quinta-feira, 22 de agosto de 2024

domingo, 18 de agosto de 2024

Críticas aos meus textos pessoais

 

Muita gente me critica por falar muito em questões pessoais de família, mas é porque eu não tive família. A minha era extensão pura e simples do Partido Comunista e do movimento comunista mundial.

Na minha infância, não era tomar sorvete o essencial, mas saber o que vinha de Moscou, como novas diretrizes.

Por isto, não só me acho no direito de fazer estes textos, mas no dever de mostrar como esta intersecção é perigosa.

Sempre algum “amigo” meu, comunista, bastante embotado, vem dizer que isto acontece em muitas famílias, não só nas de esquerda. Mas há diferenças que precisam ser pontuadas para identificar a causa de problemas específicos.

E há outros“ amigos” que se acham modelos do mundo e que vêm sempre afirmar que, se eles conseguiram enfrentar estas dificuldades sem dizer nada, eu devo agir assim.

Mas cada caso é um caso, cada pessoa é diferente, sendo esta verdade um anteparo eficaz contra estes conceitos abstrusos totalitários.

Há famílias que se distorcem devido ao dinheiro: os pais dão dinheiro aos filhos e se isentam do resto. Há religiosas que entregam tudo para Deus e se isentam da responsabilidade educativa.

E há aquelas que inventam outros deuses, como o materialismo dialético, o marxismo, que teriam, como“ ciências”, resolvido tudo, não havendo mais problemas, inclusive familiares.

Também servem de justificativa para se isentar dos filhos, de suas necessidades. Isto sem falar nos problemas familiares causados pela luta política, que aparecem, por exemplo, no filme Marighella.

 

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Lula: dou a mão à palmatória

 

Realmente, agora que Lula faz o que eu esperava, se encaminhar para o não reconhecimento do regime de Maduro , acho difícil que haja encenação, jogo de cena.

Porém, quando se trata de política, há que ficar sempre com um pé atrás.

Eu analisarei esta situação atual com a esperança de que a estrada seja a do não reconhecimento, porque é claro que as eleições venezuelanas foram fraudadas e no mínimo deve haver outras ou reconhecimento da vitória da oposição.

O apoio pura e simples ou indireto, como parecia, ao chavismo, jogaria uma água tremenda na" nossa” direita daqui.

Ainda que esta preocupação seja a única coisa que passa na cabeça do governo (e não o compromisso com a democracia), já será um avanço em função do que foi dito acima.

Não se pode brincar com isto. O governo já não atua para evitar a continuidade da direita, como eu venho alertando sobejamente e se agora errasse na estratégia, tudo pioraria sensivelmente.

Pelo menos o pragmatismo se fez sentir no governo, mas há que ficar sempre atento a estas idas e vindas constantes do Presidente, porque ele também faz parte deste diapasão" socialista", no qual o chavismo está.

Ele não pode nem ir para a direita e nem, muito menos, para a esquerda, permanecendo num centro forçado, que o torna um pouco refém das circunstâncias ou da condição objetiva.

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

De (alguns) comunistas e suas mentiras

 

Por que perdi a confiança

Quando era pequeno, ouvi de meu pai e de outras pessoas que os PCs eram os únicos que diziam o que faziam e vice-versa. Quando iniciei a minha experiência de militante no começo dos anos 80, notei que não era bem assim.

Em primeiro lugar, naquele momento em que se superava a ditadura, o que se dizia nestas hostes vermelhas era que a democracia, contra o pensamento de Lenine, era um fim em si, uma finalidade. Usava-se a expressão “democracia como valor estratégico”, por oposição ao “valor tático” de Lenine.

No entanto, na prática, eram só palavras e, no decorrer dos anos, notei que era só fachada para continuar pensando em termos de “a doença infantil”. A democracia não era uma finalidade em si mesma, mas um trampolim instrumentalizável para uma “democracia superior”, melhor…

Assim também, desde o momento em que entrei no movimento, nos albores dos anos 80, eu verifiquei que se dizia uma coisa no movimento de bairros, outra no movimento estudantil, outra entre os advogados e outra na minha casa.

