Não
pude deixar de notar uma manchete na Folha de São Paulo, jornal que às vezes me
causa tanto aborrecimento.
Mas o que ela cristaliza é o que eu estou dizendo há mais de dez anos.
Se
você não vende o seu pensamento a algum poder, você não é ouvido. Eu vi numa
parede aqui perto escrito por um mendigo: “quem não é visto, não é reconhecido,
nem ouvido”. Naturalmente eu corrigi os erros de português dele.
Um
ator de malhação é mais importante, hoje, do que anos de estudo de um professor,
de um bom e bem sucedido professor ou pesquisador.
A
Suzane Richthofen tem mais espaço na mídia do que um realizador ou alguém que
faz um benefício para a humanidade.
Esta
minha crítica à esquerda vem de muito longe, quando comecei minha pesquisa e
meus blogs. Enquanto não se livrar deste passado gigantesco de fracassos
essenciais, não vai ser possível uma renovação que a ponha novamente na linha
de frente da luta.
Não
é só lutar, é como lutar.
Em
minha vida, discuti anos a fio, uma auto reforma da esquerda, semelhante àquelas
de dentro do cristianismo. E chego à idade provecta, vendo que não surtiram
efeitos estes debates: nada de democracia, de reforma, de direito, nada, nada.
As
mesmas boçalidades, o mesmo cânon soviético, a presidir discursos e palavras
vazias.
O
mesmo que vi no final da URSS, quando li o livro de Gorbachev e ele jogava palavras
lógicas, mas sem conteúdo.
Enquanto
a esquerda não tomar para si o resultado dos antigos debates ficaremos nesta
situação, ou em algo pior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário