Ziraldo
,que faleceu recentemente,chamava o maestro Erlon Chaves de Pai Tomás,um “
cagão”.
Ele
expressava o que se pensava na época da certeza revolucionária sobre o romance da Harriet Beecher Stowe:um dramalhão
tolo,bobo,que sacralizava a piedade,a qual,como sentimento,ia contra a
luta,contra a revolução.
Contudo,nos
estudos que fiz sobre este livro,no contexto da abolição estadunidense ,notei
que ele ajudou na consolidação da luta contra a escravidão,dando-lhe um
significado óbvio de humanidade.
Por
ter sido escrito por uma branca o movimento negro hoje não dá importância a
ele,mas disso tratarei num próximo artigo.
Assim
sendo eu tive uma base para continuar fazendo estes artigos sobre os
massacrados da história e da humanidade nos dias de hoje.
Eu
já repilo qualquer acusação de querer me locupletar com estes problemas ,construindo
uma imagem para mim mesmo,à custa do sofrimento dos outros ,como se fosse um
Marquês de Sade.
Como
eu digo em artigos anteriores eu voto,pago imposto e trabalho,por isto posso
exigir que tais injustiças sejam
solucionadas logo,amanhã,já,desde a mais dramática situação até a mais
simples e escondida das decepções humanas
solitárias.
Além
do mais,como também pontuei,o posicionamento do homem diante do sofrimento de
Cristo na cruz,relembrado por São Paulo,soluciona esta acusação:nenhum de nós
individualmente tem como colocar botas de sete léguas e ir solucionando a
questão social.E lembrar sempre do sofrimento é uma exigência enquanto ele
existir.Esquecer não é culpa ,mas indiferentismo.
A
democracia direta do socialismo real não deu resultado e portanto vivemos numa
democracia representativa,na qual quem tem culpa desta mixórdia humana são os políticos
que recebem o dinheiro do nosso trabalho e não devolvem nada.
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