domingo, 26 de maio de 2013

Prestes não sabia de nada



Prestes ,como muitos comunistas brasileiros,não sabia nada de marximo e até hoje a maioria não sabe nada ainda(e não se esforça para saber).O que ele e os comunistas “ aprenderam” foi a versão russa-soviética do marxismo,que nada tem  a ver com este último.
O marxismo  afirmava que a revolução deveria ser internacional,internacional e social e o período inicial,de ditadura necessária do proletariado,rápido,e que se encerra com o fim do Estado e a implantação do comunismo.
Muitos comunistas afirmam que Marx se referiu ao zenstvos russos,formas de produção camponesa,como gérmens de comunismo,mas isso não autoriza ninguém a dizer que ele concordaria com a teoria do elo mais fraco de Lênin.
Para Marx o comunismo implicava numa sociedade industrial previamente desenvolvida(condições objetivas)e um proletariado consciente,majoritário na sociedade,preparado na luta(condições subjetivas).Na Rússia tais condições não existiam.O que havia de classe operária no sentido que Marx usava morreu na guerra civil e na guerra contra os brancos e o que sobrou foram extratos ligados ao antigo regime  e isto impôs a necessidade,não realizada, de preparar nova base social para a revolução.
Assim sendo afirmar que  a  Revolução Russa comprovou a teoria e tornou  o materialismo histórico e o dialético a ciência do desenvolvimento e transformação da sociedade é falso,sem fundamento.
A postura da militância em geral do marxismo,pelo menos no Brasil,é  a mesma daquele sultão que queimou a biblioteca de Alexandria,alegando que se os livros contidos nela confirmavam o corão eles não eram necessários e se fossem contra,menos ainda ,ou seja,em qualquer caso deviam ser queimados.O marxismo não queima livros,mas queima a atitude científica,que impõe que aquele que lê admita ser mudado,ser transformado.Não tem sentido ler um livro já tendo uma posição.Não adianta saber dos crimes de Stálin se ,no final das contas,o militante considere isto como necessário.
O militante entende que o povo,o pobre,tem o direito de revolucionar e que nada pode contraditar esta verdade dogmática,tida como “ científica”,esquecendo que a ciência é uma coisa e a ética outra.Embora não contraditórias,são distintas.Esta distinção crispa-o e o militante  se horroriza diante disto e passa a acreditar que é preciso a qualquer custo juntar os dois,numa ideologia científica,uma verdade dogmática que é mais afeita à religião.
È a visão passional do militante que acha que o “ que eu quero deve ser”.
Estas visões já tinham sido denunciadas nos anos trinta por Marcuse,que afirmou que o marxismo se tornou uma ritualística na URSS e que servia a uma nova inquisição,detentora da verdade.
Como disse em outro lugar é importante estudar os erros do marxismo para dar continuidade ao processo de transformação,que não depende dele,pois o marxismo não é o único movimento que transforma.

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