sexta-feira, 13 de junho de 2025

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O GOVERNO LULA?

 

Desde o início do seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem demonstrando um estilo de governança que pode ser caracterizado por três eixos principais: um governo meramente responsivo aos problemas imediatos, fiscalmente gastador e com forte apelo a uma narrativa exclusivista em favor da classe operária, em detrimento da classe média.

Eu sempre ressaltei que Lula é pragmático,sem ter referências que permitam a ele subordinar as suas politicas a uma estratégia,a uma politica de estado,social e nacional prévia.

Ao invés de planejar reformas estruturais de longo prazo, o governo Lula tem se limitado a responder aos problemas que surgem com soluções pontuais, frequentemente improvisadas. A condução da política econômica, por exemplo, parece reativa às pressões sociais e políticas imediatas, negligenciando metas de crescimento sustentável, modernização do Estado ou reformas tributárias mais amplas.

Em vista da sua queda de popularidade,esta tendência incial se tornou mais forte e mais dramática e,porque não dizer,teratológica.Os gastos tem se tornado cada vez maiores,sem uma previsibilidade de substituição destas perdas,o que favorece à direita.

A direita vaticina a explosão destes gastos no ano que vem e o próprio governo reconhece as suas razões.Joga sobre Haddad a tarefa de solucionar isto,contra um congresso hesitante e que sabe que é muito dificil sair por aí criando tributos “ salvadores”.

Por outro lado a baixa popularidade constante pode se dever ao que eu tenho me referido sobejamente nos meus artigos:um segundo e um terceiro mandatos perdem o elan,a eficiência,por causa da necessidade de atender a interesses cada vez mais incruados no poder.O presidente caa por ficar refém.

Exceto por uma minucia ,nós podemos discutir estes conceitos acima:aparentemente a população se cansou desta polarização ,dizendo que tanto Lula como Bolsonnaro não devem se candidatar mais.

Programas como o novo PAC e o aumento do salário mínimo são importantes, mas surgem mais como respostas a pressões sindicais e eleitorais do que como parte de um projeto estratégico coerente. Falta uma visão de país para além da administração das crises.

A característica gastadora do atual governo é visível na expansão de benefícios sociais, e em discursos que tratam o controle fiscal como um entrave à justiça social.

A retórica econômica do presidente muitas vezes contrapõe o “mercado” à “vida do povo”, como se fossem universos necessriamente excludentes. É a visão velha da velha esquerda

É o viés discursivo que remonta à retórica sindicalista dos anos 1980,que por sua vez reflete esta velha esquerda. Lula continua a se apresentar como o representante da classe operária, e embora isso seja coerente com sua trajetória, acaba excluindo outras parcelas relevantes da população — especialmente a classe média — de suas políticas públicas e da sua narrativa política.

A classe média, já sobrecarregada por impostos, enfrenta uma crescente sensação de abandono. As políticas claras de incentivo ao empreendedorismo pararam na sua pura implementação:não houve apoio permanente aos pequenos emreendedores, para ajudá-los a inovar,a produzir ou a se educar.Foram jogados no mercado e só.

Isto tudo sem falar na continuidade do discurso anatematizador da classe média ,tida como monolitica e não só desinteressada do povo,como preconceituosa em relação a ele,o que não é verdade in totum .

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