segunda-feira, 13 de abril de 2015

A terceirização já existe



Na verdade  alguns setores da
sociedade    reproduzem  este  esquema  de terceirização,inclusive  na  classe  média.
O  setor  dos  professores  universitários  das Faculdades  Particulares  é  um deles,mas  também  os  médicos  no  setor  privado.
Esta  tendência  geral  vem desde a  ditadura militar,cujo objetivo de  acabar  com  o  setor  público  brasileiro  se  coadunava  com  o  de destruir  toda  forma  de oposição.
Naquela  época,no entanto,ainda havia  regras  rígidas de avaliação,derivadas  do  passado  recente.Ainda  havia  uma preocupação de  qualidade,mas  com  o tempo  estes  setores,como outros,foram  vencidos  pela  formação de  um pacto demagógico que até  e  às  vezes,principalmente,  a  esquerda reproduz,com gosto.
Todo  mundo sabe  que  nas  Faculdades  Particulares o professor  é  um mero  carimbador de diploma.O  professor  é despesa  enquanto o  aluno  é  receita,logo  este  último  é  mais importante.
A  esquerda,em  vez  de  questionar  o  processo  de desqualificação  que está  embutido nisto,” inventa”  que  isto  abre  mais  espaços  para  os mais pobres,mas  nestas  faculdades    quem  tem dinheiro  entra,enquanto  que  na universidade  pública  entram  menos.
O que  caracteriza  este  sistema  como aquilo  a  que  nos  referimos  no artigo  anterior,é  que os  professores contratados  o  são  a  preços  e salários  baixos,porque são  especialistas e  os  mestres e  doutores  são  minoria.
Além  do  mais  eles  são  frequentemente   demitidos  e  substituídos  por  outros , dentro  daquilo  que  se  chama    acumulação  primitiva  do capital”.
No  setor  médico  tudo isto  acontece  também e  os  sindicatos  não  fazem  rigorosamente  nada,porque estão ligados a  este  projeto  de  governo  do  PT  e  não  querem  fazer  marola  que o  prejudique.
Com  isso,no entanto,reproduzem o esquema  de  tutela  que vem  de  Getúlio  Vargas ,mas  sem a  perspectiva de proteção  do  trabalhador,porque  entendem  que a  simples  facilitação dos  pobres  quanto  à  entrada  deles  nas  escolas  garante a  democracia  política e   social  prometida  pela  tradição da esquerda,o  que  não  é  de modo  algum,verdade,sendo  só a  reprodução  da  tutela  do  capitalismo predatório  e  selvagem  do Brasil,autárquico e  a serviço  das  elites,que  admitem  que o  povo  participe  do  processo de educação,enquanto  somente ,operadores  razoáveis de suas  profissões,ganhadores  da  sobrevivência,outro conceito típico  deste regime  econômico,que mantém a  super-exploração  não  apenas  com  salários  no  nível  da  necessidade  da  sobrevivência,mas  também a  capacidade profissional  neste  mesmo  nível,sem a visão  de  prosperidade,de crescimento,essencial  para  uma  nação  competitiva ,como  é toda  nação industrial.
Se  somos  ,até  hoje  ,fornecedores  de  matérias  primas  para  ,depois,importá-las  como produtos  industriais   a  alto custo,para  o  bem  dos  países  ricos,importamos  conhecimento  limitado  deles  para  fornecer,ao  inverso,  uma  mão-de-obra acrítica,que  não  quer(?)questionar  este esquema,mas    aproveitar  a vida”,os  feriadões,o  carnaval,sendo  toda  preocupação  coisa  de  Mané.E  a  esquerda  ajuda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário