quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Neocolonialismo e futebol





Os primeiros impérios,como expliquei antes,eram baseados só na força,mas depois impérios modernos fundamentaram as suas conquistas em motivos ideológicos. Desde Livingstone e o imperialismo inglês nós vemos que existe sempre um motivo de civilização ou ensinamento que um povo deve dar a outro e neste processo de “ ensinar” ele introduz os mecanismos vários de dominação. Do citado Livingstone até Lawrence da Arábia,a ideologia vai  da religião até as aventuras,mas em todos estes argumentos falaciosos existe o propósito de criar uma comunhão com o dominado que não existe de fato,porque em última instância ele está excluído.
No futebol é a mesma coisa. Os clubes e estes dirigentes brasileiros despreparados vão manipular constantemente o povo brasileiro. Uma hora cobram de mais outra de menos,mas o fato é que o brasileiro que faz o futebol, está fora,vai ficar assistindo televisão e enriquecendo as empresas de comunicação.
Todo o dinheiro arrecadado por este novo futebol,por este novo modo de torcer não vai para a educação e nem mesmo para o esporte ,mas para os dirigentes,para as relações perigosas entre os dirigentes e a política.
A violência nos estádios só vai acabar quando estas relações acabarem. As torcidas são violentas porque financiadas e legitimadas pelos dirigentes,interessados em manipular a assistência para efeito de  crescimento dos ganhos econômicos e eleitorais em todo o ano e se o povo brasileiro não for confrontado com esta contradição em nome dele não há como superar o problema. Como o indivíduo comum que só evolui quando ,reconhecendo o seus erros e responsabilidades no seu surgimento,corta a própria  carne.
Era preciso uma concepção consequente republicana de “ público” para fazer este corte,mas isto só é possível se substituirmos este dirigentes por cidadãos brasileiros que conhecem o futebol desde pequeno e que queiram devolver este esporte de novo a eles mesmos.
Nada há de mais revolucionário do que isto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário