segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Ucrânia V

 

É lógico que eu defendo a paz

mas o pretexto da guerra continuará

É lógico que eu defendo a paz,que eu defemdo a integridade de países como a Ucrânia,que eu sou contra a ditadura de Putin,mas a tarefa de garantir tudo isto não é dos Estados Unidos e da Europa,mas do mundo todo.

O que tenho ressaltado nestes meus artigos é a complexidade da situação.Em termos humanitários e segundo o que diz a plataforma universal de direitos humanos o que nós todos devemos fazer e defender é claro.

Mas reitero que a Ucrânia não é igual ao Vietnã,sendo um país muito perigoso,onde há monumentos fascistas.

Eu defendi aqui e sou o primeiro a fazê-lo na esquerda,uma comissão da verdade para apurar os crimes de Stalin e de Lênin(entre outros).O momento em que Putin decidiu atacar a Ucrânia foi há duas semanas quando impôs ao principal dissidente da Rússia mais quinze anos ilegitimos de prisão.

Este dissidente ,entre outras coisas,defende a reparação dos crimes cometidos na época da URSS e a sua condenação causou comoção na Rússia.Eu sou favorável à apuração e reparação destes crimes.Não vejo diferença entre estes crimes e os da ditadura militar-civil brasileira,por exemplo.

A luta pela democracia não é tarefa,como eu já disse,não é tarefa só dos Estados Unidos e da Europa ,mas do mundo todo,até porque muitos problemas causados à democracia têm origem no primeiro mundo.Basta lembrar o Afeganistão,recente...

O fluxo de armas,cujo capital ajuda a maioria destes países do primeiro mundo,quero dizer,os seus governos,é a causa deste conflito.Com a democracia voltando à Rússia,isto não vai mudar e quem é de esquerda,esquerda consequente,tem que entender estes fatos.

Basta lembrar que Bush filho propõs a democracia ao Afeganistão e o Talibã continua lá.Se a democracia voltar à Rússia,a hegemonia destes valores cinicos das democracais ocidentais ficará maior ainda,embora uma democracia apresente mais espaços de luta.

Conceitos abstratos têm uma validade relativa:brigar é ruim para os dois lados ,porque aquele que perde se desgasta e o que ganha também.Isto é facto,mas quem conhece o que está por trás dos fatos(e isto todo pesquisador cientifico deve fazer),sabe que na relatividade das coisas há momentos em que decisões precisam ser tomadas e a destruição é menos problemática do que a derrota.

Há que se pensar também que o esforço da Rússia para não ficar cercada podia ser começada há muitos anos.Mas é aquilo que eu digo:no fundo o que governa o concerto das nações do primeiro mundo é a necessidade,ainda que indireta,de haver sempre um pretexto à espreita para uma nova guerra.

Agora é possível que seja inevitável que a Ucrânia entre na Otan ,para se protegar no futuro.Isto é,o pretexto da guerra não morre.


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