Esta notícia
sobre a situação populacional esdrúxula
do Japão me instiga a falar
sobre um dos
meus assuntos preferidos,junto com a
utopia:o problema populacional.Plínio,o Velho
dizia que da “África vinha
algo novo”.Eu digo,igualmente,que “ do Japão vem
sempre algo novo”.
Todo mundo
se preocupa com o
crescimento populacional,mas isto
não vale para o
Japão:lá o problema
é o oposto,pois
há um decréscimo populacional.
No limiar
da época burguesa se
criou a idéia,muito
conveniente para o crescimento
capitalista,de que o
nascimento dos filhos
era uma decisão
privada dos pais.Para
garantir um dos
processos de acumulação
primitiva,a quantidade de
população trabalhadora desqualificada deve crescer, para
,numa rotatividade,ser
contratada e demitida ,segundo os
interesses do patrão.
Desde a antiguidade,as utopias escritas pelos pensadores
e filósofos preconizavam
o controle rígido populacional,porque o
nível tecnológico dos
povos não garantia
alimentos se a população
crescesse exponencialmente.Desde
Platão,com A República , até a Nova
Atlântida de Bacon e a Cidade
do Sol de
Campanella,todos os projetos utópicos
afirmavam esta necessidade
de controle.
O fato
ideológico que deve
ser admitido diante
do que acontece
hoje no Japão
é que nem o
excesso nem a falta
são boas coisas,quanto
ao problema populacional e que,portanto,esta questão
deve ser,como estas
utopias queriam,objeto de
planejamento.
Nem o
avanço tecnológico justifica
a atitude privada.
A verdade
é que a
decisão de ter
filhos não é
privada ou individual,mas deve
levar em conta
as necessidades coletivas.É
um fato que
nos horroriza,tão preocupados
que somos com o problema
da “ liberdade”,mas existe
uma contradição entre esta
e o problema
gravíssimo populacional.
Já disse
em outras ocasiões
que uma das
vias para se
chegar diretamente
à utopia é a solução do
problema populacional.Agora não
colocarei aqui esta
minha visão,mas por
ora digo que é uma
das manifestações de
amor á humanidade
não ter filhos porque
tê-los só por
obrigação ou por
outro motivo ,não é autêntico
e legítimo.
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