Muitos anos atrás eu critiquei os corifeus da esquerda por importarem modelos estrangeiros que nada tinham a ver com o Brasil,o qual não era estudado por eles.Isto era ( e é)para mim uma forma de elitismo vermelho,que despreza o Brasil em nome de um internacionalismo tão ultrapassado e agressivo como o do capitalismo,que não conhece fronteiras a passar por cima.
Era a propósito de “melhorismo” italiano,que é um conceito eventual,emitido no fim do socialismo soviético,para separá-lo (sem sucesso)deste fracasso.
Mas ,pior do que isto,expressa,como eu disse os efeitos do internacionalismo marxista que não serve mais mas ,com esta transposição,reforça políticas repressivas.
Porque algo que não tem adequação com o real não tem a virtude de ajudar no progresso,mas de reprimi-lo e evitá-lo,que não é a posição da esquerda,supostamente.
Muito embora eu não concorde com as razões pelas quais Prestes considerou o novo PCB,depois da volta do exilio,como capitulacionista,considero a esquerda daquela época e da atual,totalmente a-mudancista e francamente capitulacionista.
Fiz uma referência ao falecido reitor da UFRJ.Aluisio Ferreira,com quem debati na ABI,aspectos deste problema quanto às universidades e aos exilados que retornavam ao Brasil:naquela ocasião eu concordei com ele de que a instituição dos mestrados e doutorados no Brasil,segundo o modelo americano de ultra-especialização,servia ao objetivo de podar de vez o intelectual,profissionalizando-o e afastando-o da contestação.
Mas isto é mais do que manipulação ou aceitação da profissionalidade:é um encaixe a este modelo que temos aí ,no Brasil e em muitos lugares,de capitalismo triunfante.
Não há esquerda atual que ponha no seu horizonte a contestação do modelo.Ela o administra.
Países que conseguiram limitar o capitalismo têm como ser melhoristas.Numa radio aqui do Rio de Janeiro fui contraditado quanto à minha defesa destes países ,com a alegação constumeira de que neles existem mutis suicidios e tal.Este fato não elimina o seu sucesso.Se de um lado é ilegítimo falar dos sucessos da URSS,construídos na base de crimes horríveis(os do Ocidente também[e de todos os lugares])é legítimo preservar os sucessos da Suécia,por exemplo,mesmo estando do lado alta taxa de suicidios.É só criar uma força -tarefa de psicólogos e ver o que se pode fazer.Na própria Suécia o numero de reincidência de crimes é enorme.Então é só analisar porque e achar a solução.Na Finlândia se não me engano o numero de moradores de rua foi zerado,admitindo ,humanamente,que certas pessoas não se encaixam.Então deu-lhes uma casa simples e uma renda pequena e o numero chegou a zero.
Estes países expressam o sentido real do conceito de “melhorismo”.
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