domingo, 12 de maio de 2013

O Caso Feliciano


A esquerda saiu da “ ditadura do proletariado”para aceitar as regras da democracia.A democracia implica em vitórias e derrotas,mas parece que a esquerda não convive bem ,ainda ,com estas ultimas.O caso feliciano o prova.
Normalmente a esquerda afirma que a democracia é boa para que ela possa colocar as suas propostas e mostrar ao povo o caráter de sua exploração e o modo de sair dela,guiado pela esquerda.Ela sempre afirma que a verdadeira democracia é aquela que consagra os direitos da maioria do povo.Mas quem é povo?Quem é cidadão,dentro do princípio de isonomia que anima a constituição?Só o povo trabalhador,o povo pobre(categoria difpicil de definir)?Pelo conceito de cidadania,a burguesia e os conservadores(outra categoria difícil)também fazem parte do povo.
A esquerda ainda se mantém presa ao esquema de Lênin em seu texto “ A doença infantil do esquerdismo no comunismo”,no qual o chefe da revolução russa,para atacar os radicais do ocidente ,que não queriam participar dos parlamentos,ditos “burgueses”,afirma ser esta atitude “ uma doença infantil”.Lênin preconizava a participação dos comunistas e da esquerda consequente em geral nestes parlamentos,para ,nas palavras dele “ jogar os churchills contra os lloyd georges “e enfraquecer a burguesia e preparar o terreno para a revolução.
A esquerda que está aí ainda pensa deste jeito.ela não encara a democracia como um fim em si mesmo,mas como um meio para não impor uma “ ditadura”,mas fazer uma revolução,que acabará com este parlamentos.
É lógico que a figura reacionária de Feliciano deve ser repudiada,mas ele obteve a relatoria da cpi democraticamente,por erros das alianças feitas pelo PT.Feliciano representa o pensamento da média do brasileiro ,que é um povo conservador.
Quando a esquerda,diante da derrota,esbraveja,tenta impedir,por diversos meios,a continuidade da CPI,e depois faz reuniões afirmando estar com o povo,ela repete a falência do esquema leninista acima,que não ajuda a esquerda na tarefa de convencer o povo brasileiro.Não há como convencê-lo se na hora da derrota ela não se reconhece derrotada.Não há como mudar o Brasil se não se fizer uma análise realista do povo brasileiro,erro que a esquerda sempre cometeu,vendo com óculos vermelhos um povo branco.
È uma atitude egocêntrica,infantil(aí sim),cínica,porque,na medida em que a esquerda não cresce,aqueles que a lideram não asumem a responsabilidade pessoal da derrota,em sua atividade partidária,parlamentar,reconhecendo a necessidade de renovação teórica e de quadros,temas que deviam ser discutidos internamente,por ela.
O certo é que,como sempre,a esquerda não convence porque vê a democracia como instrumento e não como finalidade e ninguém acredita em quem entra nos parlamentos para destrui-los,como queria Lênin.

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