sábado, 26 de setembro de 2020

Esclarecimentos (de novo) sobre a dicotomia direita/esquerda

 

Minha posição

Como não adianta eu explicar,explicar e explicar que ninguém entende ou deturpa o que eu falo,não me resta senão repetir para não ser mal entendido ou interpretado.

De forma alguma eu me coloquei como alguém além da direita ou da esquerda.Sou um homem de esquerda ,preocupado com as mesmas coisas com que me preocupava quando tinha a idade da foto constante do artigo anterior:a miséria,a injustiça,etc,etc.

Contudo eu me nomear ,agora,como centrista,centrado na minha inserção como cidadão/trabalhador de meu país,não significa o que a maioria pensa:trabalhista,nacional socialista,direita tradicionalista.

O nível de ignorância da esquerda a induz a dizer coisas inacreditáveis.Mas há pessoas de direita que seguem pelo mesmo “ sendero luminoso”.

O meu ponto de partida é a II Internacional,onde o conceito de nação ,como unidade cultural,aparece dentro do marxismo.Antes que algum beócio branco ou vermelho venha gritar contra isto,quero dizer que não é porque eu parto da II Internacional que apóio incondicionalmente (com a mão no coração)o que ela fez.Não acho que ela acertou tudo,que é o farol da humanidade,nada disso.Há muito tempo deixei de ser criança.

Alguns valores e idéias não se identificam com grupos ou pessoas,mas fazem parte de uma elaboração de época,de pessoas sim,que não têm nada a ver com o que outros fizeram de errado.

A II Internacional acabou com a ascensão do nazismo,que pelo que eu saiba reprimiu igualmente a ela e ao comunismo da terceira internacional.Aliás foi por culpa desta última ,como já expliquei,que o nazismo pode se instalar...

As pessoas,em todo lugar,rádio(isabele),têm que ler os meus artigos ou livros ,porque senão não vão entender o que eu digo,a menos que estejam usando estes meus conceitos para deturpá-los intencionalmente.

Ser centrista não é não ser nacionalista,pelo contrário,é incluir a nação,o fenômeno nacional na luta da esquerda.De certa maneira é ir um pouco além de Gramsci,mas é ser de esquerda.

Muita gente de esquerda vai dizer que ela já incluiu a nação,mas vire e mexe,quando ela perde o contato com a sociedade,se volta para o internacionalismo,lembrando que leu em orelha de livro de Karl Marx,que “ o operário não tem pátria”,o que vimos no governo Dilma.

Além do mais o esquema básico do radical(beócio)é aquele do Lênin:desenvolver a revolução burguesa num país,para depois passar por cima deste revolução e espraiá-la por todo mundo .A História já provou que este açodamento só reverte,só retrocede.

Uma revolução burguesa para se tornar firme e criar as condições do socialismo e comunismo,leva tempo.Este lapso é que é o problema.

O que define a esquerda é ela se preocupar com a questão social.EU NUNCA VI A DIREITA TER ESTA PREOCUPAÇÃO.Em alguns momentos a direita até tentou trazer certos itens do programa de esquerda para a sua politica.Lembro-me do governo de Maluf em São Paulo em 1982,cujo secretariado continha elementos da esquerda comunista,como Rodolfo Konder.Nelson Rodrigues,talvez por influência das conversas que teve com Arnaldo Jabor ou com João Saldanha,opinou sobre certos fatos ,dentro de um prisma de esquerda.

Mas é só.A direita se divide basicamente em uma artística ,especificamente literária, e uma ativista,politica.A direita literária e artística é importante sim.Ela demonstrou o óbvio:que é mentira das revoluções e dos movimentos de esquerda que todos se benficiam necessariamente de suas ações.

A direita é individualista,no sentido de defender o integrismo individual diante dos achaques da politica,das revoluções e discursos demagógicos.

A esquerda se compromete com o problema social.Daí para a frente tudo é discutível,mas ela sobrevive porque é a única que se interessa.

Tem um intelectual brasileiro “ novo” aí,Pondé,que diz que a esquerda é uma “ jogada de marketing”.Absolutamente.

Por tabela ,por considerar a questão social,a esquerda inclui outros movimentos,como o lgbtqI,o movimento negro,o feminismo,mas a prioridade,para a qual a esquerda já não está nem aí,é a questão social(condições materiais de existência).

Este centrismo anódino que muita gente defende aí,apoiando Bolsonaro,tem a mesma função que o neutralismo nos EUA ,antes da II Guerra:favorece a direita,o nazismo.

Eu sou centrista por incluir a nação,mas não sou nacionalista.Incorporo algo do trabalhismo,mas não sou trabalhista.Sou social-democrata,mas penso numa nova social democracia,diferente daquela que nasceu na época de Marx,sem perder este elemento decisivo da questão social.



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