domingo, 10 de dezembro de 2017

O Brasil no alvorecer de um novo ano.


O avanço da direita e como conjurá-lo


A solução,a meu ver,para conjurar este avanço da direita é recuperar a unidade da nação.
O falecido Tancredo Neves dizia,pouco antes de se eleger  Presidente,que só quando se esgotasse a experiência trabalhista haveria uma social-democracia moderna no Brasil.E é verdade.
O trabalhismo histórico ,em todos os lugares,marca um tipo de interação entre as classes,na base dos ganhos concretos.O trabalhismo nasceu na Inglaterra ,com o cartismo,que nunca se envolveu com a ideologia,mais próxima do continente europeu.
A social-democracia deriva da ideologia ,mas,de certo modo,rompe com ela,buscando um contato mais concreto com a luta (e colaboração)de classes,a partir de uma concepção teórica,que reconhece ,entre outras coisas, o papel das nações, a diferenciação entre elas.
A titulo de hipótese de trabalho,nós podemos dizer que a vida política da esquerda ,do século XVIII até agora ,vai do trabalhismo para a social-democracia.Foi esta última,que,sem cataclismos(eu não quero cataclismos no Brasil)criou nações modernas ,como as nórdicas,num período relativamente curto.É bom lembrar que estes países não participaram do neo-colonialismo(iguais  ao Brasil).
No Brasil,após a segunda guerra, o trabalhismo seguiu seu curso,interrompido pela ditadura.Até agora ele não se recuperou e a social-democracia que se propôs não é mais do que um ajuntamento de nomes e fortunas(com exceção do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso que conhece os fundamentos teóricos do problema[Almino Afonso também]{mas não sei onde está}).
Como resultado chegamos a um momento em que um PT,sem fundamentos históricos e teóricos e que se esperava fosse o caminho para uma esquerda moderna,dividiu o país.Neste vácuo e acuamento da classe média a direita cresce a olhos vistos.
Ela se lança agora para o pleito de 2018 porque não tem muita força.Era o que se dizia de Hitler em 1930...
Com os problemas graves ,econômicos e políticos ,e a crise de confiança entre governantes e governados por causa da corrupção,convém não desdenhar a capacidade da direita de se cristalizar como alternativa de classe média.
Isto é,os setores democráticos representados pelas candidaturas pré-lançadas de Álvaro Dias,Alckmin,Marina e Ciro Gomes precisam entender as suas tarefas fundamentais de hoje.
Ciro Gomes não conta,porque elegê-lo é o mesmo que eleger Lula ou Dilma.O Senador Álvaro Dias é um homem sério e coerente,mas não é experiente e é relacionado com um partido que não relaciona  o problema ecológico com a questão social e o projeto nacional.Alckmin é de direita e tem grande chance  de carrear a direita (Bolsonaro)para si e se eleger.
Notem que eu não citei nem Bolsonaro,nem Lula.Bolsonaro não tem nada a ver com a direita ideológica,mas se beneficia de seu crescimento.A sua chance é representar a classe média acuada.Lula não deveria se candidatar para deixar o Brasil seguir.Lula eleito vai tornar o Brasil refém de um sentimento de vingança e mais dividido ainda.O Brasil ,com ele ,se tornará uma Venezuela e entrará em crise.O papel de Lula é teórico,o de reformular o PT,mas eu não sei se ele tem condições de fazê-lo ou alguém no Partido.
Resta Marina.As tarefas de Marina são a de reunir as duas classes produtivas no projeto nacional e pacificar o Brasil.Com isso ela terá condições de exigir de todos os atores econômicos do Brasil ,sacrifícios para sairmos deste desemprego nunca visto e que atinge a classe média como nunca.Ela precisa começar a  ganhar a classe média e afastar os extremos desde já.
O que me preocupa nela é a relação com a  religião,a dificuldade em incorporar o laicismo e as relações com a questão ecológica e seu significado social e nacional.
Para isto é preciso que ela ponha o seu pensamento a partir do inicio do ano.

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