Fui
chamado à atenção na semana passada por um artigo da Folha de São Paulo sobre
mediocridade. “ Que tal viver na mediocridade e tranquilo?”
Eu
quero fazer alguns comentários sobre este artigo que é ao mesmo tempo
elucidativo,mas também reproduz os fundamentos do ressentimento.
As
pessoas ressentidas são aquelas que querem uma compensação por uma frustração
imediata em suas vidas e quando não conseguem reagem de diversas maneiras
destrutivas.Elas sonham com superlativos,mas estão condenadas ao cotidiano.
O
filósofo Scheller ,vitima do nazismo,fez estas reflexões a respeito a este
fenômeno,que tem como seu chefe um ressentido clássico.Mas isto se pode
extender à Napoleão(I e III),Stalin,o Rei Leopoldo II etc...
Em
Latim a palavra “ Trivium” ,significa básico e “ comum”(a todos) e constituía até
a idade média a parte inicial daquilo que chamamos hoje de ensino básico.Dante Alighieri fez o “ Trivium”.
Daí
é que vem a palavra “trivialidade”,aquilo que é básico,comum à pessoas.
Na
sociedade moderna este “ comum”(que está na raiz também do “ comunismo”)se
tornou algo pejorativo e a sua designação é “mediocridade”.
As
pessoas,como Dante,que se elevam do “Trivium” estão “ por cima da carne seca”, “venceram”,os
outros “perderam”. “Ficaram para trás”.
Mas
eu entendo que não é assim que deveria ser.Existem muitas pessoas no cotidiano
que trabalham bem ,poderiam ter uma exposição maior,que ajudam a sociedade...
No
afã de buscar lucro e prestigio desenfreados os “ poderes” deste mundo
(inclusive a Folha)valorizam a sua egocentria,a sua “ superioridade”,a sua
auto-referencia em detrimento de quem é comum,reproduzindo o caráter pejorativo
da trivialidade.
No
entanto a celebração,além de falsear a verdade,dilui o maior potencial de saúde
da trivialidade,que é acabar com a frustração que leva ao ressentimento.
É
o principio liberal clássico,que o Presidente Ted Roosevelt preconizava e
simbolizava na figura do urso pardo americano:este animal ,inteligentíssimo
,segue o seu caminho,com a sua família,a
vida toda e luta.
Sempre
tive uma queda por esta visão,mesmo quando defendia o socialismo real.A idéia
de Throreau de se rebelar contra a invasão
da religião sempre me cativou.
Mas
nos nossos dias de “ coletivismo”,inclusive
no ocidente,ser individual é anatematizado.
Em
artigos subsequentes vou analisar esta última idéia.
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