quarta-feira, 30 de outubro de 2024

A esquerda parou de lutar?

 

Não pude deixar de notar uma manchete na Folha de São Paulo, jornal que às vezes me causa tanto aborrecimento.
Mas o que ela cristaliza é o que eu estou dizendo há mais de dez anos.

Se você não vende o seu pensamento a algum poder, você não é ouvido. Eu vi numa parede aqui perto escrito por um mendigo: “quem não é visto, não é reconhecido, nem ouvido”. Naturalmente eu corrigi os erros de português dele.

Um ator de malhação é mais importante, hoje, do que anos de estudo de um professor, de um bom e bem sucedido professor ou pesquisador.

A Suzane Richthofen tem mais espaço na mídia do que um realizador ou alguém que faz um benefício para a humanidade.

Esta minha crítica à esquerda vem de muito longe, quando comecei minha pesquisa e meus blogs. Enquanto não se livrar deste passado gigantesco de fracassos essenciais, não vai ser possível uma renovação que a ponha novamente na linha de frente da luta.

Não é só lutar, é como lutar.

Em minha vida, discuti anos a fio, uma auto reforma da esquerda, semelhante àquelas de dentro do cristianismo. E chego à idade provecta, vendo que não surtiram efeitos estes debates: nada de democracia, de reforma, de direito, nada, nada.

As mesmas boçalidades, o mesmo cânon soviético, a presidir discursos e palavras vazias.

O mesmo que vi no final da URSS, quando li o livro de Gorbachev e ele jogava palavras lógicas, mas sem conteúdo.

Enquanto a esquerda não tomar para si o resultado dos antigos debates ficaremos nesta situação, ou em algo pior.

 

 

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