sábado, 7 de dezembro de 2013

Adeus Madiba,amandla!

Lênin,eu já disse aqui,quando do inicio da revolução de 17,inventou um sistema de propaganda,propondo colocar num obelisco, a ser erguido em Moscou,nomes de pessoas que tinham tido ,ao longo da história,uma atitude de ajuda à humanidade,ajuda aos mais humildes.Era o obelisco dos homens bons,segundo os critérios de Lênin.
Eu proponho aqui,como uma das minhas séries de artigos temáticos, algo semelhante,apresentando os meus critérios.O bom homem ,para mim,é aquele que se sacrifica pelos outros e não manda os outros se sacrificar por ele(como Cristo);o bom homem age segundo a máxima fundamental do povo brasileiro,expressada pelo Marechal Rondon," morrer se preciso for,matar nunca",com uma exceção,a participação em uma guerra justa;o bom homem age o mais próximo possível de uma ética fransciscana:não se trata de fazer caridade,mas de lutar,na prática,para tirar todos de debaixo da ponte e da fome(ficar próximo da loucura,como fazia Freud,para ajudar a entendê-la).Lutar contra a fome,é fazer o juramento de Maiacovski,segundo o qual deve o lutador(não o brigador)estar do lado da luta pela solução deste problema.Finalmente,o bom homem é aquele que luta em qualquer lugar e todo o tempo por estes valores,enquanto a solução não vem.
Nelson Mandela preenche todos os requisitos que pus acima e ainda acrescenta alguns mais e por isso é o primeiro nome neste meu obelisco.Como um dos acréscimos postos por esta grande personalidade humana,o fato extraordinário e quase milagroso dele ter saído da prisão sem nenhum tipo de ressentimento .Não se via no seu rosto nada que denotasse tensão ou tristeza,mas só sorriso permanente.Chegou a dizer,para os incrédulos,que se se ressentisse ,ao sair da prisão,não seria real e totalmente livre.
Bem mal comparando e já apresentando uma outra série de nomes no obelisco,o do mal,mesmo nos períodos de vitória ,Hitler apresentava uma tensão ,revelada em suores e em esgares faciais que expressavam uma certa característica atroz de sua personalidade.Vamos tirar ele daqui.
Mas estes nomes do obelisco são uma forma de nós cidadãos analisarmos as figuras históricas segundo critérios do homem comum,cotidiano,evitando as manifestações de idolatria ,que escondem ,do lado do cidadão e do lado do ídolo,intenções ocultas e diversas daquelas do bem da humanidade.
Mandela fez o bem da humanidade,reconciliando um país ,que tinha um regime de Apartheid,que nem os nazistas fizeram à luz do dia.
Também o homem bom(e a mulher, que vai entrar neste obelisco também)não é perfeito.Analisaremos aqui as imperfeições,e porque não?,as eventuais culpas.Contudo,se o homem é ao mesmo tempo anjo e demônio,ele luta para superar os demônios,diferentemente do bandido,que não luta e um dos critérios de bem e mal,que temos que considerar em todo este processo de análise,há um exemplo ,que ,para mim,é suficiente para defender um certo e um errado na vida:bom é aquele que não joga criança no forno crematório,mau é aquele que o faz ou que está próximo de fazê-lo,admitindo o conceito cristão de pecado mental,evidentemente que laicizado,isto é, a culpa,pelo desejo e pelo pensamento,ou pela irresponsabilidade.
Mandela não tem culpas,mas erros.Não adianta estas duas figuras horrrendas(que vão para o obelisco do mal),Ronald Reagan(verme)e Thatcher(imperialista),como defensores deste regime sul-africano nazista,taxá-lo de terrorista,seja lá por que conveniência,porque ele tinha o direito moral de pegar em armas para derrubar este regime.Ainda que isto fosse um erro político,a legitimidade  moral estava lá.
A pessoa de bem normalmente não está sòzinha.Nos noticiários atuais não se fala no papel de Cuba e de Angola na derrota do apartheid,como eu já mostrei em outro artigo e ao qual eu os remeto,sem caitituagem pessoal.Madiba precisou e quando a teve reconheceu até ao último momento de vida,apoiando Cuba contra a intervenção estadunidense,atacando as impertinências do Ocidente quanto à Líbia(Khadaffi tinha que ter sido julgado e não assassinado.O tratamento dado a ele foi diferente daquele a Slobodan Milosevic,não se sabe porque...),enfim demonstrando capacidade e crítica e horror ao oportunismo.Sendo uma figura tão capaz de conciliar não deixou  nunca de arriscar esta imagem por suas convicções.
O nome no obelisco é o político que eu,pelo menos,acho que deve predominar ,como expressão do cidadão que eu quero ser e que eu acho que todos devem ser,por isso eu proponho a quem lê este artigo uma reflexão sobre como uma pessoa assim ,acompanhada de tantos seguidores(alegres)até no funeral,pode ser o motor da utopia,prevendo-a e apressoando-a, com seu exemplo.
Adeus Madiba,Amandla!Nesta ocasiões eu abandono o meu ateísmo e já chegando à velhice sonho com uma vida eterna no paraíso para,à sombra de uma árvore ,conversar consigo(e de lá,quem sabe apressar,na Terra,os homens ,já que o “Deus de bondade” não resolve tudo logo).
 

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