Fala-se
muito em reforma política hoje em dia,mas se observarmos, a eleição em dois
turnos opera uma seleção,que,por si mesma é um modo de reforma política.
Reforma
política significa ,em última instância,diminuir o número de partidos,para
garantir uma representação real do povo.
Costuma-se
acusar o povo de votar mal,mas a culpa real é dos partidos que escolhem mal.Os
partidos não selecionam,não se relacionam cotidianamente com a sociedade,então
se tornam ficções,nominais,sem nada,sem programa.
Mas
o mais grave é que estes partidos brasileiros se reproduzem mesmo sem estes
necessários conteúdos programáticos.E fazem a festa de personalidades e de
idéias vazias.
É
o caso de Boulos,que eu citei em artigo anterior:como ele aparece diante do
público sem dizer como vai fazer a sua revolução da tributação?Defender algo
assim sem mostrar o como não é uma manifestação e vacuidade somente,mas de
falsidade,de nulidade,que só ocupa tempo
do eleitor,da televisão e da mídia em geral.
Alega-se
que num primeiro turno isto é admissível,mas eu não acho.Isto é uma prova de
que não há respeito pelas necessidades do povo,mediadas pela representação.
Então,porque
existe o primeiro turno o candidato vai lá só para aparecer,sem ter a obrigação
de ser viável?O espaço público passa a ser então o meio de transmissão de uma
carreira pessoal,que favorece a um partido que deveria,por obrigação,viabilizar
os seus projetos,ou melhor,fazer deles algo eficaz,veraz,eficiente.Quem não
tivesse isto a cláusula de barreira impediria de acessar o espaço público.
Como
nenhum partido tem conteúdos,mesmo os de esquerdatradicionais e os novos,como o
PSOL,a cláusula de barreira passa a ser previamente um ato autoritário dos
partidos majoritários.E isto seria desgastante para os “ barrados no baile” e
para os seguranças da boite...porque não há critério real para realizar esta
ruptura.O critério seria o grau de inserção na sociedade dos programas,mas como
não os há,fica este chove não molha que ajuda a estes anódinos,sem idéias ou
com idéias que nem eles mesmos sabem como implantar(e não procuram saber).
Mas
na hora da eleição,pelo menos,um exercíciode programa,com propostas mais factíveis,mais fundamentadas,mais
discutidas nos partidos,deveriam ser apresentadas e isto já seria um começo de
construção de programas.
Mas
dentro dos partidos não há uma estrutura de discussão permanente.Eu fui até
eles,porque pensava que era como no antigo pcb,onde discussões eram feitas
regularmente,mas não vi nada.
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