Ainda vou
tratar desta questão
muçulmana,mas eu quero
dar uma parada para
recolocar os fundamentos
da minha atividade aqui de blogueiro.Muita gente
questiona que esta minha
atividade aqui não
tem significado acadêmico,sendo meramente
opinativa.Em termos.Reconheço que
muito é opinião,mas
fundada em pesquisa,em
atividade magisterial de
muitos anos e ,portanto,ela
é também informativa.
Eu me
coloco de fato
numa perspectiva um
pouco distante da
atividade intelectual tradicional
porque ,em primeiro
lugar,como diz o
nome do meu
blog e a
sua frase-princípio,o “ conhecimento
é de todos”.Esta
história de que
só quem está na
universidade detém o conhecimento
é resultado da
aliança de poder entre a
Igreja Católica e o poder
de estado,para manter
o conhecimento na mão de
poucos e o
povo sob tutela.Este
arranjo se deu
na Idade Média.
Este arranjo
convence a todos de
que só os gênios podem se
colocar fora da academia,mas eu
não penso assim.
A fábula
que eu mais
gosto é a
da lebre e a da tartaruga.O
esforço continuado de uma vida
produz conhecimento igual e legítimo
ao que se
produz nas escolas
superiores.Mas eu disse
esforço sempre,permanente(como
a revolução permanente).
As universidades
são importantes em algumas
matérias, no sentido
de controlar ética e profissionalmente certas
atividades,que se mal
conduzidas( e mal
ensinadas)causam prejuízos ao
cidadão.Direito,medicina e
disciplinas da saúde,engenharia.
Mas as
atividades intelectuais e algumas
outras,importantes,mas que não
oferecem perigo, o
conhecimento pode e deve
ser obtido numa
vida inteira de dedicação.Filosofia,Ciência política,Artes,jornalismo.Discuto se precisa
de escola para isso
Somente de uns
tempos para cá,por
influência já referida
por mim,dos Estados
Unidos,com os objetivos políticos
a que já
aludi,tudo o que
se faz deve-se
aprender em faculdades
enormes,em inúmeros anos e
às vezes isto
não adianta,porque estas faculdades
são pretextos para se
obter dinheiro,exercer poder
,influência e muitas outras
coisas da política de
quinta categoria que vemos hoje.
Os grandes
jornalistas do passado
nunca estiveram em
bancos universitários,mas
eram cultos...Há que
ressaltar que no passado
os jornalistas agiam
muito sem ética
e isto mudou.No
passado era prioritário
dar a notícia,mesmo
falsa,hoje é preciso
comprovar.Mas não sei se
esta melhoria ética
é devida às
faculdades.
Os grandes
filósofos europeus,como Bergson,davam
aula no que
chamamos de Segundo Grau,porque
já tinham se
mostrado grandes pensadores , vocacionados, neste período
de
sua formação escolar.
Além do
mais,e eu ainda
estou no primeiro
ponto,existem muitas intelectualidades nulas,pessoas
que ganham nome
por razões totalmente
diversas da capacidade
profissional.Têm nome e repercussão hoje,mas
com o tempo desaparecem e
aí todos percebem
que perderam tempo
com alguém que não
tinha feito nada
na realidade.Mas as instituições públicas
perderam o tempo e
o dinheiro públicos...
Os
intelectuais de modo geral
são assim:quando adquirem
este nome e este
poder,ficam mais importantes
do que o conhecimento e
não são mais permeáveis ao diálogo,que é uma
das formas melhores
e mais democráticas de obter conhecimento e distribuí-los
de imediato para
todos ,sem distinção.
O segundo
ponto é que,dentro
deste paradigma,sempre me
orientei pelo pensamento ético de Julio
Verne e de
seu seguidor brasileiro,Alberto Santos-Dumont:o conhecimento,não só
as suas benesses,é
de todos.Mas o conhecimento
tem que ser comprovado e real.Não
é o discurso do
intelectual que vale,é
a comprovação empírica ou
teórica.São as categorias
comprovadas e estabelecidas
que geram as
minhas discussões aqui
,bem como o material
empírico e teórico que
ainda é analisado.
Por isso
eu não cito intelectuais,a não
ser dentro destes critérios.E
u trabalho com a
transcendentalidade da ciência,tanto
social como natural.Eu
me refiro aos
fatos pesquisados
,analisados ,estudados e interpretados,por isso me
considero um
publicista,alguém que pesquisa
e interpreta.Não só um
divulgador(papagaio),mas um pesquisador.
Se a ciência
influencia a minha vida eu tenho
o direito de conhecê-la,manipulá-la e usá-la
a meu bel-prazer.Se não é
assim eu sou
um alienado.
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