Em meio a este pandemônio em que
se transformou a pandemia algumas noticias radicais,que são comuns
nos momentos em que a humanidade confronta os seus limites,chamam a
minha atenção:a proposta de renda universal,que,como já disse,é
idéia da esquerda e da social-democracia,trazida ao Brasil pelo
então senador Eduardo Suplicy.
O pessoal da Folha de São Paulo
que lê meus artigos sem reconhecer,leu aquele artigo em que eu
dizia estas coisas acima, e trouxe o agora vereador para uma
entrevista,em que ele revela o sonho de antes de morrer ver a renda
universal reconhecida no Brasil(e no mundo digo eu).
Mas a renda universal,básica
universal é ,como eu também disse antes, uma extensão natural do
estado previdenciário moderno.
Eu deixei de lado a discussão
desta ideia,que acompanhei em reuniões com o próprio Senador,porque
achava impossível economicamente os estados arcarem com esta
obrigação com todos por toda a vida.
E igualmente eu refetia a minha
posição radical comunista de então,que ainda é a de muita gente
por aí,acreditando ser esta renda um meio de desviar a humanidade do
comunismo...
Com a maturidade e com o mundo do
jeito que está,sem garantir emprego a ninguém,mudei a minha
posição e este é o objeto deste meu artigo:a renda básica
universal pode ser um caminho para o Brasil chegar ao seu ideal de
nação bem fundamentada e estruturada.Isto vale como padrão para os
outros países,mas hoje falarei só do Brasil.
Um país estruturado e
fundamentado,como já tenho explicado inúmeras vezes é aquele em
que dois princípios o constituem:uma mediação unificadora e uma
minima inter-relação entre suas partes formadoras,estatais e
sociais.
Desde os gregos que ficou claro
que uma sociedade,uma nação ,só prospera se tiver uma mediação
cultural e politica comum a todos os cidadãos,ou pelo menos a toda
média ética da sociedade.
Entre os gregos, a
democracia;entre os romanos a repúbica.Nos Estados Unidos “ a
igualdade de oportunidades”.
O Brasil tem uma característica
muito afeita à sua formação cultural:o principio religioso,o que o
torna muito semelhante aos países ibéricos.Nada contra pensar o
Brasil como “ pátria do evnagelho” se isto significa,como
significa,solidarismo,um solidarismo cristão,mas a relgião não é
universal e é uma questão privada.Então a sua auto-constituição
como mediação organizadora do país,não serve,porque mistura o
estado,o público e o privado e aí nós entramos no segundo elemento
essencial de qualquer nação:a estrutura de um país se forma e se
mantém na medida em que cada uma das suas partes compreende a sua
posição e se relaciona com os outros setores,inclusive admitindo
desigualdades de importância no âmbito geral.Esta última asserção
diz respeito à necessidade de o cidadão se abnegar pelo “
coletivo nacional”.
Só assim, com estes principios
evidentemente inter-ligados e com preeminência do primeiro,uma nação
adquire a homogeneidade necessária para realizar as transformações
conjuntas que ela precisa.No caso do Brasil,antes das transformações,
há que arrumar a casa,fazer e refazer os seus fundamentos.
Dentro de uma visão pacifista,que
retém a experiência de outros povos,que evoluíram
pacificamente(Japão),diferentemente de outros,através de revoluções
e guerras sanguinolentas(Europa Ocidental),o principal
instrumento(mas não único)é a educação.
Pensar que desde o nascimento a
pessoa possa receber esta ajuda básica universal nos remete à
possibilidade de habilitar financeiramente a próxima geração de
condições econômicas para estudar desde sempre em boas escolas.Dos
0 aos 12 anos o estado teria amplas condições de se preparar para
melhorar a escola pública e o dinheiro acumulado seria administrado
com mais liberdade por esta geração,investindo em condições de
vida melhores e numa qualificação de seus estudos desde o inicio da
vida.
Como esta renda seria referenciada
a cada pessoa individualmente,inclusive à criança,no berço
ainda,ninguém,mesmo da família,a tiraria,para propósitos menos
nobres,facilitando ao estado o controle com finalidade da vida dos
cidadãos e planejamento de seu futuro educacional e
existencial.Haveria uma confluência real entre o indivíduo e o
estado,entre o particular e o geral.
A via de acesso ao progresso do
Brasil pode ser esta renda básica universal.
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