Prestes
,como muitos comunistas brasileiros,não sabia nada de marximo e até hoje a maioria
não sabe nada ainda(e não se esforça para saber).O que ele e os comunistas “
aprenderam” foi a versão russa-soviética do marxismo,que nada tem a ver com este último.
O
marxismo afirmava que a revolução
deveria ser internacional,internacional e social e o período inicial,de
ditadura necessária do proletariado,rápido,e que se encerra com o fim do Estado
e a implantação do comunismo.
Muitos
comunistas afirmam que Marx se referiu ao zenstvos russos,formas de produção
camponesa,como gérmens de comunismo,mas isso não autoriza ninguém a dizer que
ele concordaria com a teoria do elo mais fraco de Lênin.
Para
Marx o comunismo implicava numa sociedade industrial previamente
desenvolvida(condições objetivas)e um proletariado consciente,majoritário na
sociedade,preparado na luta(condições subjetivas).Na Rússia tais condições não existiam.O
que havia de classe operária no sentido que Marx usava morreu na guerra civil e
na guerra contra os brancos e o que sobrou foram extratos ligados ao antigo
regime e isto impôs a necessidade,não
realizada, de preparar nova base social para a revolução.
Assim
sendo afirmar que a Revolução Russa comprovou a teoria e
tornou o materialismo histórico e o
dialético a ciência do desenvolvimento e transformação da sociedade é falso,sem
fundamento.
A
postura da militância em geral do marxismo,pelo menos no Brasil,é a mesma daquele sultão que queimou a
biblioteca de Alexandria,alegando que se os livros contidos nela confirmavam o
corão eles não eram necessários e se fossem contra,menos ainda ,ou seja,em
qualquer caso deviam ser queimados.O marxismo não queima livros,mas queima a
atitude científica,que impõe que aquele que lê admita ser mudado,ser
transformado.Não tem sentido ler um livro já tendo uma posição.Não adianta
saber dos crimes de Stálin se ,no final das contas,o militante considere isto
como necessário.
O
militante entende que o povo,o pobre,tem o direito de revolucionar e que nada
pode contraditar esta verdade dogmática,tida como “ científica”,esquecendo que
a ciência é uma coisa e a ética outra.Embora não contraditórias,são distintas.Esta
distinção crispa-o e o militante se
horroriza diante disto e passa a acreditar que é preciso a qualquer custo
juntar os dois,numa ideologia científica,uma verdade dogmática que é mais
afeita à religião.
È
a visão passional do militante que acha que o “ que eu quero deve ser”.
Estas
visões já tinham sido denunciadas nos anos trinta por Marcuse,que afirmou que o
marxismo se tornou uma ritualística na URSS e que servia a uma nova
inquisição,detentora da verdade.
Como
disse em outro lugar é importante estudar os erros do marxismo para dar continuidade
ao processo de transformação,que não depende dele,pois o marxismo não é o único
movimento que transforma.
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