quarta-feira, 27 de junho de 2018

Delenda Germânia VI


Pausa no desfrute da Copa



Fiquei de completar as minhas reflexões sobre a Alemanha e seu evidente crescimento.Lendo sobre a unificação do país,deparei-me com um fato que havia esquecido e que tem  a ver com os meus artigos sobre a independência da Catalunha.
O pretexto para a Guerra Franco –Russa de 1870 ,que criou as condições de unificação da Alemanha foi a candidatura de um aristocrata alemão hohenzolern ao trono da Espanha.Bismarck criou uma série de qüiproquós para insuflar o nacionalismo francês,que se sentia ameaçado por um ataque à  sua zona de influência ,da qual a Espanha fazia parte.
Com a vitória sobre a França de Napoleão III,o nacionalismo alemão cresceu.Às regiões protestantes do norte da Europa ,que já tinham se unificado,juntaram-se as do Sul,católicas,em nome de um Império Alemão que se tornaria mais e mais ,nos anos seguintes,uma “ nação alemã”.
Alguma semelhança com o que acontece hoje com a tentativa de separatismo da Catalunha?Porque Angela Merkel  defendeu a unidade espanhola,recusando apoio aos políticos separatistas e a Bélgica os apoiou?Porque com a eleição de Trump  a Alemanha está imprensada entre dois gigantes nacionalistas,Estados Unidos e Rússia e precisa se reforçar na Europa ,refazendo as suas alianças e áreas de influência para conter o avanço  destas duas “ colunas de Hércules”.
Até o Partido Social-democrata alemão aceitou mais um mandato para Angela Merkel,abrindo mão da alternância de poder,em nome da defesa do país.
O fato de defender a causa da unidade espanhola significa que os alemães se tornaram os árbitros de sua mantença,enfraquecendo ,por tabela,França e Reino Unido.
Nunca se viu dois dirigentes tão inexpressivos como Teresa May e Macron,mas a sua inexpressividade tem a ver com a situação de suas nações,numa conjuntura idêntica àquela que prenunciou as duas guerras mundiais e cujo começo está na política de Bismarck.
Há que investigar o grau de conexão da Alemanha com os políticos catalães,porque,como no século XIX,pode estar rolando dinheiro por debaixo dos panos,assim como rolou  para os espanhóis em 1870.
O que me impressiona é a ingenuidade perigosa das esquerdas brasileiras(acantonadas em ONGs financiadas pela Holanda)que defendeu o separatismo,vendo nisso uma oportunidade de implantação do socialismo.É de matar de rir.



sexta-feira, 22 de junho de 2018

Neymar,meu bom,pensa só no jogo


Foi um sufoco este jogo contra a “ poderosa” Costa-Rica.E como eu conceituei,o brasileiro conceitua muito vendo os seus ídolos do futebol ,nas suas atitudes.Só se ouve durante este dia do jogo as pessoas refletirem sobre as ações de Neymar nele(no jogo) e até agora,na vida.
Todo profissional deve saber que ele tem que entender tudo o que está em torno da sua atividade.Eu aprendi isto com Shakespeare.O que me fascina em Shakespeare é exatamente o fato dele ser homem completo de teatro e ter jogado com todos os seus elementos.
Eu disse uma vez que Shakespeare atuava num teatro que buscava a reunião de todas as classes do reino inglês,do peixeiro à Rainha.Os seus textos,muito complexos, poderiam afastar os mais simples,mas ele organizava a ação teatral de forma a interessar a todos.
É neste contexto  que a aparição dos fantasmas shakespereanos se faz presente:quando uma peça era muita cheia de aventuras,como Ricardo III,o fantasma aparecia no final(o fantasma de César);quando o texto era muito complexo ele era distribuído pela peça,como em Hamlet.E quando as próprias figuras eram fantasmáticas,fantasmas não apareciam,como em Rei Lear.Isto sem falar em Macbeth.
O que o Neymar precisa saber é que ele tem que se importar menos com o que dizem dele e com a sua imagem e focar na sua profissão,como Shakespeare.
Um outro exemplo pode lhe servir de base para uma reflexão profissional a ser aplicada no próximo jogo:Sócrates e o conhecimento.Sócrates,nos albores da filosofia,mostra que o conhecimento não é quantitativo,mas qualitativo,discernidor.Não é saber muito,mas bem,identificando o essencial no emaranhado de coisas que a vida apresenta e que ,às vezes,nos confunde.
Neymar já tem maturidade,  e vivência para entender certas coisas,mas parece se fechar em si mesmo e não aprender com a sua atividade.
Não é o caso de driblar ou não driblar:é saber quando fazer isto e quando não.Hoje,diante de um time fraco é que era a hora de driblar,partir para dentro.A defesa costa-riquenha mostrava falhas e possibilidades.
Os times europeus,melhores,têm bons sistemas táticos,mas também jogadores mais escolados,capazes de evitar o drible.Neste momento é hora de passar,de lançar,de jogar coletivo,mas diante do mais fraco não tem esta de humildade.Há  que reconhecer o próprio valor como legítimo e ir fundo.Mas isto só faz quem pensa constantemente na sua profissão e não no cabelo.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Novo livro



Amigos estou publlicando a partir sábado   o meu novo livro de crítica.Quem o quiser é só falar comigo pelo email ecaxeiro@hotmail.com

quarta-feira, 20 de junho de 2018

aviso aos jornalistas


Tenho percebido que muitas das minhas idéias têm sido usadas por vocês.Não há expressão econômica,mas exigência moral de citar o meu nome.No fantástico último teve uma matéria sobre Freud que foi nitidamente inspirada no meu trabalho.Me citem,qual é?

domingo, 17 de junho de 2018

Trump e Kim:eu disse


Eu disse que cão que ladra não morde.Tudo era xixica.Trump e Kim se encontram para fazer um acordo,que precede ,no mínimo,uma transição no regime stalinista da Coréia.Era tudo pura e simplesmente uma maneira de iniciar o diálogo  sem demonstrar fraqueza.O que convenhamos não adianta nada,porque a fraqueza do regime norte-coreano é total,em todos os sentidos e vai ter um peso no processo de paz.
Contudo este peso se submete aos interesses geopolíticos dos estados unidos.Este país tem todo o interesse em acabar com mais um regime comunista,mas existe a possibilidade de uma crise humanitária que a China quer evitar(porque ela seria a mais atingida),qual seja a migração de milhões de pessoas,famintas e sem roupa.
De outro lado há o problema das famílias divididas.Com um processo de paz seria fácil de resolver isto.Mas a intercambiação de pessoas,principalmente vindas do norte acabaria por desestabilizar o regime,já que estas pessoas vão querer permanecer com seus parentes no sul e as noticias do progresso da Coréia do Sul induzirão a todos a sair.
Para Kim é melhorar o regime,talvez num sentido Chinês de concessões e adiar a transição.Para Trump,efetivar o desejo de por um fim no problema sem causar os transtornos esperados.É um xadrez complexo e difícil  de resolver,mas o traçado é este:ajudar a Coréia do Norte a se estabilizar economicamente,com a ajuda dos EUA e depois forçá-la a uma transição pura e simples ao capitalismo.A China deixaria?
Uma Coréia unificada ,capitalista, seria uma ameaça à China,que só tem uma alternativa,que é exportar o seu modelo para os norte-coreanos e evitar a presença hegemônica dos EUA.