Ao
fazer o artigo sobre a visibilidade dos rostos das vítimas da URSS,a
direita(Blsonnaro inclusive)quiseram se aproveitar disto e atacar às
minhas custas os chamados “ isentões” da esquerda(eu incluido).
Eu
recebo pancada destes dois extremos o tempo todo,mas desta vez é
diferente:nós entramos no fulcro da questão posta por mim há
muitos anos,que é o de tentar superar este imbroglio da guerra-fria
que aportou no Brasil.
Para
mim o Brasil entrou de gaiato neste navio.Não somos um páis central
na questão universal,a não ser pelo papel geopolitico que
representa e que eu já expliquei.
Portanto,como
eu preconizei no passado,já era hora de sairmos disto aí e nem
deviamos ter entrado.
Os
comunistas,grupo de que eu fazia parte ,analisaram 64 e tiraram a
conclusão de que,após a redemocratização nós tinhamos que
fazer a ligação com o desenvolvimentismo de esquerda, ceifado
naquele ano.Retornar ao passado para avançar.
Naturalmente
um desenvolvimento modernizado,mas ainda um desenvolvimentismo,que
é,para mim,a senda necessária para a construção democrática dos
países e que ainda está aí(Brics);mas precisa de mais
radicalidade”(e que não é uma noção tão anti marxista assim).
Infelizmente,o
propósito democrático dos comunistas e da esquerda em geral
sucumbiu ao terror de direita,quanto aos “ perigos do comunismo”(em
parte reais),não adiantando a profissão de fé democrática:não há
como convencer o brasileiro da veracidade das afirmações comunistas
se eles apóiam regimes construidos na base do sangue.Stalin (n-)os
prejudicou.
Hoje
nós podiamos fazer um desenvolvimentismo mais radical e com
segurança,porque não há mais este problema universal ,pelo menos
nos termos de confronto do passado.
Mas
no Brasil este confronto persiste de maneira delirante e
desproporcional ao nosso papel universal e aí que entram as minhas
reflexões:a direita me usa para poder atacar quem ela diz que é
isento e a esquerda(como eu esperava)que eu favoreço o outro lado
criticando o marxismo.
Ora
em primeiro lugar o marxismo não é a esquerda toda(.)Em
segundo,lembrando Gramsci “só a verdade é revolucionária”.Só
se muda uma realidade se se a encara como ela é,não
imaginações,delirios,choradeira e assim por diante.
Sempre
recordo a máxima de Epicteto que Prestes tinha como farol ético:
“regozija-te pelo fato de as coisas ruins aparecerem diante de ti
com são realmente” e acrescentando Borges: “Eu sofri muito com
dores imginárias,mas deveria ter tido mais dores reais,porque aí
não sofreria tanto”.
Estes
pressupostos são essenciais a quem quer mudar a vida e a
sociedade.Por isso não há “ ideologia cientifica”,mas saber
sobre a realidade,ciência.O máximo de esforço para não cair na
imginação é pouco para quem quer mudar.Sendo este um preceito até
de terapia.
Todo
o limite à mudança é superável desde que as pessoas queiram.Nem
um lado nem o outro estão dispostos a ver o real como é realmente,e
este real é o Brasil.
Os
comunistas não aceitam o fim do internacionalismo proletário,mas
não existe mais proletariado e não existe mais só o
proletariado.
A
direita oportunisticamente usa a honestidade da esquerda em
reconhecer os crimes de Stalin para destruí-la,no espirito do que
fez sempre,com o mote do “ perigo comunista”.E a esquerda diz que
ao fazer isto,ou seja,criticá-la,eu a enfraqueço e ajudo o outro
lado quanto a este “ perigo”.
Não
é bem assim.Dizer a verdade ,reconhecer os erros e se modificar
aproxima a pessoa de bem(inclusive alguns comunistas e pessoas da
direita[Nelson Rodrigues])da mudança.
O
que eu proponho é isto:mudar a cara da esquerda para que ela não
signifique mais um “ perigo” a ser explorado.
Mas
não dá para fazer isto relativizando as ações do
movimento,justificando os crimes de stalin pela especificidades de
seu país.Quer dizer,aqui no ocidente democracia ,em outros lugares
ditadura.
O
comunismo e as correntes são universais,estão inscritas na
comunidade universal e não há(como não havia no passado)como
relativizar os fundamentos éticos da ação revolucionaria(em
qualquer sentido desta palavra polissêmica).
Democracia
é aqui e em qualquer lugar.Se a esquerda(inclusive a marxista)quiser
ter futuro vai ter que ter um só caminho.
E
vai ter que agir no sentido de provar esta conexão com a
democracia,como fizeram os comunistas italianos e de modo geral os
ocidentais.
Se
pessoas de esquerda,que não e stão isentas nunca,como baba
Bolsonnaro,se dispueserem a aceitar este conceitos vai crescer
novamente e a direita se diluirá na medida em que não se pereceber
o tal “ perigo”.Não é escondendo este passado que se evita a
direita,mas expondo-o com sinceridade e provando credibilidade e
confiabilidade ao povo brasileiro.
Existe
risco?Sim.Mas há que enfrentar agora o rpoblema,senão a esquerda
vai desaparecer,o problema social vai desaparecer.