A visita
e palestra de Pepe Mujica ao Brasil
suscita muitas reflexões sobre a esquerda e o seu processo de aprendizado.Em
primeiro lugar ela ainda está no
passado,pois as manifestações típicas do culto à personalidade havidas na
concha acústica da UERJ o provam.
Contudo há sinais
de progresso,na figura de Mujica.Quem,como eu,nos anos oitenta ,seguia a URSS,tinha reações ambíguas com aquele
fausto demonstrado pelos
governantes,Brejnev e Gorbatchov.Brejnev ia regularmente a uma Dacha,onde era fotografado depois de uma bela sauna,ao lado
de uma piscina.Ele tinha uma coleção de carros
americanos caríssimos.
Mujica aponta
para uma superação definitiva desta atitude
que não é admissível num revolucionário.O revolucionário deve ser austero,no mínimo,e não se colocar acima
do povo,pobre,que ele diz representar(embora nem sempre com eleições...).Revolucionário não pode ganhar 400 mil reais por palestra,sem,pelo
menos ,dividir este valor com os outros.Tem muito esquerdista no Brasil que
defende o povo ,mas não admite fazer conferência em hotel de quatro estrelas,não admite que a comida seja ruim,um problema.
Apesar das
minhas divergências com Prestes eu admirava esta coerência ,até excessiva,da
parte dele.
Mujica podia
receber o salário de Presidente,num valor menor,porque como funcionário público
ele é um trabalhador,mas o tecido adiposo não.
Isto é uma
característica do novo revolucionário.Outra é o que ele disse sobre usar o
dinheiro para resolver o problema social.Que não há contradição entre uma
coisa e outra.Marx substituiu na velhice o conceito de Alienação
pelo de Fetichismo da mercadoria,o predomínio do mercado sobre as pessoas.A linha
tênue que separa a administração do capitalismo e da sua superação,passa por
este conceito,o de fazer com que as pessoas comandem o capital e não o
contrário.
Se Lula e
Dilma soubessem disso não estava esta bagunça...
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