terça-feira, 24 de outubro de 2023

O Rio continua lindo!


Apesar de tudo.Mais um capitulo histórico da atividade do crime no Rio de Janeiro!Nós temos sorte destes bandidos não terem mais de dois neurônios,porque se assim não fosse estariamos vivendo algo pior do que Chicago ou Medellin!

Aqui onde eu moro,Freguesia-Jacarepaguá o maior temor de quem trabalhar é que estes(podres) “ poderes”,bicho,milicia e tráfico,se unam num sindicato geral do crime.

Todas as noticias de ontem não trataram de algo terrivelmente novo neste ataques:já não foi o tráfico que fez,mas policiais que se desviaram dos seus compromissos de honra.

Ontem foram ex-fardados que tocaram rebu na cidade maravilhosa.Isto sim tem um significado horroroso e novo na narartiva criminal da cidade,que nós vemos diante dos olhos como se fora um filme de hollywood,desde os anos 60.

Outros sinais terriveis já vêm se apresentando:possibilidade real daquela supra-citada união.

Quer dizer o cidadão de bem(não resisto ao chavão)que paga imposto recebe de volta,no minimo,o descaso das autoridades e a violência correspondente que só atinge aquele que vive o cotidiano.

Nada de se debruçar sobre o problema e tentar solucioná-lo de vez.Só a perspectiva boçal de atirar de volta e propagandear aquilo roxo diante da população,pensando na próxuima eleição.Demonstrei força ,portanto devo ser reeleito,como macho que sou!

Só vai haver solução para este problema recorrente de décadas quando houver união(aí sim)das forças politicas do Rio de Janeiro,deixando de lado a eleição e vendo,como estadistas, mais adiante,na perspectiva do tempo,do futuro.

Já era hora de um pacto de defesa da sociedade,para uma situação que pode ainda piorar mais(se é que é possível).

A racionalidade politica desapareceu do Brasil ou nunca foi compreendida de fato.

Meu antigo professor Leonardo Boff explicava que o Brasil nunca passou pela revolução racionalista do Ocidente,sendo um país predominantemente religioso e supersticioso.

Em qualquer lugar ,há uns vinte anos,o problema da violência na cidade grande já houvera sido abordado,mas no Brasil,necas!


 

domingo, 22 de outubro de 2023

A iniciativa de Israel


Novos fatos nos informam sobre esta velha guerra entre palestinos e israelenses.Algumas conclusões se nos impõem:como o Presidente Biden pendeu de vez para a direita,como se fora Lyndon Johnson nos “ melhores dias”.Com uma proposta do Brasil Biden teve a oportunidade histórica de crescer com uma solução para a paz e os Estados Unidos impediram.Assim as coisas só degringolam.E há como definir o caráter desta guerra.

Há uns dois dias uma analista afirmou algo importantíssimo para a compreensão do conflito:o seu ponto de partida era a convicção de que Netanhyahu(Bibi) usava o Hamas para dividir o movimento palestino.

Eu não me impressiono com nada na politica e na história,mas esta afirmação tem que ser vista com muito cuidado.Contudo tudo pode ser.Quando Bibi afirma que esta guerra vai durar,começo a acreditar que a analista tem razão,mas não necessriamente quanto ao motivo que ela destaca,embora não se o exclua.

Esta guerra é semelhante à da Ucrânia:veio para permanecer e manter o atual status quo israelense.

Um primeiro-ministro israelense por em risco o s eu próprio povo é uma coisa que eu custo a acreditar.No entanto,ele deve realmente sair,porque prometeu segurança e não garantiu.

Quando se vê que um antigo presidente de Israel admitiu um estado palestino,há que pensar que talvez esta guerra ajude a manter esta geração de politicos judeus que quer o continuísmo de suas práticas bélicas e seus preconceitos essenciais contra os árabes.

Prolongar esta guerra dará oportunidade a um reanrranjo da direita israelense,como o da Ucrânia ajudará(como está ajudando)Wladimir Putin a permanecer no poder,bem como o seu esquema de sustentação.

São conflitos ,pois,inseridos neste passado de duas guerras e uma terceira,a fria.

Bastava que o estado Israel reconhecesse o Estado palestino,se este acabasse com o terror e se Israel mantivesse os eus compromissos,mas há um elemento de psicose coletiva,notadamente neste último,mas também do outro lado,de natureza religiosa e de ressentimento:Yasser Arafat não admitia Jerusalém como cidade internacionalizada ,mas capital do país muçulmano e de lado a lado há ressentimentos.

