Retorno aqui às discussões sobre o futebol brasileiro,que para mim
não é só uma questão esportiva,mas de nacionalidade.O futebol é
parte da cultura nacional e pertenece ao Brasil.É um produto da
adesão do povo brasileiro e tudo o que ele produz é dele.
Soba é aquela figura sociológica de representante na antiga África
,dos colonizadores ,que centralizava toda a atividade exploradora
colonialista,principalmente o tráfico de escravos.
Ao ler a entrevista do atual prefeito de Belo Horizonte Alexandre
Khalil,várias vezes Presidente do Atlético MG,no uol,esta figura
antropológica me veio à mente,corroborando com aquilo que eu venho
falando sobre o futebol brasileiro,no meu blog.Deixei de lado este
tema mas sem esquecê-lo.Diante dos fatos,diante desta entrevista
retorno ao problema.
O que está ocorrendo com o futebol brasileiro,repito manifestação
cultural e produtiva do Brasil,é um processo de desnacionalização.As
noticias mais recentes dão conta de que os dirigentes de outros
países ,cada vez mais,se aproveitam do futebol brasileiro para
acumular capital em favor fundamentalmente dos seus povos.
O fim próximo do petróleo incita os sheiks árabes a se preparar
para o futuro.A China ,que visa o crescimento do seu PIB,usa o
futebol,inclusive o nosso,no mesmo escopo. Sem falar na saída dos
jogadores,que é o meio de reprodução desta predação.
Continuando com a minha análise e com as minhas propostas,tiradas
muitas vezes das reflexões de João Saldanha,quero contar uma
historinha:ano passado ,quando o Flamengo jogou a final do
sul-americano contra o São Lorenzo(ou será que foi no ano
retrasado?),saí aqui na Freguesia onde moro para assistir ao
jogo,com ânimo,sempre,de pesquisador.E notei que o bairro estava
todo qualhado de flamenguistas,os quais não tinham acesso à
televisão ,não tinham pay-per-view e precisavam assistir na rua na
televisão dos bares e restaurantes,que se aproveitavam vendendo
bebidas e outras coisas.
Ora, a conclusão ,quanto ao tema,é de que existe uma extensa
população interessada em futebol(e no esporte),que não contribui e
não é benficiada financeiramente por ele.
Em que medida não é justo criar condições para que estas pessoas
participem?Porque princípio se pode fundamentar uma exclusão do
povo dos estádios,como faz o senhor Alexandre Khalil?Porque o povo
não pode pagar a sua exclusão cultural dos estádios stá
justtificada?A mediação pura e simples do capital tem esta
legitimidade?Lógico que não, senhor Khalil.
Todo o princípio do estado moderno é que o que se produz num país
retorna para ele na forma de tributo.Com variações este é o
princípio geral.
Nós vemos que os clubes vivem sem dinheiro,de pires na
mão(diferentemente das federações)mesmo com o volume de capital
que o esporte movimenta.Para onde vai isto?As péssimas
administrações dos clubes?Fraude?Estas perguntas precisamos ter
respondidas o mais rápido possível,antes que o futebol acabe.E não
se há de especular sobre processos perversos de administração.Nós
temos que ter verdades sobre o que ocorre.Não há como fazer
acusações sem prova.
O problema não é o estado subsidiar o futebol,ajudá-lo,como fazia
a caixa econômica.Não é como o Presidnete fez,tirar a ajuda dos
clubes,mas cobrar estas verdades,porque os recursos existem.
O brasileiro vive uma situação de deemprego,então não vai ao
estádio.O certo é criar condições para que ele vá,não dizer
cinicamente que o estádio é lugar de rico.Quem fez o Flamengo e a
sua mística?Foi o brasileiro pobre.
A única forma de incluir estas imensas massas no processo cultural e
financeiro do futebol é dar-lhes emprego,emancipá-las.O futebol não
tem como fazer isto.
Mas há equivalentes e recursos para encaminhar a solução.
Não tem sentido as instâncias formadoras do futebol brasileiro
formarem péssimos jogadores,que valem rios de dinheiro no mercado
especulativo internacional do futebol,totalmente dominado pelo
estrangeiro.Cabe até intervenção do governo nesta questão
cultural brasileira.Ou modificação da lei Pelé que permitiu tudo
isto.Algo parecido com a lei de remessas de lucros assinada pelo
Presidente Vargas.
O outro lado da questão é a já refrida tributação e
nacionalização dos tributos.Eu vou voltar a este tema porque
precisa ser aprofundado.Eu queria deixar aqui a minha discordância
com Alexandre Khalil.
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