sábado, 30 de outubro de 2021

Desdobramentos de Biden e o Afeganistão

 

Algumas questões ainda ficaram para analisar da lambança de Biden.Relembrando o que eu disse:Biden fez uma inflexão à direita para esvaziá-la um pouco.Mas acabou indo com muita sede ao pote.

Ao fazer o artigo anterior sobre este tema ficou um vazio a ser preenchido por questões derivadas do fato e que eu não encaixei no artigo.

O problema do Afeganistão é o das armas e da relação dos países centrais com países do terceiro mundo.Acrescentaria a guerra-fria,mesmo que muita gente me ridicularize por insistir na sua permanência.

Mas o Afeganistão é uma prova de sua continuidade,apesar de ser um resto,um resquicio.Mas um resquicio decisivo e que não rompe com a realidade da politica.Desde que o mundo é mundo e desde o colonialismo as armas permeiam e dão suporte aos projetos hegemônicos do primeiro mundo.Que continuam.

A contradição essencial de Biden e dos democratas é que apesar de serem evidentemente à esquerda são nacionais,americanos e não têm como sair disto.

Devido ao radicalismo da direita que acabou de sair do Capitólio os processos politicos americanos se desbarataram ,mas o que ficou como influência até agora foi a visão nacional que permitiu a Trump ganhar a eleição.

Dentro de uma escala de possibilidades o peso deste “novo” nacionalismo americano pode ter impusionado Biden para uma situação inevitável, a comprometer os compromissos dos democratas com os itens programáticos universais,os direitos humanos universais.

O revérbero disto vai continuar e as noticias dos eua não são nada boas,porque na última semana Biden teve que recuar no plano de apoio financeiro à sociedade,pós -pandemia(?) para que ele possa passar.A força dos conservadores cresceu ou continuou, já manietando o novo presidente.Mau sinal.

Mas existe um outro item de programa democrata tanto ou mais grave do que este:a questão das armas,que já é dificil de passar e vai ficar ainda mais:e este item atinge a comunidade universal toda porque os Estados Unidos são os maiores produtores de armas e as armas viabilizam tudo o que está errado em termos de segurança ,que atinge também a questão social e a aprofunda nas suas condições e consequencias perversas.

A politica é como se fosse um jogo com uma atividade estratégica e em toda atividade deste tipo é no miolo,no meio-de-campo, que tudo se decide.

Então,nas minhas abordagens da politica,que,no meu entender se resumem na busca de solução para a questão social ,achar um miolo ,um meio,no qual se possa solucionar os problemas de maneira mais rápida(se possivel)é imprescindivel.

Nem sempre uma mudança rápida é boa ou possível,mas se o for,é de se fazer porque geralmente o sofrimento está presente nas questões politicas e sociais e toda a retardação é cruel.

A forma mais imediata de se solucionar o problema mundial da droga é retirar das mãos dos cartéis as armas.

Muitos pensam que a pura e simpels liberação da droga o conseguiria e eu penso que ajudaria,mas a verdade é que levaria muito tempo,enquanto que a supressão das armas poderia ser controlada e permitir uma previsão do momento no qual esta chaga moderna acabaria,procurando substituir este crime por uma proteção social de quem vive em torno da droga e sob o seu tacão.

Muitos anos atrás ,antes da Copa e das Olimpiadas,com a implementação das upas ,eu disse que na hora em que estes eventos acabassem tudo voltaria ao “normal” e este perigo há ainda.Mas as upas ficaram, esperando implementação das medidas sociais.Estas podem ser feitas ,mas a causa social que fomenta o crime do tráfico é algo que vai exigir outras medidas e portanto também será um processo mais lento.

A progressiva destruição das armas é que permitirá o guiar-se pela estrada da segurança.

Com o afeganistão “recuperado” para o terror ,as chances desta decisão ser tomada são nulas e com o recuo que haverá nos Estados Unidos chegaremos a uma paralisia.E se a direita voltar depois de Biden será o pior dos cenários.Com reflexos no Brasil.


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