quarta-feira, 14 de agosto de 2024

De (alguns) comunistas e suas mentiras

 

Por que perdi a confiança

Quando era pequeno, ouvi de meu pai e de outras pessoas que os PCs eram os únicos que diziam o que faziam e vice-versa. Quando iniciei a minha experiência de militante no começo dos anos 80, notei que não era bem assim.

Em primeiro lugar, naquele momento em que se superava a ditadura, o que se dizia nestas hostes vermelhas era que a democracia, contra o pensamento de Lenine, era um fim em si, uma finalidade. Usava-se a expressão “democracia como valor estratégico”, por oposição ao “valor tático” de Lenine.

No entanto, na prática, eram só palavras e, no decorrer dos anos, notei que era só fachada para continuar pensando em termos de “a doença infantil”. A democracia não era uma finalidade em si mesma, mas um trampolim instrumentalizável para uma “democracia superior”, melhor…

Assim também, desde o momento em que entrei no movimento, nos albores dos anos 80, eu verifiquei que se dizia uma coisa no movimento de bairros, outra no movimento estudantil, outra entre os advogados e outra na minha casa.

Como resultado desta constatação de que não havia coerência nenhuma, passei a desconfiar dos comunistas e a exigir, mesmo sendo alguém de esquerda, que eles provassem o laço indelével entre eles e a democracia, como fizeram os italianos e os holandeses e outros partidos, principalmente pela Europa.

Continuo em busca desta coerência entre o fazer e o dizer e vice-versa.

 


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