de 1972:havia mecanismos outros para chamar a atenção do direito da Palestina de existir.

Naturalmente Yasser Arafat e os palestinos tinham razões para atingir civis israelenses :os judeus também mataram inocentes palestinos.

Mas eu não aceito este toma lá dá cá real.

O governo brasileiro parece entender que o Hamas é como um pais oprimido que tem o direito de reagir,mas o essencial da palestina é a autonomia palestina,o verdadeiro país.

A luta dos negros da Africa do sul também causou a morte de inocentes:Mandela aceitou isto aí sem problemas,porque do lado dele o sangue correu.

Da minha parte,por todos estes exemplos, não aceito formas de luta deste tipo.Não aceito nem piquete,embora jamais fure greve.Só aceito piquete se for provado para mim que há infiltração.

Tudo para mim tem que ser bem fundamentado.

Mas como Stalin em 1931,Hitler em 1939 e o Rei Leopoldo em 1880 quem tem a iniciativa de terminar esta guerra é quem a começou:Israel.


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