Nos
últimos meses o normal aconteceu:violência nas torcidas,agressões
a pessoas inocentes ,gritos homofóbicos e racistas.
Aqui
já repercuti a minha opinião,que é a de muitas pessoas:a violência
das torcidas é culpa dos dirigentes que arregimentam estes valentões
para interesses pessoais(politicos e eleitoreiros) ,mas também , e
isto eu não tinha falado antes,para promover o futebol.
Neste
último aspecto está o acréscimo nestas análises recorrentes:a
promoção do espetáculo,cuja função é criar momentos
extraordinários do esporte e arrecadar,se fazia no tempo em que eu
era criança,pelas qualidades próprias do espetáculo.
Ia-se
ao estádio para ver Pelé jogar(bem como Gérson,Rivelino,Tostão).Ver
que surpresas estes jogadores reservavam aos assistentes.Todo mundo
se concentrava no essencial.
As
gerações atuais viveram esta experiência com um ou outro
jogador,Romário,Bebeto,mas nada se compara com o que as gerações
passadas,incluindo a minha,viveram.
Ademir
Marques de Meneses conta que pouco antes da final de 50 um menino em
estado terminal de câncer pediu para vê-lo pessoalmente antes de
ir.Quando o “ queixada” viu o garoto,o mesmo ficou
emocionadíssimo e logo faleceu,mas com um sorriso no rosto.O jogador
revelou que pensou:” que é isso,eu sou um deus?”
Mas
era assim que garotos(como eu)viam estes jogadores.Hoje não é
assim.Na época do dinheiro e do show pura e
simplesmente,substitutivos do mérito e da criatividade,não é
assim.
Os
jogadores do passado possuíam uma personalidade,dir-se-ia
artística:Pelé,o completo:Rivelino e o chute:Gerson e o
lançamento;Tostão a inteligência e etc.Hoje os jogadores
apresentam apenas indices ,que os colocam na ponta ou em posições
intermediárias.
Mas
no passado,por causa disto,podia-se encher um estádio com 200 mil
pessoas que não acontecia nada.Foi assim em 1969,contra O
Paraguai.Hoje 10 mil pessoas já são um perigo...
Por
mais que se critique,no entanto,a briga das torcidas e nas
torcidas,se não houver esta agitação,se as torcidas não
impulsionarem discussões dentro das rivalidades tradicionais,o
futebol perde interesse porque não há jogadores como os de antes.
Então
a legitimação do uso pelos dirigentes e politicos destes “
torcedores” profissionais se dá pela necessidade de manter este
mercado funcionando,porque se deixar na mão dos atletas acabou.
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