Ha os palestinos que perderam entes queridos;há os isarelenses que alegam o mesmo e ninguém quer se anistiar ou anistiar o outro.

No entanto o que impede esta anistia são os interesses politicos,o desejo destes esquemas passados de se estabelecer para sempre no poder e aí eu me refiro mais à Israel.

Caminhar para superar o ressentimento seria perder o poder e ninguém quer,principalmente o estado judeu.


sábado, 14 de outubro de 2023

A iniciativa sempre coube a Israel

 Com o prosseguimento deste novo conflito novas análises são pedidas e esta semana foram muitas.

Do que se depreende delas é que vivemos num tempo muito ruim.Em artigos anteriores próximos já falei sobre tal realidade,que eu vejo como o fim de uma época ,que tem que morrer para nascer outra.

Volto a dizer que as pessoas não gostam quando relaciono o nosso tempo com a guerra fria,mas este conflito no oriente médio remonta à segunda guerra, a qual apenas suspendeu aquilo que estava ab ovo em 1917.

O que nasceu neste ano foi a nossa época revolucionária e de conflitos permanentes.Quem viveu a guerra-fria acha até pouco o que se vê hoje,mas na verdade é derivativo deste tempo todo.

Hegel definiu uma época,tendo em vista a figura de Napoleão, da seguinte maneira conhecida: “Vi o Imperador, esta alma do mundo ,entrar na cidade a cavalo,abraçando o mundo e dominando-o”.

Hegel ,recém casado,estava em lua-de-mel na cidade alemã de Iena,onde escreveu a fenomenologia e viu esta cena de Napoleão,entrando em Iena,depois de vencer a Batalha de mesmo nome,em 1806.

Com este conceito Hegel abandonou a ideia de uma fenomenologia e passou a pensar numa logica dialética,porque entendeu que certas figuras históricas representavam no seu caminhar todas as possibilidades de uma época e Napoleão significou a ascenção da burguesia ,através dos principios da Revolução Francesa ,de 1789.

A nossa época é a da guerra permanente,sob diversas formas,em nome quiçá,da utopia,da questão social e todos este conflitos que vêm de 1917 ,de uma maneira ou de outra têm a ver com esta verdade histórica.

Como o fracasso deste tempo é a regra já é hora de reconhecê-lo e construir uma outra via para esta busca de transformação.

Não vai bastar ,no entanto,o fim desta nova guerra,nem a da Ucrânia,mas o abandono da geopolitica da guerra-fria,que,por sua vez deriva da Realpolitik , “inventada” por Bismarck.

As lições destas duas guerras nos devem levar para esta nova época.


terça-feira, 10 de outubro de 2023

A iniciativa sempre foi de Israel

 Há certos momentos na história e na politica em que fica claro a quem pertence a iniciativa de solucionar um problema ou de criá-lo:quantas vezes tenho analisado a nemesis de Hitler,dos bolcheviques e do neo-colonialismo.

Sempre apuro as responsabilidades e a culpa agora ao surgir no horizonte uma nova velha guerra opondo palestinos e israelenses,o mesmo se impõe a mim como analista.

A culpa e a iniciativa de solução de tudo isto é de Israel porque estava tentando solapar os palestinos da faixa de gaza,de modo a fingir respeitar os tratados,mas,na surdina,garantindo a sua hegemonia,pela eliminação do outro,dos palestinos.

Esta é uma situação complexa:não sou contra os judeus,muito pelo contrário.Mas desde o inicio sempre entendi que os palestinos tinham o direito de ter o seu prórpio país.

Israel sempre alega que os palestinos não estavam interesados em constituir um país,senão depois que os judeus se dirigiram para a região,após a II guerra.

Um documentario importantíssímo,no entanto,que me foi enviado pela professora Arlene Clemesha,me mostrou aquilo que eu já sabia há muito tempo:apesar deste fato,havia direitos,produção,cultura relacionados com um povo distinto,que era e é o povo palestino.

Este argumento é frequente:como não há ninguém no lugar podemos entrar e fazer o que quiser:não era assim,nunca foi.

Mais ainda,para fazer esta terra arrasada supostamente legitimadora os israelenses deportaram famílias inteiras de palestinos,em terras que eram deles.

Evidente que os dois lados apresentam razões para atacar o outro:os israelenses afirmam que na guerra dos seis dias o Presidente egipcio Gamal Nasser prometeu que não “ sobraria ninguém” no estado de Israel.Isto foi contado por Marshall Berman,um judeu de esquerda.

