Uma das
categorias que demonstram as relações
históricas entre a religião
cristã e os radicais de esquerda,nas
mais diversas denominações(kkkk),,é o
conceito de revolução.
Max Weber,num
livro importantíssimo,”Rejeições
religiosas do mundo”,mostrou como
as seitas protestantes amplificaram a idéia
de que o mundo real é o lugar do demônio,da perdição,o qual deveria ser rejeitado pelo
fiel,na busca pura e
simples da relação com Deus.De casa pro trabalho e do
trabalho pra casa(kkkk).
Mutatis mutandi o conceito de
revolução para os radicais de esquerda ocupa um lugar semelhante na psicologia dos
militantes.Ele cria a
impressão de que a vontade é
suficiente,depois da tomada de consciência
da exploração,para mudar a sociedade no sentido desejado.Tudo o mais na
politica é perfunctório,sem importância,diante
desta verdade.
Eu já me referi no meu blog sobre marxismo,à relação entre Lassalle e Marx.Num determinado momento Lassalle,do
Partido Social-Democrata alemão teve que
negociar com o governo de Bismarck,para
não perder o contato com as massas,no que foi asperamente reprovado por Marx,que rompeu relações com ele.Segundo Marx esta atitude desviou o povo trabalhador da senda da revolução,o que é verdade.
Mas o fato é
que enquanto ela não vem,o
que se pode fazer para
ganhar ou manter as relações com as massas?Esperar a revolução,virando as costas ao cotidiano
de exploração,por achá-lo,horrendo
,demoníaco,não é permitir que os
setores reacionários tomem o lugar dos
militantes?
Tanto Lassalle
quanto Deng Xiao Ping perceberam que
enquanto a utopia
não vem,é preciso se relacionar,no cotidiano,com o mundo,com o
trabalho,de modo a melhorar a condição dos explorados.Se isto os desvia da
utopia,pouco importa,porque a
melhoria destas condições coloca os trabalhadores em
maior entendimento com seus representantes.A
vida demonstra que deixar de lado o mundo,como os religiosos,joga os explorados nas mãos
dos exploradores.
Esta verdade mostra que a
idéia de revolução está morta e
que o melhor é a estratégia
de reformas,o movimento e não o fim,não importando a cor do gato desde
que ele pegue o rato.
Dentro das
minhas análises de conjuntura o pronunciamento anti-capitalista de Luciana Genro mostra que eu estou certo em dizer que a história se
repete.Em frente a esta bagunça que se
tornou a politica brasileira,tinha que aparecer o setor do radicais,que acham que a
crise é o vestíbulo da revolução e que por isso,as conquistas
passadas não importam,mas sim o ato de
vontade revolucionária anti-capitalista.Estes radicais
não lembram(ou não viram nunca)que mesmo em Marx,há uma necessidade de preparação politica para o momento da
revolução e da tomada do poder.
Entre a
resistência ao mundo real e a
ignorância da história e
da teoria ,o papel histórico
destes radicais é sempre o mesmo:preparar a vitória
da direita.
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