É
deveras importante analisar os movimentos sociais,como ,entre outros,o lgbt,o
ecológico e o feminista.No meu entender estes movimentos têm um papel histórico
decisivo na história da humanidade e especialmente na do
Brasil,fundamentalmente depois da “ fim” da Utopia(?),porque são mediações
universais da política humana.Ainda que tudo tenha se estilhaçado e se
esgarçado,algumas mediações conseguiram se espraiar pelo mundo todo.Mas em cada
país elas cumprem um papel específico,próprio deste lugar.
Na
minha opinião os movimentos citados não deveriam fazer parte da política,da
política eleitoral.Sei que vou levar pedradas ,mas entendo que estes movimentos
deveriam cumprir um papel histórico ,educativo ,na sociedade.
De
um lado estes movimentos deveriam se
relacionar com a questão social,porque muitos dos seus problemas derivam e se
reproduzem dentro dela;de outro o fulcro de sua atuação se dá na busca pela
liberdade,pelo bem-star e pela felicidade.O direito de escolha,no caso
lgbt(i).A felicidade e os direitos da mulher,no feminismo.
No
caso específico do feminismo,que é o meu tema aqui,mas também no que tange aos
outros, a busca de afirmação pela política partidária submete os seus objetivos
de libertação da mulher a objetivos políticos e partidários ,bem como
financeiros(não contraditórios com os antes ditos).
Desde
que o feminismo se tornou uma plataforma possível ,foi cooptada por poderes
que,em grande parte,reproduzem e fundamentam a dominação da mulher sob o
patriarcado.
Desde
este momento há um feminismo canhestro de inspiração católica,que pretende
conciliar o inconciliável:a libertação da mulher com o critério paulino,” o
homem está à cabeça da família”.Aliás esta “ conciliação” está no centro das
contradições do feminismo atual:a mulher não se iguala ao homem em tudo.Somente
no direito.Para reivindicar direitos a mulher é igual ao homem ,mas no dever (
de se colocar igual a ele,no mesmo nível
ético e moral)não.Aí entra a concepção do machismo,que provém de São Paulo e que
é a matriz de toda vitimologia feminina.Por constituição genética a mulher pode
lutar pela sua condição de cidadania,mas
no plano privado ela é “frágil”,tendo o homem a responsabilidade de prover economicamente
e liderar a casa,frente a outros homens.A mulher,dentro deste contexto,explora
o chamado “ complexo de cinderella”,a consequência lógica do critério paulino.
Reprimida
em casa,a mulher se acostumou,por necessidade de sobrevivência, a jogar um
macho contra o outro,um poder contra o outro,mas o certo é que ela confronte a
sua escolha amorosa(não raro não é dela) e não usar e reproduzir o esquema de poder.
O
feminismo moderno,seja o mais conservador ou o de esquerda,peca,por compromisso
partidário e interesse eleitoral,por não confrontar estes erros da mulher.O
interesse eleitoral indica explorar a vitimologia, o complexo de
conderella,quando o normal era educar a
mulher para sair deste esquema repressivo.
Camille
Paglia não venderia livros se enfrentasse
estas questões,se criticasse esta mulher
que se verga.É justamente a repressão que justifica o protesto emocional que se
esconde em seus livros,ao arrepio do progresso.Isto cria uma simbiose
perversa,em que a repressão da mulher fundamenta o protesto(inócuo)e a eleição
das feministas e mantém o estado das coisas do mesmo jeito.
Porque
o movimento feminista não observa o papel da mulher nas grandes manifestações
do totalitarismo de direita ?Porque,no caso
do Brasil,não analisa o papel da mulher de reprodução de falsos valores pela
mídia ?
Inclusive
de objetalização do corpo da mulher ?
A
relação homem/mulher não é assim:
Se
F é_______________________________C deve ser
Se
não F_____________________________SP
Que
é a fórmula da justiça.Se o homem e a mulher são iguais,se alguém comete um
atentado contra o outro deve receber uma sanção,uma reprovação(SP),no nível próprio.Se
a mulher não age culturalmente de forma igual ao homem,não há condições de
construir um modelo normativo definitivo,racional ,que diminua as violências e
os erros,porque o machismo(entranhado pela mulher também)não permite.
Marcia
Tilburi,ao se candidatar e publicar livros deixa de lado esta necessária
perspectiva crítica,porque senão perderia eleitores e compradores,então
reproduz o esquema de exploração capitalista,apesar de seu suposto discurso
radical.
Como
dizia Gramsci,” só a verdade é revolucionária” e eu acrescento “ só a verdade é
anti-exploração”,porque cria a preeminência do homem(no sentido geral de
humanidade)sobre qualquer coisa,a verdadeira hierarquia de valores,base da
libertação do homem(agora no sentido de macho)e da mulher.
A
esquerda brasileira e o feminismo participam do processo de exploração,por
estes erros conceituais de compreensão.
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