domingo, 25 de março de 2018

Explicação sobre a “ opção preferencial pelos pobres”


Devo explicar melhor porque eu entendo não ser justo um conceito divisivo ,de classe ,para resolver a crise brasileira.Eu já esclareci isto aí em artigos  reunidos nos meus livros ,mas não custa nada ir mais fundo.
A visão de Marx está ultrapassada.As classes têm interesses antagônicos,mas elas,como me disse o meu professor de sociologia na UFRJ,Maciel,” não existem por si”,sozinhas.A dialética das classes se dá não só pela ruptura,mas também pela “ relação”,que ,às vezes,é colaboração.E eu disse que preferia esta “ relação” porque os resultados são mais eficientes e mais duradouros,sem falar na  sua condução pacífica.As soluções de conflito são incompletas e deixam rastros de ressentimento,que atrapalham o futuro.Por isto sou reformista e defendo a classe a que eu pertenço,a classe média.
Isto não quer dizer que a classe média não cometa erros ou violências ou não seja indiferente ao sofrimento dos pobres.Mas eu não aponto,mais,como caminho de superação disto a pura e simples modificação do sistema capitalista,que se espalhou pelo mundo,mas reputo ser essencial considerar a relação de classes,nas nações.A relação de classes se dá nas nações e é aí o novo centro de luta.A vitória de Trump e a reação atual do Partido Democrata é o farol de atuação das esquerdas,inclusive as nossas(embora eu ache que elas vão demorar em aceitar estes novos paradigmas[como sempre]).
As classes não são sozinhas e o melhor é considerar isto como a mediação de mudança.Eu não estou dizendo que a burguesia é eterna,que está tudo bem,não é isto.Estou dizendo que esta é a forma melhor e possível de mudar.
A classe operária,tida pelos comunistas como a classe produtiva e mais importante de todas,apoiou ,no Brasil,o governo Médici.Não tem sentido ,agora,diabolizar a classe média.A esquerda deve lutar para mudar a sua consciência,não usá-la,como está  fazendo,oportunìsticamente,para ganhar dividendos político-eleitorais,dentro de sua perspectiva  política de  rés-do-chão.
A igreja tem razão em seguir a prioridade dos pobres,desde de 1979 ,e esta constatação é mais que evidente:existem pessoas que estão mais necessitadas de ajuda do que grande parte da classe média,mas não é verdade que esta ultima esteja em área de conforto ou que esteja por cima da crise de emprego causada por Dilma.E muito menos que esteja livre de tomar um tiro,uma bala perdida.
Colocar ,como faz o PSOL,esta velha contraposição de que os pobres são oprimidos e os outros não, fere não só as pressuposições supracitadas,mas a verdade, e cria uma desnecessária divisão,que só favorece aos inimigos do povo.
Glauber Rocha tinha  razão em afirmar que o Brasil dividido  era mais facilmente dominável pelo imperialismo,e isto é verdade.O PSOL comete o mesmo erro dos radicais do passado e ajuda o golpe.Freixo,Jean Willis estão no passado.

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