A situação estrambótica atual que opõe a Venezuela ao Brasil é
mais um capitulo da necrose da guerra-fria ,que insiste em atingir
países que nada tiveram ou têm com ela.Representa também e como
corolário desta afirmação mais um momento desta contraposição
falsa e ultrapassada entre uma esquerda e direita podres(porque ainda
presas a este passado).
Um ingrediente em toda esta porcaria precisa ser destacado:o Brasil
se tornou um peão no jogo de xadrez das grandes potências.A Rússia
e a China longinquas passam a ter um papel geopolitico aqui,na sua
luta hegemônica,financeira e politica.Este fato não se pode negar
que é uma vitória de Maduro.
A esquerda radical sonha até hoje com o retorno da Revolução
mundial,vendendo o delirio da Ursal,só porque dois ou três
populistas como Maduro se dizem comunistas,mas os seus erros
propiciaram(para além da eleição de Bolsonaro)este conflito
monstruoso.
Maduro é um pálido mas perigoso reflexo último da guerra-fria
,assim como Bolsonaro.E o fato de serem fracos aumenta a necessidade
de um discurso tonitruante e ,mais grave,de ações compulsivas.O
leão velho tenta rugir mais alto.
O que me impressiona é que mesmo um sujeito sensato como Pepe Mujica
apresenta este governo de Maduro como esquerda séria e a se
valorizar,quando já era hora de a esquerda sensata(se há
uma)preconizar uma transição.É o “ pragmatismo” da Revolução
Mundial que o faz pensar assim?
O diagnóstico feito por mim da natureza do regime chavista é
confirmado em seus(espero)estertores:um governo estatocrático
baseado numa classe em detrimento de outras;uma visao
internacionalista que vira as costas à mediação essencial da
nação.Nenhuma palavra sobre distribuição de renda,de distribuição
das benesses obtidas com o petróleo,só gritaria pseudo-socialista e
,pasmem! nacionalista!
Mas é a reedição de um populismo já desgastado na américa
latina.Um populismo que se associa a um comunismo moribundo,que só
contribui com a retórica,porque a realidade é marcada pela fome.
Será o cúmulo se houver uma guerra,depois de quase um século e
meio da última (do Paraguay).Mesmo no regime militar e na segunda
guerra o Brasil foi sempre um coadjuvante humanitário.Desta vez,se
desgraçadamente houver um conflito,o Brasil pensará ser um
protagonista mas não será mais do que o que eu disse acima:um país
manipulado.Isso com milhões no desemprego.
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