O avanço da direita e como conjurá-lo
A
solução,a meu ver,para conjurar este avanço da direita é recuperar a unidade da
nação.
O
falecido Tancredo Neves dizia,pouco antes de se eleger Presidente,que só quando se esgotasse a
experiência trabalhista haveria uma social-democracia moderna no Brasil.E é
verdade.
O
trabalhismo histórico ,em todos os lugares,marca um tipo de interação entre as
classes,na base dos ganhos concretos.O trabalhismo nasceu na Inglaterra ,com o
cartismo,que nunca se envolveu com a ideologia,mais próxima do continente
europeu.
A
social-democracia deriva da ideologia ,mas,de certo modo,rompe com ela,buscando
um contato mais concreto com a luta (e colaboração)de classes,a partir de uma
concepção teórica,que reconhece ,entre outras coisas, o papel das nações, a diferenciação
entre elas.
A
titulo de hipótese de trabalho,nós podemos dizer que a vida política da
esquerda ,do século XVIII até agora ,vai do trabalhismo para a
social-democracia.Foi esta última,que,sem cataclismos(eu não quero cataclismos no
Brasil)criou nações modernas ,como as nórdicas,num período relativamente
curto.É bom lembrar que estes países não participaram do
neo-colonialismo(iguais ao Brasil).
No
Brasil,após a segunda guerra, o trabalhismo seguiu seu curso,interrompido pela
ditadura.Até agora ele não se recuperou e a social-democracia que se propôs não
é mais do que um ajuntamento de nomes e fortunas(com exceção do ex-Presidente
Fernando Henrique Cardoso que conhece os fundamentos teóricos do
problema[Almino Afonso também]{mas não sei onde está}).
Como
resultado chegamos a um momento em que um PT,sem fundamentos históricos e
teóricos e que se esperava fosse o caminho para uma esquerda moderna,dividiu o
país.Neste vácuo e acuamento da classe média a direita cresce a olhos vistos.
Ela
se lança agora para o pleito de 2018 porque não tem muita força.Era o que se
dizia de Hitler em 1930...
Com
os problemas graves ,econômicos e políticos ,e a crise de confiança entre
governantes e governados por causa da corrupção,convém não desdenhar a
capacidade da direita de se cristalizar como alternativa de classe média.
Isto
é,os setores democráticos representados pelas candidaturas pré-lançadas de Álvaro
Dias,Alckmin,Marina e Ciro Gomes precisam entender as suas tarefas fundamentais
de hoje.
Ciro
Gomes não conta,porque elegê-lo é o mesmo que eleger Lula ou Dilma.O Senador Álvaro
Dias é um homem sério e coerente,mas não é experiente e é relacionado com um partido
que não relaciona o problema ecológico
com a questão social e o projeto nacional.Alckmin é de direita e tem grande
chance de carrear a direita (Bolsonaro)para
si e se eleger.
Notem
que eu não citei nem Bolsonaro,nem Lula.Bolsonaro não tem nada a ver com a
direita ideológica,mas se beneficia de seu crescimento.A sua chance é
representar a classe média acuada.Lula não deveria se candidatar para deixar o
Brasil seguir.Lula eleito vai tornar o Brasil refém de um sentimento de
vingança e mais dividido ainda.O Brasil ,com ele ,se tornará uma Venezuela e
entrará em crise.O papel de Lula é teórico,o de reformular o PT,mas eu não sei
se ele tem condições de fazê-lo ou alguém no Partido.
Resta
Marina.As tarefas de Marina são a de reunir as duas classes produtivas no
projeto nacional e pacificar o Brasil.Com isso ela terá condições de exigir de
todos os atores econômicos do Brasil ,sacrifícios para sairmos deste desemprego
nunca visto e que atinge a classe média como nunca.Ela precisa começar a ganhar a classe média e afastar os extremos
desde já.
O
que me preocupa nela é a relação com a
religião,a dificuldade em incorporar o laicismo e as relações com a
questão ecológica e seu significado social e nacional.
Para
isto é preciso que ela ponha o seu pensamento a partir do inicio do ano.
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