A
nave da esquerda continua a repetir os erros históricos.Desde Lênin e a Revolução Russa o esquema da tomada de poder” é este:idéias que devem ser
impostas à massa,supondo que elas as aceitarão.O partido Bolchevique usa uma
crise ,uma situação dramática e se coloca ,demagogicamente,no caminho dos
interesses da massa que sofre com a crise.Não importa que o partido seja
minoria,importa que esteja de acordo com esta massa.Não importa a necessidade
de persuasão e convencimento desta massa,mas a oportunidade política.Dos
stalinistas aos trotskistas o esquema é este.sempre o foi.
Os
comunistas franceses ,no inicio da
década de ,70 fizeram uma aliança com os socialistas esperando chegar ao poder
pelo descarte destes últimos.Sim porque desde Lênin,depois da tomada do poder e
como base e consequência, o descarte do apoio das massas é essencial.
Foi
isto o que motivou o PSTU ,em 2013,a
levantar o seu pavilhão.Felizmente o povo brasileiro já está mais
esclarecido e vaiou a atitude ,tachando-a,justamente,de “ oportunista”,que é o
conceito que deve definir todo este “ método” político usado desde 1917.
O
que seria legítimo é o que poucos
partidos de esquerda fizeram no século XX:o trabalho de massas,o convencimento
e persuasão da sociedade.
O
que nós vemos nos setores de esquerda mais clássicos,representados pelo PSOL, é
a continuidade do oportunismo e do idealismo impositivo.
Como
não caracterizar a fala de Boulos no programa no Roda Viva segundo este último conceito?
Taxar
os ricos é um projeto que nem partidos e setores mais fortes conseguiram fazer
no Brasil.Como um partido isolado vai fazê-lo ? Faltou
Boulos explicar quais as condições políticas ele vai criar para dar sustentação
a algo tão difícil.Tal prova que a sua candidatura não é para ganhar de fato o
poder,mas usar o momento eleitoral(burguês)para aparecer,quiçá fazer aparecer
personalidades e não idéias ou o povo.
No
primeiro caso a esquerda prossegue no uso da realpolitik ,que nunca deveria ter entrado nas hostes socialistas e
comunistas,como parte que é do cinismo político burguês nacionalista.
O
PSOL apóia Lula e o PT por “ afinidade”,mas ataca sua plataforma política e econômica até aos
fundamentos,a ponto de diluir esta “ afinidade”.Uma das poucas realizações
positivas do governo de Lula e do PT foi a instituição da “ microempresa individual”,que
hoje salva muita gente(de classe média)do desemprego absoluto.
Pois
não é que o PSOL considera esta realização como “ afirmadora do capital”
? Quer dizer a perspectiva do PSOL é a implantação
do socialismo tradicional,estatocrático,após as inúmeras derrotas sofridas.Qualquer
socialista médio,moderno,inclusive de inspiração gramsciana,admite formas de
propriedade privada,propriedade individual,mas estes radicais se põem,mais uma
vez,contra o próprio crescimento possível da esquerda.
O
PT e Lula,Ciro e Boulos não devem participar das eleições, em nome da lisura e
substância da próxima campanha eleitoral,que deve ser conduzida da maneira mais
responsável e respeitosa ao país,por ser a mais importante dos últimos 50 anos.
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