Os primeiros
impérios,como expliquei antes,eram baseados só na força,mas depois impérios
modernos fundamentaram as suas conquistas em motivos ideológicos. Desde
Livingstone e o imperialismo inglês nós vemos que existe sempre um motivo de
civilização ou ensinamento que um povo deve dar a outro e neste processo de “
ensinar” ele introduz os mecanismos vários de dominação. Do citado Livingstone
até Lawrence da Arábia,a ideologia vai
da religião até as aventuras,mas em todos estes argumentos falaciosos
existe o propósito de criar uma comunhão com o dominado que não existe de
fato,porque em última instância ele está excluído.
No futebol é a
mesma coisa. Os clubes e estes dirigentes brasileiros despreparados vão
manipular constantemente o povo brasileiro. Uma hora cobram de mais outra de
menos,mas o fato é que o brasileiro que faz o futebol, está fora,vai ficar
assistindo televisão e enriquecendo as empresas de comunicação.
Todo o dinheiro
arrecadado por este novo futebol,por este novo modo de torcer não vai para a
educação e nem mesmo para o esporte ,mas para os dirigentes,para as relações
perigosas entre os dirigentes e a política.
A violência nos
estádios só vai acabar quando estas relações acabarem. As torcidas são
violentas porque financiadas e legitimadas pelos dirigentes,interessados em
manipular a assistência para efeito de
crescimento dos ganhos econômicos e eleitorais em todo o ano e se o povo
brasileiro não for confrontado com esta contradição em nome dele não há como
superar o problema. Como o indivíduo comum que só evolui quando ,reconhecendo o
seus erros e responsabilidades no seu surgimento,corta a própria carne.
Era preciso uma
concepção consequente republicana de “ público” para fazer este corte,mas isto
só é possível se substituirmos este dirigentes por cidadãos brasileiros que
conhecem o futebol desde pequeno e que queiram devolver este esporte de novo a
eles mesmos.
Nada há de mais
revolucionário do que isto.
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