Mas no inicio é que está a espoleta do conflito:os palestinos e árabes em geral pagaram uma conta que não era deles.Não foram ouvidos.E diante da catástrofe nazista não houve como negar o que os judeus reinvindicavam.

Culpo em grande parte a Inglaterra que teve a oportunidade de solucionar o problema nos anos trinta,com os assentamentos e depois da segunda guerra,porque não quiseram perder o seu papel no oriente médio.

Desde então tal conflito não acaba,mas a iniciativa para tal,cabe à Israel,que insiste em não reconhecer de vez o direito dos palestinos,coisa que um antigo presidente de Isarel chegou a defender sozinho,aguentando a reação de repudio total do país.

Mas é aí que está o fulcro.

Esta é a oportunidade para eu colocar alguns conceitos importantes para quem me lê frequentemente,me entender:eu só sou favorável ao terror quando um pais é dominado por outro,mas mesmo assim não sou a favor de atingir pessoas inocentes,porque isto abala a “ vantagem moral” de um povo,que é oprimido.

Nunca aceitei o que os palestinos fizeram na olimpiada de 1972:havia mecanismos outros para chamar a atenção do direito da Palestina de existir.

Naturalmente Yasser Arafat e os palestinos tinham razões para atingir civis israelenses :os judeus também mataram inocentes palestinos.

Mas eu não aceito este toma lá dá cá real.

O governo brasileiro parece entender que o Hamas é como um pais oprimido que tem o direito de reagir,mas o essencial da palestina é a autonomia palestina,o verdadeiro país.

A luta dos negros da Africa do sul também causou a morte de inocentes:Mandela aceitou isto aí sem problemas,porque do lado dele o sangue correu.

Da minha parte,por todos estes exemplos, não aceito formas de luta deste tipo.Não aceito nem piquete,embora jamais fure greve.Só aceito piquete se for provado para mim que há infiltração.

Tudo para mim tem que ser bem fundamentado.

Mas como Stalin em 1931,Hitler em 1939 e o Rei Leopoldo em 1880 quem tem a iniciativa de terminar esta guerra é quem a começou:Israel.


sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Lula:assim não vai dar não



Com o cada vez maior dominio do centrão as expectativas de superar para sempre a direita,que veio no rastro dos erros do governo Dilma(e Lula),ficam para as calendas,a menos que algum fato novo apareça para nos devolver a esperança.

Na próxima eleição ,se a situação atual continuar a direita terá ainda grandes chances e por culpa da falta de compreensão dos politicos de esquerda,aqui e nos Estados Unidos.

A chance de Trump ter no minimo influencia no próximo pleito estadunidense são grandes,até porque ele não foi impedido judicialmente (ainda).

Mas mesmo que seja,mesmo que aconteça com ele o que se deu aqui com Bolssonaro,nada vai barrar o caminho e a progressão da direita,no Brasil e em todos os lugares.

Na última segunda-feira o Papa Francisco afirmou que o mundo está numa situação muito dificil e ele se referia ao clima.

Mas eu lembro de há um mês atrás,de uma reportagem sobre o falecimento de José Murilo Carvalho e o seu pessimismo em relação ao Brasil.Eu extendo este comentário ao mundo todo e em termos políticos.

Tem tudo a ver com o que digo no meu trabalho:está faltando direção,porque não há ninguém capaz de se responsabilizar,ora por omissão(como é o caso da direita)ora por resignação(parte da esquerda)e ora por manter-se preso ao passado(como é o caso da esquerda que ainda tem influencia).

Ninguém tem mais compreensão do que fazer com o mundo porque seus conceitos foram vencidos e porque não reconhece a mudança das coisas(fato natural)exigindo novas teorias e ideias.

Nos meus blogs sempre procurei chamar a atenção para isto e faço a minha parte.

Eu pensei,no entanto ,que estava influindo em alguma coisa e agora ,com o governo Lula,era o momento de inflexão,de salto de qualidade,mas tudo saiu pelos contrários,pelas causas supra-ditas.

Com a falta de um projeto nacional o fisiologismo tomou conta do congresso ,pressiona o governo,que ás vezes tem que atender(uma tendência a piorar)e na hora da eleição poderá pender para o Brasil ou,mais provavelmente para a direita.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Definição de isentão


Ao fazer o artigo sobre a visibilidade dos rostos das vítimas da URSS,a direita(Blsonnaro inclusive)quiseram se aproveitar disto e atacar às minhas custas os chamados “ isentões” da esquerda(eu incluido).

Eu recebo pancada destes dois extremos o tempo todo,mas desta vez é diferente:nós entramos no fulcro da questão posta por mim há muitos anos,que é o de tentar superar este imbroglio da guerra-fria que aportou no Brasil.

Para mim o Brasil entrou de gaiato neste navio.Não somos um páis central na questão universal,a não ser pelo papel geopolitico que representa e que eu já expliquei.

Portanto,como eu preconizei no passado,já era hora de sairmos disto aí e nem deviamos ter entrado.

Os comunistas,grupo de que eu fazia parte ,analisaram 64 e tiraram a conclusão de que,após a redemocratização nós tinhamos que fazer a ligação com o desenvolvimentismo de esquerda, ceifado naquele ano.Retornar ao passado para avançar.

Naturalmente um desenvolvimento modernizado,mas ainda um desenvolvimentismo,que é,para mim,a senda necessária para a construção democrática dos países e que ainda está aí(Brics);mas precisa de mais radicalidade”(e que não é uma noção tão anti marxista assim).

Infelizmente,o propósito democrático dos comunistas e da esquerda em geral sucumbiu ao terror de direita,quanto aos “ perigos do comunismo”(em parte reais),não adiantando a profissão de fé democrática:não há como convencer o brasileiro da veracidade das afirmações comunistas se eles apóiam regimes construidos na base do sangue.Stalin (n-)os prejudicou.

Hoje nós podiamos fazer um desenvolvimentismo mais radical e com segurança,porque não há mais este problema universal ,pelo menos nos termos de confronto do passado.

Mas no Brasil este confronto persiste de maneira delirante e desproporcional ao nosso papel universal e aí que entram as minhas reflexões:a direita me usa para poder atacar quem ela diz que é isento e a esquerda(como eu esperava)que eu favoreço o outro lado criticando o marxismo.

Ora em primeiro lugar o marxismo não é a esquerda toda(.)Em segundo,lembrando Gramsci “só a verdade é revolucionária”.Só se muda uma realidade se se a encara como ela é,não imaginações,delirios,choradeira e assim por diante.

Sempre recordo a máxima de Epicteto que Prestes tinha como farol ético: “regozija-te pelo fato de as coisas ruins aparecerem diante de ti com são realmente” e acrescentando Borges: “Eu sofri muito com dores imginárias,mas deveria ter tido mais dores reais,porque aí não sofreria tanto”.

Estes pressupostos são essenciais a quem quer mudar a vida e a sociedade.Por isso não há “ ideologia cientifica”,mas saber sobre a realidade,ciência.O máximo de esforço para não cair na imginação é pouco para quem quer mudar.Sendo este um preceito até de terapia.

Todo o limite à mudança é superável desde que as pessoas queiram.Nem um lado nem o outro estão dispostos a ver o real como é realmente,e este real é o Brasil.

Os comunistas não aceitam o fim do internacionalismo proletário,mas não existe mais proletariado e não existe mais o proletariado.

A direita oportunisticamente usa a honestidade da esquerda em reconhecer os crimes de Stalin para destruí-la,no espirito do que fez sempre,com o mote do “ perigo comunista”.E a esquerda diz que ao fazer isto,ou seja,criticá-la,eu a enfraqueço e ajudo o outro lado quanto a este “ perigo”.

Não é bem assim.Dizer a verdade ,reconhecer os erros e se modificar aproxima a pessoa de bem(inclusive alguns comunistas e pessoas da direita[Nelson Rodrigues])da mudança.

O que eu proponho é isto:mudar a cara da esquerda para que ela não signifique mais um “ perigo” a ser explorado.

Mas não dá para fazer isto relativizando as ações do movimento,justificando os crimes de stalin pela especificidades de seu país.Quer dizer,aqui no ocidente democracia ,em outros lugares ditadura.

O comunismo e as correntes são universais,estão inscritas na comunidade universal e não há(como não havia no passado)como relativizar os fundamentos éticos da ação revolucionaria(em qualquer sentido desta palavra polissêmica).

Democracia é aqui e em qualquer lugar.Se a esquerda(inclusive a marxista)quiser ter futuro vai ter que ter um só caminho.

E vai ter que agir no sentido de provar esta conexão com a democracia,como fizeram os comunistas italianos e de modo geral os ocidentais.

