O que
facilitou a “ recuperação” de Pezão é o aporte de dinheiro que o governo
federal pôs na sua mão.Oportunìsticamente ele disse,esta semana,que se tivesse
o dinheiro não era preciso a intervenção.Isto é uma meia-verdade.As condições
de segurança do Rio de Janeiro não são derivativas da simples presença de
dinheiro,mas do descalabro mais do que previsto,do programa das UPPS.
Todo
mundo sabia que depois das Olimpíadas ninguém ia aprofundar este programa.E também ele
não ia acontecer porque ninguém quer
resolver a questão social,que está por trás do problema da segurança.Os cartéis
representados pela bancada da bala,perderiam efetivamente força ,se se
começasse a abordar a questão social.E estes cartéis,que financiam carreiras
políticas, são mais fortes do que as verdades e direitos propalados por
Marielle...
A falta
de planejamento geral,o descaso pelo povo do Rio de Janeiro,que não é de agora
que sofre com a segurança,são as causas,entre outras,da desordem atual.
Mas como
as pessoas não acompanham as coisas diuturnamente ,esquecem estas bases do
problema e aí facilitam tudo para um político matreiro.E também ,como
consequencia deste contexto,a real dimensão da exposição a que o povo do Rio de
Janeiro está submetido,fica ao sabor das conveniências de outros políticos,tão
matreiros quanto Pezão.
O Rio de
Janeiro,hoje,é como o corpo de Tiradentes,dividido depois de morto(felizmente).Cada
um quer tirar um pedaço político da situação.
Repito:quando
o PSOL e Freixo não reconhecem a necessidade de intervenção,facilitam as coisas
para os setores de direita,que propagam a sua “ posse”,com os resultados
positivos da sua implementação.No debate entre Freixo e Jungman,existe algo de
bizantino:a morte da vereadora serve de justificativa para a intervenção.Pode
alegar o PSOL que participar é dar uma legitimação a um processo autoritário,mas
não participar tem efeito igual.E pior:pode ser uma forma de culpabilizar a esquerda ,que se omitiu diante de um problema coletivo
do Rio de Janeiro.
O modo
de fazer determina a exigência de apoiamento da intervenção.Assim como há que
agir com inteligência para enfrentar o crime,há que ter inteligência para fazer
política.Uma aceitação da intervenção era absolutamente necessária por parte do
PSOL,mas só nesta condição,deixando de lado a política.O PSOL perdeu a
oportunidade de se inserir no plano estadual,repelindo a intervenção,preso que
está ao dogma “ de classe”.
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