domingo, 15 de julho de 2018

As contradições do movimento feminista


É deveras importante analisar os movimentos sociais,como ,entre outros,o lgbt,o ecológico e o feminista.No meu entender estes movimentos têm um papel histórico decisivo na história da humanidade e especialmente na do Brasil,fundamentalmente depois da “ fim” da Utopia(?),porque são mediações universais da política humana.Ainda que tudo tenha se estilhaçado e se esgarçado,algumas mediações conseguiram se espraiar pelo mundo todo.Mas em cada país elas cumprem um papel específico,próprio deste lugar.
Na minha opinião os movimentos citados não deveriam fazer parte da política,da política eleitoral.Sei que vou levar pedradas ,mas entendo que estes movimentos deveriam cumprir um papel histórico ,educativo ,na sociedade.
De um lado estes movimentos deveriam  se relacionar com a questão social,porque muitos dos seus problemas derivam e se reproduzem dentro dela;de outro o fulcro de sua atuação se dá na busca pela liberdade,pelo bem-star e pela felicidade.O direito de escolha,no caso lgbt(i).A felicidade e os direitos da mulher,no feminismo.
No caso específico do feminismo,que é o meu tema aqui,mas também no que tange aos outros, a busca de afirmação pela política partidária submete os seus objetivos de libertação da mulher a objetivos políticos e partidários ,bem como financeiros(não contraditórios com os antes ditos).
Desde que o feminismo se tornou uma plataforma possível ,foi cooptada por poderes que,em grande parte,reproduzem e fundamentam a dominação da mulher sob o patriarcado.
Desde este momento há um feminismo canhestro de inspiração católica,que pretende conciliar o inconciliável:a libertação da mulher com o critério paulino,” o homem está à cabeça da família”.Aliás esta “ conciliação” está no centro das contradições do feminismo atual:a mulher não se iguala ao homem em tudo.Somente no direito.Para reivindicar direitos a mulher é igual ao homem ,mas no dever ( de se colocar igual  a ele,no mesmo nível ético e moral)não.Aí entra a concepção do machismo,que provém de São Paulo e que é a matriz de toda vitimologia feminina.Por constituição genética a mulher pode lutar pela sua condição de  cidadania,mas no plano privado ela é “frágil”,tendo o homem a responsabilidade de prover economicamente e liderar a casa,frente a outros homens.A mulher,dentro deste contexto,explora o chamado “ complexo de cinderella”,a consequência lógica do critério paulino.
Reprimida em casa,a mulher se acostumou,por necessidade de sobrevivência, a jogar um macho contra o outro,um poder contra o outro,mas o certo é que ela confronte a sua escolha amorosa(não raro não é dela) e não usar  e reproduzir o esquema de poder.
O feminismo moderno,seja o mais conservador ou o de esquerda,peca,por compromisso partidário e interesse eleitoral,por não confrontar estes erros da mulher.O interesse eleitoral indica explorar a vitimologia, o complexo de conderella,quando o normal era educar a  mulher para sair deste esquema repressivo.
Camille Paglia não venderia livros se  enfrentasse estas questões,se  criticasse esta mulher que se verga.É justamente a repressão que justifica o protesto emocional que se esconde em seus livros,ao arrepio do progresso.Isto cria uma simbiose perversa,em que a repressão da mulher fundamenta o protesto(inócuo)e a eleição das feministas e mantém o estado das coisas do mesmo jeito.
Porque o movimento feminista não observa o papel da mulher nas grandes manifestações do totalitarismo de direita ?Porque,no caso do Brasil,não analisa o papel da mulher de reprodução de falsos valores pela mídia ? Inclusive de objetalização do corpo da mulher ?
A relação homem/mulher não é assim:
Se F é_______________________________C deve ser
Se não F_____________________________SP
Que é a fórmula da justiça.Se o homem e a mulher são iguais,se alguém comete um atentado contra o outro deve receber uma sanção,uma reprovação(SP),no nível próprio.Se a mulher não age culturalmente de forma igual ao homem,não há condições de construir um modelo normativo definitivo,racional ,que diminua as violências e os erros,porque o machismo(entranhado pela mulher também)não permite.
Marcia Tilburi,ao se candidatar e publicar livros deixa de lado esta necessária perspectiva crítica,porque senão perderia eleitores e compradores,então reproduz o esquema de exploração capitalista,apesar de seu suposto discurso radical.
Como dizia Gramsci,” só a verdade é revolucionária” e eu acrescento “ só a verdade é anti-exploração”,porque cria a preeminência do homem(no sentido geral de humanidade)sobre qualquer coisa,a verdadeira hierarquia de valores,base da libertação do homem(agora no sentido de macho)e da mulher.
A esquerda brasileira e o feminismo participam do processo de exploração,por estes erros conceituais de compreensão.

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