sábado, 23 de novembro de 2019

A violência das torcidas no futebol brasileiro

Nos últimos meses o normal aconteceu:violência nas torcidas,agressões a pessoas inocentes ,gritos homofóbicos e racistas.
Aqui já repercuti a minha opinião,que é a de muitas pessoas:a violência das torcidas é culpa dos dirigentes que arregimentam estes valentões para interesses pessoais(politicos e eleitoreiros) ,mas também , e isto eu não tinha falado antes,para promover o futebol.
Neste último aspecto está o acréscimo nestas análises recorrentes:a promoção do espetáculo,cuja função é criar momentos extraordinários do esporte e arrecadar,se fazia no tempo em que eu era criança,pelas qualidades próprias do espetáculo.
Ia-se ao estádio para ver Pelé jogar(bem como Gérson,Rivelino,Tostão).Ver que surpresas estes jogadores reservavam aos assistentes.Todo mundo se concentrava no essencial.
As gerações atuais viveram esta experiência com um ou outro jogador,Romário,Bebeto,mas nada se compara com o que as gerações passadas,incluindo a minha,viveram.
Ademir Marques de Meneses conta que pouco antes da final de 50 um menino em estado terminal de câncer pediu para vê-lo pessoalmente antes de ir.Quando o “ queixada” viu o garoto,o mesmo ficou emocionadíssimo e logo faleceu,mas com um sorriso no rosto.O jogador revelou que pensou:” que é isso,eu sou um deus?”
Mas era assim que garotos(como eu)viam estes jogadores.Hoje não é assim.Na época do dinheiro e do show pura e simplesmente,substitutivos do mérito e da criatividade,não é assim.
Os jogadores do passado possuíam uma personalidade,dir-se-ia artística:Pelé,o completo:Rivelino e o chute:Gerson e o lançamento;Tostão a inteligência e etc.Hoje os jogadores apresentam apenas indices ,que os colocam na ponta ou em posições intermediárias.
Mas no passado,por causa disto,podia-se encher um estádio com 200 mil pessoas que não acontecia nada.Foi assim em 1969,contra O Paraguai.Hoje 10 mil pessoas já são um perigo...
Por mais que se critique,no entanto,a briga das torcidas e nas torcidas,se não houver esta agitação,se as torcidas não impulsionarem discussões dentro das rivalidades tradicionais,o futebol perde interesse porque não há jogadores como os de antes.
Então a legitimação do uso pelos dirigentes e politicos destes “ torcedores” profissionais se dá pela necessidade de manter este mercado funcionando,porque se deixar na mão dos atletas acabou.

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