quarta-feira, 27 de setembro de 2023

De novo Marilena Chauí O conhecimento é maior do que todos nós


Tendo feito críticas bem fundamentadas ao trabalho da Professora Marilena Chauí,um dos raros intelectuais que eu citei(fora as da Terra é Redonda[até porque não me citam]{numa postura elitista])pensei que ela e os garotos que estavam do lado dela(para mostrar que qualquer um deles era melhor do que eu[conheço bem este truque de desmoralizaçãoe repressão])tinham desaparecido.

Mas ela veio aqui nas minhas redes para mostrar o titulo de doutor honoris causa que ela vai receber(ou já recebeu).

Eu quero tecer algumas considerações sobre esta resposta da professora,a partir de fundamentos filosóficos ,éticos e profissionais.

O conhecimento é maior do que todos,e quando eu digo todos ,me refiro ao Ernesto,à Chauí,a Einstein,Newton e Galileu.Há certas coisas que transcendem às pessoas:a revolução,a ciência,o meu Fluminense,as nações.Como no leito de morte disse Camões: “morra eu,mas a pátria não”.

O conhecimento é assim porque ele é mutável também.Lembro-me que tomei conhecimento desta verdade acompanhando as polêmicas com o pensamento soviético,patrocinadas no Brasil por Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho.

Eu montei um curso para este último no sindicato dos professores em que ele tratou do livro de Lênin “Materialismo e Empiro-criticismo”(o livro filosófico mais anti-profissional da história)afirmando que lênin(a meu ver seguindo Hegel)paralisa o movimento inevitável do conhecimento,como de resto de todas as coisas.

Deste modo receber um titulo pelo conhecimento não tem cabimento,porque ele pode mudar no momento seguinte,pode deixar de ser importante de uma hora para outra e assim sucessivamente.

Dar um titulo por trabalhar formando gerações,durante muitos anos,com competência e eficiência tudo bem.Receber um titulo por um ato que modifica para melhor a vida da humanidade,ainda que simples ,tudo bem.

Mas pelo conhecimento não.Pouca gente sabe que Einstein não recebeu o prêmio Nobel por causa da relatividade,mas por causa do efeito fotoelétrico,que é mais simples e é uma descoberta um pouco “ lateral” em todo trabalho do cientista.

A relatividade é tão ampla,tratando de todo o Cosmos,que ninguém tem segurança de que ela vai valer sempre(u vale agora[quem sabe?]).Dizem que no final da vida Einstein afirmou que uma “ equação (como a dele[e=mc2])é para a eternidade.Se é verdade, revela um traço comum em cientistas e pensadores do século passado(entre os quais se inclui a senhora Chauí):que é considerar a eternidade(bem como o absoluto) como um conceito imutável,algo dado desde sempre,no que é uma contradição com o que dissemos acima(sobre o conhecimento).

Além disto tudo a postura dos intelectuais fica provada aí como sendo idêntica aos intelectuais tradicionais,da burguesia e de outras classes:só o interesse individual,profissional é que move estas pesssoas.

No inicio os radicais de esquerda abrem espaço para aqueles que não têm diploma,mas depois ,quando a estrutura de um lugar se faz necessária ,junto com o controle dos criadores ,quando o poder toma o lugar do saber,tudo se iguala ao antigo regime que era criticado.

Assim se deu na URSS e no socialismo real:no inicio qualquer pessoa de saber notório é recebida e reconhecida,mas depois ela tem que se enquadrar.

O caso mais típico foi o do fisico Landau:nos albores da revolução,a sua falta de diploma não o impediu de contribuir muito para a ciência soviética.

Quando necessário o controle foi torturado e preso cinco vezes!!até se enquadrar.

O mesmo se dá no mercado capitalista menos controlado:o produto é usado até dar lucro.Ao acabar de servir a este fim ele é jogado fora,como Elvis Presley et al.

O capitalismo cru é igual ao socialismo real.E o intelectual que põe barreiras aos outros é o mesmo da URSS:ele não quer ameaça ao seu prestigio adquirido e sacrifica o movimento do conhecimento. “ depois de mim o dilúvio”


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