A
esquerda saiu da “ ditadura do proletariado”para aceitar as regras da
democracia.A democracia implica em vitórias e derrotas,mas parece que a
esquerda não convive bem ,ainda ,com estas ultimas.O caso feliciano o prova.
Normalmente
a esquerda afirma que a democracia é boa para que ela possa colocar as suas propostas
e mostrar ao povo o caráter de sua exploração e o modo de sair dela,guiado pela
esquerda.Ela sempre afirma que a verdadeira democracia é aquela que consagra os
direitos da maioria do povo.Mas quem é povo?Quem é cidadão,dentro do princípio
de isonomia que anima a constituição?Só o povo trabalhador,o povo
pobre(categoria difpicil de definir)?Pelo conceito de cidadania,a burguesia e os
conservadores(outra categoria difícil)também fazem parte do povo.
A
esquerda ainda se mantém presa ao esquema de Lênin em seu texto “ A doença
infantil do esquerdismo no comunismo”,no qual o chefe da revolução russa,para
atacar os radicais do ocidente ,que não queriam participar dos
parlamentos,ditos “burgueses”,afirma ser esta atitude “ uma doença infantil”.Lênin
preconizava a participação dos comunistas e da esquerda consequente em geral
nestes parlamentos,para ,nas palavras dele “ jogar os churchills contra os lloyd
georges “e enfraquecer a burguesia e preparar o terreno para a revolução.
A
esquerda que está aí ainda pensa deste jeito.ela não encara a democracia como
um fim em si mesmo,mas como um meio para não impor uma “ ditadura”,mas fazer
uma revolução,que acabará com este parlamentos.
É
lógico que a figura reacionária de Feliciano deve ser repudiada,mas ele obteve
a relatoria da cpi democraticamente,por erros das alianças feitas pelo
PT.Feliciano representa o pensamento da média do brasileiro ,que é um povo
conservador.
Quando
a esquerda,diante da derrota,esbraveja,tenta impedir,por diversos meios,a
continuidade da CPI,e depois faz reuniões afirmando estar com o povo,ela repete
a falência do esquema leninista acima,que não ajuda a esquerda na tarefa de
convencer o povo brasileiro.Não há como convencê-lo se na hora da derrota ela
não se reconhece derrotada.Não há como mudar o Brasil se não se fizer uma
análise realista do povo brasileiro,erro que a esquerda sempre cometeu,vendo
com óculos vermelhos um povo branco.
È
uma atitude egocêntrica,infantil(aí sim),cínica,porque,na medida em que a
esquerda não cresce,aqueles que a lideram não asumem a responsabilidade pessoal
da derrota,em sua atividade partidária,parlamentar,reconhecendo a necessidade
de renovação teórica e de quadros,temas que deviam ser discutidos
internamente,por ela.
O
certo é que,como sempre,a esquerda não convence porque vê a democracia como
instrumento e não como finalidade e ninguém acredita em quem entra nos
parlamentos para destrui-los,como queria Lênin.
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