sábado, 24 de março de 2018

Mais elucubrações sobre Pezão


O que facilitou a “ recuperação” de Pezão é o aporte de dinheiro que o governo federal pôs na sua mão.Oportunìsticamente ele disse,esta semana,que se tivesse o dinheiro não era preciso a intervenção.Isto é uma meia-verdade.As condições de segurança do Rio de Janeiro não são derivativas da simples presença de dinheiro,mas do descalabro mais do que previsto,do programa das UPPS.
Todo mundo sabia que depois das Olimpíadas  ninguém ia aprofundar este programa.E também ele não ia acontecer  porque ninguém quer resolver a questão social,que está por trás do problema da segurança.Os cartéis representados pela bancada da bala,perderiam efetivamente força ,se se começasse a abordar a questão social.E estes cartéis,que financiam carreiras políticas, são mais fortes do que as verdades e direitos propalados por Marielle...
A falta de planejamento geral,o descaso pelo povo do Rio de Janeiro,que não é de agora que sofre com a segurança,são as causas,entre outras,da desordem atual.
Mas como as pessoas não acompanham as coisas diuturnamente ,esquecem estas bases do problema e aí facilitam tudo para um político matreiro.E também ,como consequencia deste contexto,a real dimensão da exposição a que o povo do Rio de Janeiro está submetido,fica ao sabor das conveniências de outros políticos,tão matreiros quanto Pezão.
O Rio de Janeiro,hoje,é como o corpo de Tiradentes,dividido depois de morto(felizmente).Cada um quer tirar um pedaço político da situação.
Repito:quando o PSOL e Freixo não reconhecem a necessidade de intervenção,facilitam as coisas para os setores de direita,que propagam a sua “ posse”,com os resultados positivos da sua implementação.No debate entre Freixo e Jungman,existe algo de bizantino:a morte da vereadora serve de justificativa para a intervenção.Pode alegar o PSOL que participar é dar uma legitimação a um processo autoritário,mas não participar tem efeito igual.E pior:pode ser uma forma de culpabilizar a  esquerda  ,que se omitiu diante de um problema coletivo do Rio de Janeiro.
O modo de fazer determina a exigência de  apoiamento da intervenção.Assim como há que agir com inteligência para enfrentar o crime,há que ter inteligência para fazer política.Uma aceitação da intervenção era absolutamente necessária por parte do PSOL,mas só nesta condição,deixando de lado a política.O PSOL perdeu a oportunidade de se inserir no plano estadual,repelindo a intervenção,preso que está ao dogma “ de classe”.

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