Como resultado desta constatação de que não havia coerência nenhuma, passei a desconfiar dos comunistas e a exigir, mesmo sendo alguém de esquerda, que eles provassem o laço indelével entre eles e a democracia, como fizeram os italianos e os holandeses e outros partidos, principalmente pela Europa.

Continuo em busca desta coerência entre o fazer e o dizer e vice-versa.

 


domingo, 11 de agosto de 2024

Eu,no amor, Sou como Engels

 

Em  “A Origem da família ,da Propriedade e do Estado” Engels expressa a sua concepção de amor livre :o amor livre ,com base em seu fundamento, é aquele que provém do sentimento amoroso ,sem intervenção de qualquer outro poder ou mediação que não seja esta,a do amor .

Na visão de Engels a pura liberdade amorosa dispensa o “imóvel”,as garantias econômicas e jurídicas.Aí eu discordo.

Os encadeamentos amorosos não são seguros  ab initio .Eles se modificam,por razões endógenas e exógenas e este período ,digamos, de experimentação,constituído posteriormente ao fim do enlace(de namoro,de noivado e do casamento)força compensações.

A personalidade de Engels se me afigura(como a de Marx)como a de um romântico idealista,de extração rousseauista:retirou a propriedade e tudo o que dela emana que a utopia surge no horizonte.

Mas não é assim que a vida funciona(e certamente prossegue na utopia):há percalços no caminho,alguns inarredáveis.Uma pessoa como Engels,lá no fundinho,quer se livrar de problemas que acompanham a humanidade.

No amor,tão difícil de achar,a tentação do perfeito está ali na esquina(como a revolução e  a utopia).

Se não se souber ,no entanto ,admitir estas imperfeições ,corre-se o risco de se tornar um Moisés ,olhando de longe a terra do maná...

O meu momento inarredável nesta procura é congênere ao que se disse no inicio:eu nasci num contexto de mediações como as que Engels denotara.Só que no plano da esquerda:assim como Engels identificou a propriedade e seus efeitos como interrupções e intervenções ao amor e à paixão(como em Romeu e Julieta)o coletivismo socialista cumpre a mesma função.

Além de tudo, estas interposições coletivas ,no final,suprimem uma condição da paixão e do amor:a privacidade,o intimo.

Comumente,quando arrumo uma menina ,uma namorada,o mundo todo me cerca:família,religião,amigos.

Sinto-me como um integrante da família real britânica em que todos atos da vida são rituais públicos,inclusive os atos pessoais e íntimos.

Eu já pensei em mandar para a ONU um projeto dando conta de que talvez o problema da humanidade  seja deveras o meu casamento.

De(alguns)comunistas E suas mentiras

 

O meu procedimento axiológico em frente aos comunistas é o mesmo com os católicos e cristãos em geral:assim como há comunistas de boa índole e sublimes,há os criminosos.

Na igreja católica há pessoas sinceras,honestas ,sublimes.Mas há os pedófilos,os ladrões e outros criminosos de jaez variado.

E parece-me um padrão da e na História de que sempre o aparelho é dominado por estes criminosos.É algo que analisarei depois.

Outro problema é porque estes dois lados,não raro,convivem,com a anuência principalmente dos bons.

Aquilo que é feito pelos maus não mancha a dignidade dos outros.O fato de existir católico pedófilo  não  o iguala àquele que é correto.

Mas em termos de movimento o comprometimento de sua confiabilidade é real e mais ainda o silencioso apoio que o bom oferece ao desviante repercute sobre ele,quer queira ou não.

Os crimes de Stalin não repercutem na honra de alguns comunistas,mas a sua  leniência ,sob que justificativa,tem o mesmo efeito acima referido.

Alias há que se reconhecer que os crimes em nome do socialismo e do comunismo tiveram impacto paralisante em todo o resto do movimento e ainda ecoa nos dias de hoje,sobre o resto do movimento(que cabe numa kombi[junto com a torcida do América,que deve ser maior]).

Logo, quando menciono alguns comunistas,ocupo-me daqueles que estão no aparelho  e que repetem os desvios históricos do movimento,que nós todos conhecemos.

Cuidarei de analisar algumas mentiras destes “ alguns”.