sábado, 12 de outubro de 2013

Marina


A decisão de Marina Silva,na última semana,suscitou e suscita até agora muitas discussões,em grande parte influenciadas por posicionamentos políticos prévios,que comprometem a boa compreensão do gesto.Vamos tentar aqui fazer uma análise verdadeira,sem pré-concepção ou interesse.

Em primeiro lugar Marina teve na última eleição 20 milhões de votos.Ela não tem porque deixar se esvair todo este apoio,em nome da construção de um partido.Desde o fim da última campanha Marina vem sofrendo dificuldades em montar um partido,porque todo mundo sabe que quando alguém tenta levar adiante este projeto,só aparecem pessoas interessadas em conchavos.

A atitude atual de construir um partido,a partir de um programa bem fechado,encontra resistências no próprio povo barsileiro,quiçá uma boa parte integrando aquelas manifestações de rua,acostumado a se relacionar com o poder e os partidos de uma forma distorcida,que nós sabemos qual é.

Assim sendo,e em segundo lugar,o esforço de juntar o seu cabedal de votos com um programa tem um significado educativo,para além da concordância ou discordância em relação ao programa.

O fato é que ,já há bastante tempo,existe a necessidade de mudar a estrutura partidária brasileira e este projeto de reforma política,que não sai do papel(nem com as manifestações),o prova.Os protestos o provam.

Até o momento,a consequencia  mais prática desta necessidade se dá," por cima",quero dizer, a partir da estrutura arcaica,política e ideológica,do povo brasileiro.Tudo se resolverá,supostamente,pelo complexo salvacionista,a eleição presidencial.

Neste sentido,os esforços de Marina ficam um tanto quanto dependentes deste modelo arcaico,segundo o qual é o presidente que resolve,quando na verdade, é um conjunto de coisas.

Um programa,setores da sociedade,organizados,que o seguem e o compreendem.Partidos que o compreendem e o respeitam e um Presidente que não é mais importante do que o programa,do que a lei ou a nação.

O que se deve esperar de toda esta movimentação é que o povo,que foi à rua,entenda,tanto quanto entendeu ser o seu cotidiano tão ou mais importante do que os eventos esportivos,que ele,como soberania popular, é tão ou mais importante do que o Presidente da República,que,como qualquer político,não faz nada sozinho,mas com o povo e o expressando.

Neste sentido a análise dos próximos passos tem que ter como base a mudança real de paradigma no Brasil,no que tange à política,pois senão toda esta força que veio das ruas,e que influencia a atitude da candidata, vai se esvair ou se perverter na violência,que substitui aparentemente os protestos.

Penso que a violência continua e corre o risco de continuar porque ficou um vazio entre o povo e os políticos e  a campnaha presidencial sozinha não o pode preencher.

 

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