Eu
vou continuar o artigo anterior, mas me sinto intimado a tratar um pouco de
conjuntura, porque algumas decisões de Haddad e Lula têm extrema sincronização
com o que venho falando aqui e gostaria de tecer alguns comentários.
A
questão da luta contra a fome persiste; não vi nenhuma repercussão da questão
da luta contra os sem-teto; e agora o problema da taxação dos ricos é recolocada
de uma forma que nunca vi durar tanto.
Mas
segundo os artigos que eu fiz anteriormente, sem um pacto social e político
entre as classes produtivas, média e operária, as dificuldades para bancá-lo
serão totais e aliás elas já se expõem nestes esforços de Lula e Haddad para emplacá-la.
É
que tudo se resume na ordem política, mas a base social, o pacto social não se
realizou. Para isto um programa fundado numa concepção moderna de esquerda é
requerido.
Mas
ele não existe, em meio à política pragmática.
Se,
no futuro, a taxação é aceita, correrá risco de retrocesso permanentemente e
inarredavelmente, porque sempre foi assim. E se a inevitabilidade se der, para
voltar à pauta demorará uma década, como sempre.
Os
fundamentos de uma política de esquerda moderna estão, ainda, faltando.
O
princípio “revolucionário” da vontade resiste como um fóssil nas fileiras da
esquerda. A ausência de mais fundamentos compromete o processo todo e torna-o suficientemente
fraco para ser combatido, em futuro próximo, por esta direita aí, à espreita.
No
momento em que uma reforma contundente balançar, pelos motivos supraditos, a
direita fará o escarcéu de sempre, vai mentir como sempre, alegando o “perigo
comunista” e tudo vai por água abaixo.
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