quarta-feira, 11 de julho de 2018

Nacional/Internacional,o que deveria uma esquerda moderna fazer.


Com base nas reflexões anteriores digo que a postura de uma esquerda realmente é articular estes dois lados do problema,a nação e a comunidade internacional.A partir de Kant aquilo que era evidente desde sempre prosperou:que havia,pelo menos,uma comunidade humana possível de se construir.Como dizem Foucault e Milton Santos esta construção tem idas e vindas e vivemos,hoje,um período de extremo recuo.
De qualquer forma este é um critério permanente,necessário sempre.A incorporação da nação não implica no abandono da mediação internacional,mas se existe uma possibilidade de mudança real local a mediação internacional não pode ocupar um papel paralisador e ocupará se tiver preeminência,como acontece diuturnamente na esquerda radical.
As soluções radicais de esquerda querem impor a comunidade universal às nações, mas isto é ditadura do mesmo jeito.Qualquer revolução de caráter nacional,de direita ou de esquerda é ditadura,porque as idéias universais e universalistas não levam em consideração as particularidades locais.Por natureza própria elas acabam sendo impositivas.
No âmbito internacional cada homem,cada mulher,cada pessoa tem o direito de questionar os erros e crimes dos governos,mas ninguém o tem quanto a questões locais.A busca de legitimação no Papa,na Venezuela e na esquerda americana , o desespero justifica,mas não há razão para fazê-lo por interesses pessoais comuns,como ocorreu com a intervenção de Ângela Davis no caso Lula há alguns meses.
Então,manter o equilíbrio entre estes dois lados,preservando a hierarquia em favor da localidade ,da nação, é uma base de renovação da esquerda em geral,que submete a esta hierarquia ,inclusive,a dialética,não tratando mais como termos iguais o nacional e o internacional,mas os equilibrando.E só se equilibram coisas distintas,coisas iguais se misturam.
Neste contexto,no plano internacional,mais importante do que apoiar Lula, a esquerda brasileira e a internacional,precisam defender a comunidade européia,porque se ela der certo( e não está,por influência cada vez mais crescente da Alemanha[e da Rússia])a integração acontecerá no mundo todo,estreitando ainda mais os países no caminho da ajuda mútua,que,mesmo no capitalismo,diminui os problemas,diminui o sofrimento do homem do povo,cria uma solidariedade que será útil na Utopia(sendo ela própria ,um pouco,já, a Utopia).

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