domingo, 10 de maio de 2020

A culpa dos chineses

A guerra esperada entre China e Estados Unidos era para 2022 ,ano em que os chineses estariam ,segundo eles,no mesmo pib dos americanos,iniciando assim uma competição em termos de igualdade pela primeira vez na história.
Sempre foi desejo da China se vingar das potências ocidentais por causa do imperialismo que lhe impuseram no século XIX.Napoleão dizia:” Deixem a China dormir,porque quando ela acordar,o mundo vai tremer”.
A China vive de sua organização milenar e de seu complexo de inferioridade.Nem o periodo comunista,de Mao Tsé Tung,que deveria insuflar um espirito de colaboração e camaradagem socialista,paralisou estas exigências nacionais.O internacionalismo comunista se rendeu ao fato real da nação, a empurrar uma forma nacionalista de expressão.Mao raciocinava em termos nacionais,principalmente em relação à URSS,protagonizando um inicio de competição,que só antecipa este atual,com os EUA.
Nem o capitalismo,nem o comunismo,de certa forma herdeiros do iluminismo e da indústria moderna abandonam o projeto de prover à humanidade de bens suficientes ,capazes de lhe garantir um bem-estar definitivo.
Desde a revolução soviética o esforço de construção deste bem-estar está associado a um princípio que já vinha do processo de estabelecimento do modo-de-produção capitalista:acumulação.
A acumulação capitalista visava foverecer a classe dominante,burguesa,mas ,com o tempo,a “ questão social” “ ensinou” esta mesma necessidade ao capitalismo,no afã inclusive de sua legitimação diante do socialismo.
Mas estes dois posicionamentos são questionados,hoje,por esta pandemia,jogando água no pensamento ecológico que cada vez mais adverte a humanidade dos perigos que o esforço continuado,obsessivo,de acumular,pode levar o planeta a um desastre irreversível.
Não acredito que os chineses tivessem elaborado um virus para espalhar,dentro de um propósito politico,porque eles mesmos foram atingidos.Mas esta obsessão de produzir,que faz fábricas trabalharem vinte quatro horas por dia,isto sim,a meu ver,é a causa destes desequilibrios,sem falar no regime alimentar,de que já tratei.
Desde Mao,a China propõe soluções gigantescas para problemas gigantescos.O “ Grande Salto para a frente” era um projeto faraônico e megalomaníaco que redundou em fracasso do mesmo tamanho.E no interior dele ficou clara a ignorância e irresponsabilidade ecológicas dos chineses e de Mao.Quantas vezes ouvi em casa elogios à organização e obediência do povo chinês em seguir as orientações do partido comunista de não deixar os pardais dormir,porque estavam comendo frutas das árvores e prejudicando as lavouras.Mas só ouvi depois de adulto que aquilo ,a morte destes passarinhos,resultou em crescimento de gafanhotos,que destruiram do mesmo jeito as plantações...
Conta-se que numa das últimas reuniões dos partidos comunistas em Pequim,alguém teria alertado Mao para o perigo da guerra nuclear,ao que ele teria retrucado “ E daí?” “ o povo chinês,muito populoso,sobreviveria e a humanidade continuaria vivendo...”.Este “ e daí” lembrou alguém?
A direita radical e a esquerda radical se igualam na destrutividade e na desconsideração dos outros.Disputam quem é mais paranóide e quem é mais descompromissado com a humanidade.
Repito:acho que a sucessão destas pandemias vindas da China precisam ser investigadas,mas de plano,há que estabelecer certos protocolos para enfrentar pandemias ,mas acima de tudo para evitá-las,porque já não é a primeira vez e cada pandemia vem mais forte,o virus vem mais forte.E como será o próximo?
A China vai alegar que esta ideia é para impedi-la de progredir,coisa que já afirmou para recusar as decisões da conferência do clima.Mas uma conferencia assim deve lever em conta a obsessão geral de produzir e por isso não deve incidir sobre a China somente,mas sobre os EUA também( e sobre todos) ,porque não é um problema nacional,mas da humanidade como um todo.


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