As notícias que chegam do Partido Democrata
estadunidense dão conta de que há uma reformulação dos seus critérios
programáticos .Não está totalmente confirmado,mas a vitória de Trump e seu
significado estão provocando uma auto-crítica exata e a ser seguida pelo mundo
todo:que o espaço nacional,com as pessoas comuns ,deve ser conquistado pelo
esquerda.
O internacionalismo é,como eu já
afirmei,inevitável,mas tem que ser articulado com o problema
nacional.Compreender o capitalismo,não é compreender a nação.Uma vez eu ouvi
esta frase no movimento estudantil:” O capitalismo não tem pátria” e agora eu
reformulo:”mas ele não se manifesta de uma forma só”.
No final de década de 60 Caio Prado Júnior
anunciou,indiretamente,esta preocupação,que o internacionalismo comunista não
desenvolvia.
O fato é que as formas políticas nacionais,tidas
pelos comunistas como meios de garantir e reproduzir a exploração capitalista,fundamentam
aquilo que eu chamo de elitismo vermelho
.O comunista médio entende que o que fundamenta a sua ação não é a decisão
soberana do povo,enganado pela “ democracia burguesa”,mas a teoria,que desvela
esta exploração.
Na célebre entrevista que Sobral Pinto concedeu
no Pasquim,ele contou o primeiro encontro que teve na cadeia com Luiz Carlos Prestes:”Quando
encontrei Prestes ele me disse que iria
fazer uma denúncia à opinião pública mundial,que me suscitou o pensamento de que
comunista não aceita opinião estadual ou municipal,mas internacional”.
Comunista não pede voto,não pergunta à
soberania popular,mas impõe a “ verdade” da teoria(um contra-senso[porque toda
teoria só e provada se a soberania popular a aceita]).
José Dirceu era acusado de não receber
ninguém,principalmente candidatos populares,dignos ou patéticos, e eu acredito
piamente nisto, a partir das constatações que exponho aqui,após uma vida em
contato com esta realidade.
O programa do partido democrata e o seu
internacionalismo(características comuns ,na média(na média)das esquerdas,
consagrava este elitismo ,porque o
internacionalismo,herdeiro da comunidade universal de Kant,posto assim formalmente
,acaba por passar por cima das especificidades nacionais,impedindo a solução
dos problemas.
Todo o mundo é axiològicamente favorável ao
movimento LGBT,à proteção dos pobres,à luta contras as armas, o buylling,à luta
contra as drogas(será?) ,mas toda a axiologia implica numa hierarquia de valores
e o que é ainda prioritário é a “ questão social”,em que está o cotidiano e o
homem comum.
Por isso Oprah,que representa uma tribuna
famosa destas pessoas comuns,apresentou
sua candidatura,dentro de um processo de assunção de possibilidades futuras e
de encaminhamento de um novo programa.Este encaminhamento é o certo e toda a
esquerda responsável(inclusive,claro,no Brasil)deve
segui-lo.Não há mais internacionalismo sem articulação(dialética)com o
nacional(sem nacionalismo).
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