terça-feira, 18 de junho de 2024

Conjuntura VI

 

Eu quero fazer esclarecimentos e aprofundamentos no meu artigo anterior,desta série sobre a conjuntura nacional.

A esquerda sempre entende que o processo democrático é esta maldita confrontação.Lula já o disse.Mas já argumentei em outras ocasiões que isto é um absurdo,porque na verdade este ping-pong limita a democracia a dois lados que acabam por esquecer das necessidades da nação e só atende aos interesses egoísticos dos dois lados.

Não vou voltar a isto.Mas é importante pontuar que nestas horas em que a economia adquire um caráter decisivo,como agora,tal confrontação só atrapalha.

E se houvesse por parte da esquerda e de Lula em particular uma referência exigível no passado,eles veriam ,de antemão, os erros desta politica atual e das negociações conduzidas por Haddad.

Se não houver uma visão de estadista para servir de fundamento para as negociações o que acontecerá é a repetição(ou continuidade)daquilo que Leonel Brizola disse do governo Lula,no primeiro governo:ele se tornará refém dos conservadores,desta feita num ponto inarredável para a definição de uma esquerda moderna.

A condição de refém que evitou o impeachment de Lula,retorna agora(ou continua)na medida em que deste jeito,como as coisas se encaminham,vai ter que fazer os cortes da mesma forma que os referidos conservadores fazem com alegria:nos itens orçamentários que não dão retorno de capital imediato.

Seja:educação,saúde,esporte,enfim tudo no social,descaracterizando o governo de esquerda.

Lula disse que enquanto ele estiver no poder Haddad não será desgastado,mas quem o define é a realidade politica mesmo,porque quanto mais o ruído crescer mais inviabilidades ocorrerão.

E um ministro da Fazenda inviável é inútil,não havendo figura carismática capaz de mantê-lo no lugar.

A meu ver Simone Tebet subiu uma casa no tabuleiro ,tendo ajudado Haddad a negociar com mais confiança.Haddad perdeu-a nestes momentos próximos passados,tentando impor uma agenda social,muito justa,a setores que ,todos sabemos,não a priorizam e não têm como priorizar.

Escandaliza-me  a esta altura do campeonato,alguém tão experiente como Lula e também de Haddad não terem previsto esta possibilidade.

A politica pragmática é imediatista e está sujeita a estes problemas de inviabilização.Mas o maior problema é que a esquerda fica acuada e  tal é uma das piores formas d e desgaste,tendo em vista a expectativa que se tinha deste governo(o tempo do verbo é este).

Não é à toa que o índice de reprovação do governo chegou à quase metade dos eleitores,como nunca se viu antes.

E embora as pessoas me chamem de medrosão,prefiro fazer este protestos um tanto quanto apavorados do que me omitir diante das chances que a direita ainda possui para tomar o poder.

E no artigo anterior eu ainda não tinha uma noticia superveniente(por isto não tinha):o crescimento da direita na França e por conseguinte no mundo todo.

Pudera,com esta esquerda velha,omissa e refém o panorama próximo futuro é o  pior possível e eu vou continuar bancando Catão o Velho,proferindo initerruptamente o seu “Delenda Carthago”.

No meu caso ,o meu “Delenda”,é:bora esquerda acorda aí.

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