Todo mundo conhece a história da
grande peste bubônica que assolou a Europa no século XIV e sabe das
consequencias históricas,psicológicas,antropológicas,etc,etc,que
ela causou.
Esta atual pandemia de coronavirus
não parece ter o mesmo grau de letalidade que a bubônica,mas a
comoção e a mobilização são,em grande parte,muito
semelhantes,nos incitando a analisar desde já,os seus efeitos
imediatos,que se revestem de um caráter muito importante.
Dentro de uma premissa de suposta
confiabilidade no que a midia e os governos dizem,todo este alvoroço
é em grande parte para evitar superlotação de hospitais;volume de
mortos,principalmente no grupo de risco mais afetado,os idosos;é
para evitar uma epidemia que se alastre por um ano ou mais,sendo
decisivo contê-la agora.
Tudo isto nos dá aparente
tranquilidade e eu não quero com este artigo acabar com a paz que
estamos vivendo,apesar de tudo.
O que eu acho importante ressaltar
é que alguns efeitos da pandemia já se fazem sentir e mesmo certos
fatos no seu inicio têm que ser analisados.Vamos começar por estes
últimos:
Muita gente achou engraçado que
eu falasse em substituir a comida tradicional,onivora,dos
chineses,por lasanhas,numa piada que ainda podia ser feita,porque
não havia acontecido a catástrofe na Itália.
Mas as pessoas têm que entender,e
as autoridades acima de tudo,que ,como ficou evidenciado no passado,a
reiteração de pestes,de epidemias,causa cataclismos deste tipo
inevitavelmente.
Supõe-se que a gripe espanhola
fora causada pelo excesso de mortos da primeira guerra,muitos
insepultos durante muito tempo após o fim do conflito,e,por
isso,fortaleceu o virus influenza,o qual passou por cima das
barreiras da imunidade do corpo humano,como se a humanidade fosse só
feita de indios em contato repentino com os brancos.
Desde 2000 várias gripes se
alternaram e se tornaram cada vez mais fortes,como a gripe
aviária.Este coronaviru dá toda a pinta de ser mais um
fortalecimento,mais um incremento.Se continuar assim,o que vem no
futuro?
E se a causa é a ingestão de
qualquer coisa,de qualquer animal,não tem sentido não abordar a
mudança do regime alimentar do povo chinês,pelo menos como
hipótese.
E isto coloca as questões
derivativas do surto.Não me venham dizer que uma epidemia desta
natureza não tem consequencias como as que eu citei acima.Talvez ela
própria tenha adquirido este alarme por motivos a ela
extemporâneas,já que as noticias são tão contraditórias:uma hora
se faz referência à sua baixa letalidade,comparada com outras;em
outra se diz que o virus se reproduz muito rápido e assim por
diante.
No meio destas variações,a
politica,junto com a economia,a relação entre os países e a
cultura humana começam a se avaliar e a se modificar como certamente
está acontecendo e vai acontecer,similarmente à peste do século
XIV e à gripe espanhola.
No inicio a culpa da China
sinalizou um aproveitamento por parte do g-8,mas logo os erros da
Itália recolocaram a questão em termos humanos.A China fez e ainda
um esforço para tirar de si esta pecha e agora está contendo a
epidemia em casa,o que joga todo o problema para o mesmo g-8.
As dificuldades iniciais ,que
tiveram repercussão na economia foram sim usadas para apontar uma
crise igual à de 2008,mas o crescimento exponencial com a colocação
dos países em quarentena,jogou esta “ profecia” para depois.
No entanto,a mantença das
manifestações de apoio a Bolsonaro no dia de hoje,domingo,depois
que o presidente correu o risco de infecção e com as afirmações
dos manifestantes dando conta de que “ o coronavirus não é
nada”,não me tiram da cabeça que tem mais coisa além da questão
sanitária.Continuarei analisando este problema.
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