Se pessoas de esquerda,que não e stão isentas nunca,como baba Bolsonnaro,se dispueserem a aceitar este conceitos vai crescer novamente e a direita se diluirá na medida em que não se pereceber o tal “ perigo”.Não é escondendo este passado que se evita a direita,mas expondo-o com sinceridade e provando credibilidade e confiabilidade ao povo brasileiro.

Existe risco?Sim.Mas há que enfrentar agora o rpoblema,senão a esquerda vai desaparecer,o problema social vai desaparecer.

De novo Marilena Chauí O conhecimento é maior do que todos nós


Tendo feito críticas bem fundamentadas ao trabalho da Professora Marilena Chauí,um dos raros intelectuais que eu citei(fora as da Terra é Redonda[até porque não me citam]{numa postura elitista])pensei que ela e os garotos que estavam do lado dela(para mostrar que qualquer um deles era melhor do que eu[conheço bem este truque de desmoralizaçãoe repressão])tinham desaparecido.

Mas ela veio aqui nas minhas redes para mostrar o titulo de doutor honoris causa que ela vai receber(ou já recebeu).

Eu quero tecer algumas considerações sobre esta resposta da professora,a partir de fundamentos filosóficos ,éticos e profissionais.

O conhecimento é maior do que todos,e quando eu digo todos ,me refiro ao Ernesto,à Chauí,a Einstein,Newton e Galileu.Há certas coisas que transcendem às pessoas:a revolução,a ciência,o meu Fluminense,as nações.Como no leito de morte disse Camões: “morra eu,mas a pátria não”.

O conhecimento é assim porque ele é mutável também.Lembro-me que tomei conhecimento desta verdade acompanhando as polêmicas com o pensamento soviético,patrocinadas no Brasil por Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho.

Eu montei um curso para este último no sindicato dos professores em que ele tratou do livro de Lênin “Materialismo e Empiro-criticismo”(o livro filosófico mais anti-profissional da história)afirmando que lênin(a meu ver seguindo Hegel)paralisa o movimento inevitável do conhecimento,como de resto de todas as coisas.

Deste modo receber um titulo pelo conhecimento não tem cabimento,porque ele pode mudar no momento seguinte,pode deixar de ser importante de uma hora para outra e assim sucessivamente.

Dar um titulo por trabalhar formando gerações,durante muitos anos,com competência e eficiência tudo bem.Receber um titulo por um ato que modifica para melhor a vida da humanidade,ainda que simples ,tudo bem.

Mas pelo conhecimento não.Pouca gente sabe que Einstein não recebeu o prêmio Nobel por causa da relatividade,mas por causa do efeito fotoelétrico,que é mais simples e é uma descoberta um pouco “ lateral” em todo trabalho do cientista.

A relatividade é tão ampla,tratando de todo o Cosmos,que ninguém tem segurança de que ela vai valer sempre(u vale agora[quem sabe?]).Dizem que no final da vida Einstein afirmou que uma “ equação (como a dele[e=mc2])é para a eternidade.Se é verdade, revela um traço comum em cientistas e pensadores do século passado(entre os quais se inclui a senhora Chauí):que é considerar a eternidade(bem como o absoluto) como um conceito imutável,algo dado desde sempre,no que é uma contradição com o que dissemos acima(sobre o conhecimento).

Além disto tudo a postura dos intelectuais fica provada aí como sendo idêntica aos intelectuais tradicionais,da burguesia e de outras classes:só o interesse individual,profissional é que move estas pesssoas.

No inicio os radicais de esquerda abrem espaço para aqueles que não têm diploma,mas depois ,quando a estrutura de um lugar se faz necessária ,junto com o controle dos criadores ,quando o poder toma o lugar do saber,tudo se iguala ao antigo regime que era criticado.

Assim se deu na URSS e no socialismo real:no inicio qualquer pessoa de saber notório é recebida e reconhecida,mas depois ela tem que se enquadrar.

O caso mais típico foi o do fisico Landau:nos albores da revolução,a sua falta de diploma não o impediu de contribuir muito para a ciência soviética.

Quando necessário o controle foi torturado e preso cinco vezes!!até se enquadrar.

O mesmo se dá no mercado capitalista menos controlado:o produto é usado até dar lucro.Ao acabar de servir a este fim ele é jogado fora,como Elvis Presley et al.

O capitalismo cru é igual ao socialismo real.E o intelectual que põe barreiras aos outros é o mesmo da URSS:ele não quer ameaça ao seu prestigio adquirido e sacrifica o movimento do conhecimento. “ depois de mim o dilúvio”