O que mais me irrita nas análises que leio e ouço sobre esta
crise,principalmente vindas da esquerda ,é que os interesses do
petróleo é que explicam a situação,a geopolitica.Tudo isto tem um
peso,mas eu tenho demonstrado aqui que o esquema puramente baseado em
abstrações não é suficiente para desvelar o fenômeno social.
A sociologia compreensiva(que não se reduz às contribuições de
Max Weber)é mais apta para fazê-lo.E na esquerda estas abstrações
,estruturalismos,servem bem aos objetivos do resto do stalinismo que
ainda tem uma importância desproporcional em nosso país,por causa
da nossa pobreza política e científica.As abstrações escondem as
pessoas,os politicos ,dos fatos sociais e históricos.
Aliás a sociologia venceu a batalha das idéias(em relação à
filosofia e ao marxismo)porque admite a presença,nesta sua
compreensão,das singularidades,das variações culturais e
individuais(por isso eu limitei um pouco a influência de
Weber,porque este autor busca uma isenção científica da
sociologia,algo muito discutível).Pode-se também fazer esta
ocultação,como com o uso da abstração,mas é impossível na
escrutinação das tendências sociais não identificar o dedo humano
político.
Muitos diriam que nas abstrações ,estado
patrimonial,petróleo,classes sociais venezuelanas,tudo isto pode ser
conectado e eu concordo em parte.Mas se observarmos, a distância
,neste último caso,do homem comum e político é muito maior.A
escolha do método,inclusive,por certos analistas militantes(Vladimir
Safatle)os desobriga das consequencias eventuais de seu engajamento
politico.Nunca a sua condição profissional de critico será
atingida por erros de teorização politica.O estado
patrimonial,petróleo,estes movimentos abstratos, não tocam nas
responsabilidades politicas.É o que eu digo em relação ao caráter
diletante do marxismo e do “ Capital”:se a teoria não se
confirma,perdeu-se tempo,para que serve?
O fato na Venezuela é que o governo Maduro colocou metade do país
na fome e no desemprego,em nome de concepções de esquerda
defendidas aqui em nosso país.Emir Sader chama a Venezuela de
País-irmão,mas na hora do fracasso o reconhecimento do erro e da
própria incompetência não se vê.
O avanço da direita no mundo é,como eu tenho dito,culpa da
esquerda,que se mantém no passado,por interesse pessoal e das suas
vanguardas,que exploram o povo tanto quanto a burguesia.
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