domingo, 15 de março de 2020

A Grande Peste

Todo mundo conhece a história da grande peste bubônica que assolou a Europa no século XIV e sabe das consequencias históricas,psicológicas,antropológicas,etc,etc,que ela causou.
Esta atual pandemia de coronavirus não parece ter o mesmo grau de letalidade que a bubônica,mas a comoção e a mobilização são,em grande parte,muito semelhantes,nos incitando a analisar desde já,os seus efeitos imediatos,que se revestem de um caráter muito importante.
Dentro de uma premissa de suposta confiabilidade no que a midia e os governos dizem,todo este alvoroço é em grande parte para evitar superlotação de hospitais;volume de mortos,principalmente no grupo de risco mais afetado,os idosos;é para evitar uma epidemia que se alastre por um ano ou mais,sendo decisivo contê-la agora.
Tudo isto nos dá aparente tranquilidade e eu não quero com este artigo acabar com a paz que estamos vivendo,apesar de tudo.
O que eu acho importante ressaltar é que alguns efeitos da pandemia já se fazem sentir e mesmo certos fatos no seu inicio têm que ser analisados.Vamos começar por estes últimos:
Muita gente achou engraçado que eu falasse em substituir a comida tradicional,onivora,dos chineses,por lasanhas,numa piada que ainda podia ser feita,porque não havia acontecido a catástrofe na Itália.
Mas as pessoas têm que entender,e as autoridades acima de tudo,que ,como ficou evidenciado no passado,a reiteração de pestes,de epidemias,causa cataclismos deste tipo inevitavelmente.
Supõe-se que a gripe espanhola fora causada pelo excesso de mortos da primeira guerra,muitos insepultos durante muito tempo após o fim do conflito,e,por isso,fortaleceu o virus influenza,o qual passou por cima das barreiras da imunidade do corpo humano,como se a humanidade fosse só feita de indios em contato repentino com os brancos.
Desde 2000 várias gripes se alternaram e se tornaram cada vez mais fortes,como a gripe aviária.Este coronaviru dá toda a pinta de ser mais um fortalecimento,mais um incremento.Se continuar assim,o que vem no futuro?
E se a causa é a ingestão de qualquer coisa,de qualquer animal,não tem sentido não abordar a mudança do regime alimentar do povo chinês,pelo menos como hipótese.
E isto coloca as questões derivativas do surto.Não me venham dizer que uma epidemia desta natureza não tem consequencias como as que eu citei acima.Talvez ela própria tenha adquirido este alarme por motivos a ela extemporâneas,já que as noticias são tão contraditórias:uma hora se faz referência à sua baixa letalidade,comparada com outras;em outra se diz que o virus se reproduz muito rápido e assim por diante.
No meio destas variações,a politica,junto com a economia,a relação entre os países e a cultura humana começam a se avaliar e a se modificar como certamente está acontecendo e vai acontecer,similarmente à peste do século XIV e à gripe espanhola.
No inicio a culpa da China sinalizou um aproveitamento por parte do g-8,mas logo os erros da Itália recolocaram a questão em termos humanos.A China fez e ainda um esforço para tirar de si esta pecha e agora está contendo a epidemia em casa,o que joga todo o problema para o mesmo g-8.
As dificuldades iniciais ,que tiveram repercussão na economia foram sim usadas para apontar uma crise igual à de 2008,mas o crescimento exponencial com a colocação dos países em quarentena,jogou esta “ profecia” para depois.
No entanto,a mantença das manifestações de apoio a Bolsonaro no dia de hoje,domingo,depois que o presidente correu o risco de infecção e com as afirmações dos manifestantes dando conta de que “ o coronavirus não é nada”,não me tiram da cabeça que tem mais coisa além da questão sanitária.Continuarei analisando este problema.

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