Lênin,eu já disse aqui,quando do
inicio da revolução de 17,inventou um sistema de propaganda,propondo colocar
num obelisco, a ser erguido em Moscou,nomes de pessoas que tinham tido ,ao
longo da história,uma atitude de ajuda à humanidade,ajuda aos mais humildes.Era
o obelisco dos homens bons,segundo os critérios de Lênin.
Eu proponho aqui,como uma das
minhas séries de artigos temáticos, algo semelhante,apresentando os meus
critérios.O bom homem ,para mim,é aquele que se sacrifica pelos outros e não
manda os outros se sacrificar por ele(como Cristo);o bom homem age segundo a máxima
fundamental do povo brasileiro,expressada pelo Marechal Rondon," morrer se
preciso for,matar nunca",com uma exceção,a participação em uma guerra
justa;o bom homem age o mais próximo possível de uma ética fransciscana:não se
trata de fazer caridade,mas de lutar,na prática,para tirar todos de debaixo da
ponte e da fome(ficar próximo da loucura,como fazia Freud,para ajudar a
entendê-la).Lutar contra a fome,é fazer o juramento de Maiacovski,segundo o
qual deve o lutador(não o brigador)estar do lado da luta pela solução deste
problema.Finalmente,o bom homem é aquele que luta em qualquer lugar e todo o
tempo por estes valores,enquanto a solução não vem.
Nelson Mandela preenche todos os
requisitos que pus acima e ainda acrescenta alguns mais e por isso é o primeiro
nome neste meu obelisco.Como um dos acréscimos postos por esta grande
personalidade humana,o fato extraordinário e quase milagroso dele ter saído da
prisão sem nenhum tipo de ressentimento .Não se via no seu rosto nada que
denotasse tensão ou tristeza,mas só sorriso permanente.Chegou a dizer,para os
incrédulos,que se se ressentisse ,ao sair da prisão,não seria real e totalmente
livre.
Bem mal comparando e já
apresentando uma outra série de nomes no obelisco,o do mal,mesmo nos períodos
de vitória ,Hitler apresentava uma tensão ,revelada em suores e em esgares
faciais que expressavam uma certa característica atroz de sua
personalidade.Vamos tirar ele daqui.
Mas estes nomes do obelisco são
uma forma de nós cidadãos analisarmos as figuras históricas segundo critérios
do homem comum,cotidiano,evitando as manifestações de idolatria ,que escondem
,do lado do cidadão e do lado do ídolo,intenções ocultas e diversas daquelas do
bem da humanidade.
Mandela fez o bem da
humanidade,reconciliando um país ,que tinha um regime de Apartheid,que nem os
nazistas fizeram à luz do dia.
Também o homem bom(e a mulher,
que vai entrar neste obelisco também)não é perfeito.Analisaremos aqui as
imperfeições,e porque não?,as eventuais culpas.Contudo,se o homem é ao mesmo
tempo anjo e demônio,ele luta para superar os demônios,diferentemente do
bandido,que não luta e um dos critérios de bem e mal,que temos que considerar
em todo este processo de análise,há um exemplo ,que ,para mim,é suficiente para
defender um certo e um errado na vida:bom é aquele que não joga criança no
forno crematório,mau é aquele que o faz ou que está próximo de
fazê-lo,admitindo o conceito cristão de pecado mental,evidentemente que
laicizado,isto é, a culpa,pelo desejo e pelo pensamento,ou pela
irresponsabilidade.
Mandela não tem culpas,mas
erros.Não adianta estas duas figuras horrrendas(que vão para o obelisco do
mal),Ronald Reagan(verme)e Thatcher(imperialista),como defensores deste regime
sul-africano nazista,taxá-lo de terrorista,seja lá por que conveniência,porque
ele tinha o direito moral de pegar em armas para derrubar este regime.Ainda que
isto fosse um erro político,a legitimidade
moral estava lá.
A pessoa de bem normalmente não
está sòzinha.Nos noticiários atuais não se fala no papel de Cuba e de Angola na
derrota do apartheid,como eu já mostrei em outro artigo e ao qual eu os
remeto,sem caitituagem pessoal.Madiba precisou e quando a teve reconheceu até ao
último momento de vida,apoiando Cuba contra a intervenção estadunidense,atacando
as impertinências do Ocidente quanto à Líbia(Khadaffi tinha que ter sido
julgado e não assassinado.O tratamento dado a ele foi diferente daquele a
Slobodan Milosevic,não se sabe porque...),enfim demonstrando capacidade e
crítica e horror ao oportunismo.Sendo uma figura tão capaz de conciliar não
deixou nunca de arriscar esta imagem por
suas convicções.
O nome no obelisco é o político
que eu,pelo menos,acho que deve predominar ,como expressão do cidadão que eu
quero ser e que eu acho que todos devem ser,por isso eu proponho a quem lê este
artigo uma reflexão sobre como uma pessoa assim ,acompanhada de tantos
seguidores(alegres)até no funeral,pode ser o motor da utopia,prevendo-a e
apressoando-a, com seu exemplo.
Adeus Madiba,Amandla!Nesta
ocasiões eu abandono o meu ateísmo e já chegando à velhice sonho com uma vida
eterna no paraíso para,à sombra de uma árvore ,conversar consigo(e de lá,quem
sabe apressar,na Terra,os homens ,já que o “Deus de bondade” não resolve tudo
logo).
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