sábado, 13 de fevereiro de 2021

A Frente de esquerda II

 

O que acontece é que a esquerda é diferente da direita.OH!Ela não é imediatista,ela busca entender e resolver o problema social.Como o problema social é complexo,dificil,não há como pensar numa esquerda responsável,capaz de costurar uma frente de esquerda com um projetinho de poder,construído às pressas,por necessidades eleitorais.

Diante do quadro horrendo que se apresenta diante da esquerda a proposta de Boulos é válida,mas ela vai ser sempre caudatária ,se cristalizada agora,deste imediatismo..

Muitos elementos são essenciais para que se constitua um projeto para o Brasil:inserção,no tempo,da esquerda ,nas questões sociais;compreensão real e atualizada do que é a nação;legitimidade das vanguaradas de esquerda,que não podem ser só assistencialistas,mas preocupadas com a real emancipação do povo;republicanismo radical;laicismo bem fundamentado e... partidos programáticos fortes.Em outra ocasião pretendo analisar cada um destes itens.

Por agora a sua elencagem é um pontapé inicial(espero)para discussões que não se limitam a este imediato eleitoral que nos assombra.Estamos ao sabor dos acontecimentos esperando o milagre da “ ventania”,no dizer de Fernado Henrique Cardoso,para tirar o que está atualmente na cadeira presidencial.

Ao longo dos anos e desde bem o inicio deste meu trabalho,no blog sobre os livros que eu li ,sempre me referi à figura de Otávio Brandão,o ex-anarquista ,que entrou para o partido comunista e discordou do personalismo de Prestes:em um documentário,Brandão diz o que eu acho certo e é preciso ,em momentos como estes,em que a criatividade é chamada para mudar este panorama terrível,destacar aqueles que estavam certos no passado.Ele diz:” era preciso fazer o trabalho de massas o quanto fosse necessário,durante o tempo que fosse,para alcançar o poder”.

De décadas em décadas,de auto-crítica em autocrítica,Prestes(e Amazonas)sempre tonitruaram virtudes mágicas ,capazes de levar as massas ao paraíso.No tempo de Brandão,Prestes afirmou que “ bastava uma liderança como a dele para revolucionar”.Depois reconheceu que estava errado;Em 50 também ,em 64 também ,etc..,etc.

O caminho da luta da esquerda,da luta histórica ,é este,como foi feito e provado pelo partido comunista italiano.Não é poder pelo poder,é o poder com uma base,solidamente construída,legitimada por lideranças austeras ,que não são movidas pela avidez do poder,como no caso de Palmiro Togliatti,que ficou sozinho,contra o desejo do partido de precipitar uma revolução,nos anos 50.

Embora de maneira crítica(como é lógico)admito um politico assim ,que abre mão do nome,em nome do coletivo e de algo maior.Poucas lideranças na esquerda têm este grau de responsabilismo e apesar das minhas críticas,as admiro quando as vejo.Aqui no Brasil uma figura semelhante é a de Gregório Bezerra.

Estes são os pródromos da atividade politica de uma esquerda sempre moderna.

vaa


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