quinta-feira, 9 de março de 2023

Mais defesa do meu trabalho

 

Outras acusações me assaltam frequentemente,questionando o meu trabalho.Alguns cretinos afirmam que eu penso ser mais do que os outros,que eu penso que os outros não fazem a mesma coisa.

Olha só,vou tentar explicar:na altura da minha vida chega a ser ofensivo alguém achar estas coisas de mim.Em momento nenhum eu me preocupei com estas questões ,ser primeiro e único,e mais do que isto faço o que faço para abrir a porteira da criatividade dos outros.O que eu defendo para mim defendo para os outros.

Ainda não trabalhei com este problema,da maneira analitica que sempre uso.Mas o farei proximamente.

Na História das sociedades existe um pêndulo entre a absoluta liberdade de investigar e a repressão ao processo livre de investigação.

Os dois grandes momentos de liberdade foram a Jònia do século VI,que viu o nascimento de uma pletora de sábios que fundaram as bases do conhecimento ocidental e o Renascimento.Após este último,como mostra Max Weber,houve um processo racional e racionalizador da investigação,estabelecendo pela primeira vez critérios institucionais de controle, com certas formas de aferir a qualidade do pesquisador.

Na verdade,de um jeito ou de outro desde os refridos gregos sempre houve uma escola encarregada de determinar quem tem condições ou não de pesquisar,mas até ao Renascimento a liberdade era muito maior para permitir que autodidatas pudessem produzir e ser reconhecidos.

Aqui no Brasil antes da década de 60,portanto da ditadura militar,o notório saber era admitido e não havia grande resistência em absorver esta contribuição no mesmo nivel de quem tinha passado pelas universidades.

Entre outros exemplos os rábulas juridicos que obtinham reconhecimento do judiciário quando a sua prática demonstrava a sua capacidade de atuação no foro.

Evandro Lins e Silva considerado o maior advogado prático do século passado foi provisionado e nunca frequentou a faculdade de direito.Não vou discutir agora esta questão,mas o que naturalmente provo com estes exemplos é que alguém que buscasse conhecimento e o produzisse,sem certificado,sem diploma,se produzisse algo de bom,tinha repercussão.

Hoje,num assomo geral de controle e manipulação do saber,quem ,como eu, produz saber não só não é reconhecido como ainda é vitima de um preconceito imenso e é olhado de cima para baixo,por professores que não fazem outra coisa a não ser cuidar da carreira e reproduzir poder.


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