sexta-feira, 30 de março de 2018

Os atentados


Vivemos,na política nacional atual,um período de delírio e fantasmagoria.Todo mundo sabe a natureza de ambos os atentados contra Marielle  e contra o PT,mas nada acontece,não há comoção.Deveria haver?
Inicialmente, versões e manipulação dos dados se sobrepõem às investigações,que são as únicas secretas dos últimos  anos,fato insólito que confirma toda esta situação de delírio a que me refiro.
Temer ,numa entrevista ,fez elogios à concentração de poder no golpe de 64(“ comemorado” hoje),que,segundo ele ,regozijou o povo.Temer mostra a sua face de salvacionista de direita,por oposição ao salvacionismo de esquerda,de Lula.É a famosa  “simbiose perversa”.
A direita e o fisiologismo conservadores do Brasil deixam o povo brasileiro no desamparo,o que favorece a irresponsabilidade voluntarista da esquerda que acha ser capaz de fazer tudo por um ato de vontade revolucionária ou uma pura e simples união dos pobres em torno das vanguardas.Ninguém se preocupa em conhecer o Brasil e apontar as soluções derivadas dos estudos dos grandes pensadores do Brasil.
Hoje,como sempre, trata-se de saber qual modelo ou partido tomar o poder para ter o “ mérito” de resolver sozinho o “ problema brasileiro”.
Todo mundo sabe que eu sou parlamentarista e é,entre outras coisas,porque entendo que o caminho de solução não é a autoridade salvadora,posta na mão de alguém aparentemente “ forte” e “ destinado” ao “verdadeiro “ caminho.
A divisão entre representação do estado e o executivo é o começo da republicanização de fato do Brasil.O presidente da república,neste esquema,poderia funcionar como um ouvidor e um professor do povo,quanto aos seus direitos e deveres nacionais.Se o cidadão,protegido assim das intempéries políticas,das ventanias típicas dos interesses,agiria com mais cuidado e com segurança poderia influir ,para além do voto,no “ destino nacional”.
Ainda que uma pessoa seja profundamente qualificada,nenhum poder é pessoal,principalmente na república moderna.A democracia moderna não é argumentativa somente,como diz Luiz Felipe Pondé,que só conhece filosofia:a teoria política moderna colocou na democracia e na república uma tarefa que vai além do simples fato de falar,a questão social.
A  democracia é um regime não só formal,não bastando este seu elemento constitutivo,mas tem  obrigação de qualquer governo de inserir plenamente os cidadãos na vida social e política.

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