sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Petição de princípio


Ainda  vou  tratar  desta  questão  muçulmana,mas  eu  quero  dar  uma parada para recolocar  os  fundamentos  da  minha  atividade aqui de blogueiro.Muita  gente  questiona  que esta  minha  atividade  aqui  não  tem  significado  acadêmico,sendo  meramente  opinativa.Em  termos.Reconheço  que  muito  é  opinião,mas  fundada  em  pesquisa,em  atividade magisterial de  muitos  anos e  ,portanto,ela  é  também  informativa.
Eu  me  coloco  de  fato  numa  perspectiva  um  pouco  distante  da  atividade  intelectual  tradicional  porque  ,em  primeiro  lugar,como  diz  o  nome  do  meu  blog  e  a  sua  frase-princípio,o “  conhecimento  é  de  todos”.Esta  história  de  que    quem está  na  universidade  detém o  conhecimento  é  resultado  da  aliança  de poder  entre a  Igreja  Católica e o  poder  de  estado,para  manter  o  conhecimento na  mão de  poucos  e  o  povo  sob  tutela.Este  arranjo  se  deu  na  Idade  Média.
Este  arranjo  convence  a todos  de  que    os  gênios  podem se  colocar  fora  da academia,mas  eu  não  penso  assim.
A  fábula  que  eu  mais  gosto  é  a  da  lebre e  a  da  tartaruga.O  esforço  continuado de uma  vida  produz  conhecimento igual e  legítimo  ao  que  se  produz  nas  escolas  superiores.Mas  eu  disse  esforço  sempre,permanente(como a   revolução  permanente).
As  universidades  são   importantes em  algumas  matérias,  no  sentido  de  controlar  ética e profissionalmente  certas  atividades,que  se  mal  conduzidas( e mal  ensinadas)causam  prejuízos  ao  cidadão.Direito,medicina e  disciplinas  da saúde,engenharia.
Mas  as  atividades  intelectuais e  algumas  outras,importantes,mas  que  não  oferecem  perigo,  o  conhecimento  pode  e deve  ser  obtido  numa  vida  inteira de  dedicação.Filosofia,Ciência  política,Artes,jornalismo.Discuto se  precisa  de escola  para isso
Somente  de uns  tempos  para  cá,por  influência    referida  por  mim,dos  Estados  Unidos,com os  objetivos  políticos  a  que    aludi,tudo  o  que  se  faz  deve-se  aprender  em  faculdades  enormes,em  inúmeros  anos e  às  vezes  isto  não  adianta,porque estas  faculdades  são  pretextos  para se  obter  dinheiro,exercer  poder  ,influência  e muitas  outras  coisas  da política  de  quinta categoria  que vemos  hoje.
Os  grandes  jornalistas  do  passado  nunca  estiveram  em  bancos  universitários,mas eram  cultos...Há  que  ressaltar  que  no  passado  os  jornalistas  agiam  muito  sem  ética  e  isto  mudou.No  passado  era  prioritário  dar  a  notícia,mesmo  falsa,hoje  é  preciso  comprovar.Mas  não  sei  se esta  melhoria  ética  é  devida  às  faculdades.
Os  grandes  filósofos  europeus,como  Bergson,davam  aula  no  que  chamamos  de Segundo  Grau,porque    tinham  se  mostrado  grandes  pensadores , vocacionados,  neste  período  de  sua  formação escolar.
Além  do  mais,e  eu  ainda  estou  no  primeiro  ponto,existem  muitas  intelectualidades  nulas,pessoas  que  ganham  nome  por  razões  totalmente  diversas  da  capacidade  profissional.Têm  nome e  repercussão   hoje,mas  com  o  tempo desaparecem  e    todos  percebem  que  perderam  tempo  com  alguém  que não  tinha  feito  nada  na realidade.Mas  as instituições  públicas  perderam  o tempo  e  o  dinheiro  públicos...
Os intelectuais de   modo  geral  são  assim:quando  adquirem  este  nome  e  este poder,ficam  mais  importantes  do  que  o  conhecimento  e  não  são  mais permeáveis  ao diálogo,que  é uma  das  formas  melhores  e mais  democráticas  de obter   conhecimento e  distribuí-los  de  imediato  para  todos ,sem  distinção.
O  segundo  ponto  é  que,dentro  deste  paradigma,sempre  me  orientei  pelo  pensamento ético  de Julio  Verne  e  de  seu  seguidor  brasileiro,Alberto  Santos-Dumont:o  conhecimento,não    as  suas  benesses,é  de todos.Mas  o  conhecimento  tem  que  ser comprovado  e real.Não  é  o discurso  do  intelectual  que  vale,é  a comprovação  empírica  ou  teórica.São  as  categorias   comprovadas  e  estabelecidas  que  geram  as  minhas  discussões  aqui  ,bem  como  o material  empírico  e teórico  que  ainda  é  analisado.
Por  isso  eu  não  cito  intelectuais,a  não  ser dentro destes  critérios.E u  trabalho  com a  transcendentalidade  da  ciência,tanto  social  como  natural.Eu  me  refiro  aos  fatos  pesquisados ,analisados  ,estudados  e interpretados,por  isso  me  considero um  publicista,alguém  que  pesquisa  e  interpreta.Não    um divulgador(papagaio),mas  um  pesquisador.
Se  a ciência  influencia  a minha  vida  eu  tenho  o  direito de  conhecê-la,manipulá-la e  usá-la  a meu  bel-prazer.Se  não é  assim  eu  sou  um  alienado.
        

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